webmaster@boaspraticasfarmaceuticas.com.br

3.16.2013

Já avó, mulher fica grávida 16 anos após laqueadura: 'Fiquei assustada'

Carmem Luci tem três filhos e o mais novo tem 16 anos.
Médico disse que chance da cirurgia se desfazer é de 0,01%.

Do G1 MT
303 comentários
Carmem descobriu que está grávida ao ir ao ginecologista (Foto: Leandra Ribeiro/G1)Carmem descobriu que está grávida durante um
exame de rotina (Foto: Leandra Ribeiro/G1)
Mãe de três filhos e avó de uma menina de 2 anos, a funcionária pública Carmem Luci Amaral Marques Andrade descobriu aos 38 anos que está grávida, mesmo depois de ter passado por uma cirurgia de laqueadura. Ela foi submetida ao procedimento de contracepção há 16 anos, logo após dar à luz o filho caçula, Bruno Felipe Amaral, e, em janeiro deste ano, durante exames de rotina no médico ginecologista, ficou sabendo da gravidez.
“Não desconfiei de nada. Estava menstruando normalmente. Como já tinha problemas com cisto, minha médica pediu alguns exames. E descobri durante o exame de ultrassom. Estava sozinha quando o médico falou que estava grávida. Quando iria imaginar isso? Falei que não tinha como, então ele me mostrou a tela do computador e o bebê, com 14 semanas”, relatou ao G1. Carmem mora em Cuiabá com a família e está grávida de cinco meses.
A funcionária pública era separada e se casou novamente em setembro do ano passado. No primeiro casamento ela teve três filhos, hoje com 16, 18 e 22 anos, sendo que o mais velho já tem uma filha de dois anos. O atual marido dela também já foi casado e tem duas filhas. De acordo com Carmem, o susto na família foi muito grande. “Todos sabiam que eu era operada. Meus dois filhos mais velhos ficaram assustados, mas o Bruno [o caçula] ficou rindo de mim. Com meu marido foi diferente. Entreguei o exame da ultrassom e ele chorou. Perguntei a ele se ele sabia o que era. Ele disse 'lógico que eu sei' e começou a rir”, recordou. Ela ainda não sabe o sexo do bebê.
Apesar de não ter planejado a gravidez, a funcionária pública já ganhou muitos presentes dos amigos que aguardam a chegada do bebê. “Meu marido falou que o jeito é rir. Não compramos nada ainda, nem fizemos quarto para o bebê, primeiro porque não sabemos se é menino ou menina. Além disso, os amigos querem fazer chá de bebê para nós e já ganhamos até o berço”, disse.
Ela lembrou que quando fez a laqueadura não foi informada de que o procedimento poderia se desfazer. “Quando a gente faz [a laqueadura] ninguém fala isso, que pode voltar, que podemos engravidar ainda”, ressaltou. Na primeira ultrassom não foi possível ver o sexo do bebê, que está previsto para nascer em julho.
Quando ficou sabendo da gravidez bebê estava com 14 semanas (Foto: Leandra Ribeiro/G1)Quando ficou sabendo da gravidez bebê estava com 14
semanas (Foto: Leandra Ribeiro/G1)
O médico ginecologista e obstetra Luiz Augusto Menechino explicou que, apesar de não ser comum, existe a possibilidade da cirurgia reverter. “Há essa possibilidade sim. Pequena, mas existe. A mulher que faz tem que estar consciente que pode reverter. Isto é independente da idade ou da situação”, disse.
Segundo Menechino, quando a laqueadura é feita durante o período de cesárea, o índice de falha é muito maior do que quando ela é feita bem depois. “Por isso, o Ministério da Saúde tem vários critérios para realizar a cirurgia. Os estudos dizem que, fazendo a laqueadura na cesárea, a chande de engravidar é de 0,01%. Fora da cesárea é bem menor, quase dez vezes menor. Porque quando é feito durante o período de cesárea a trompa está maior, inchada, o edema é da própria fisiologia da trompa. Mas é passível de falha sendo realizada na cesárea. Eu, por exemplo, nunca vi nenhum caso de quando é feito fora da cesárea”, pontuou o médico.
A dúvida da funcionária pública agora é o que fazer após o parto. De acordo com o  ginecologista e obstetra Luiz Augusto Menechino, provavelmente ela fará uma nova laqueadura depois da cesária. No entanto, os médicos hoje usam uma técnica mais segura. “Chama-se fimbriectomia. Nela, tira-se uma parte da trompa, bem grande. A segurança é bem maior para que não haja reversão”, pontuou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário