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4.20.2013

Criança cura irmã de doença crônica

Menina foi gerada a partir de seleção embrionária para doar células-tronco que permitissem livrar a mais velha do sofrimento

São Paulo -  Para a menina Maria Vitória, 6 anos, a chegada da irmã representou a chance de uma vida saudável e livre da talessemia major. Portadora da doença crônica que prejudica a fabricação de hemoglobina no sangue, ela foi curada graças à medula óssea e ao sangue de cordão umbilical de Maria Clara, 1 ano.
Maria Vitória, 6 anos, queria muito ganhar uma irmãzinha. Maria Clara, 1 ano, também significou sua cura | Foto: AE
Maria Vitória, 6 anos, queria muito ganhar uma irmãzinha. Maria Clara, 1 ano, também significou sua cura | Foto: AE
Sem encontrar uma solução para a doença da filha, Jênyce Reginato da Cunha e Eduardo da Cunha recorreram pela fertilização in vitro: num universo de dez embriões, o de Maria Clara foi geneticamente selecionado por ser livre da talassemia e 100% compatível com a irmã mais velha, num procedimento inédito no Brasil.
As células do cordão umbilical foram coletadas no parto de Maria Clara, mas como a quantidade não era suficiente para o transplante, médicos esperaram o bebê completar 1 ano para recolher número maior de células da medula óssea.
O transplante aconteceu no dia 18 de março, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Antes do procedimento, porém, a paciente recebeu altas doses de quimioterapia para destruir as células da sua medula óssea e deixar o sistema imunológico zerado.
O procedimento, pioneiro na América Latina, foi bem sucedido e permitiu que a medula óssea de Maria Vitória produzisse células sanguíneas saudáveis. “Ela voltou a produzir células como uma pessoa normal. Ela tem uma medula nova. O resultado é muito bom e podemos considerar que a Maria Vitória está curada”, disse o hematologista Vanderson Rocha ’.
Jênyce disse que repetiria todo o processo quantas vezes fosse necessário. “É claro que tiveram momentos difíceis em que ela precisou de cuidados especiais. Mas a Maria Vitória se comportou muito bem, não reclamou de nada”

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