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4.26.2013

Estudantes da USP usam simulador para estudar sinais da velhice

Equipamento dificulta locomoção, visão e audição de quem o utiliza.
Objetivo é aproximar enfermeiros da realidade e humanizar cuidados.

Do G1 Ribeirão e Franca
Irene Coelho da Silva sempre teve uma vida considerada normal: trabalhava em uma fábrica de tecelagem, cuidava dos afazeres de casa e aos finais de semana gostava de passear. Depois de aposentada, apareceram as primeiras dificuldades e hoje, aos 87 anos, não consegue realizar atividades simples como caminhar e ir ao banheiro. “Sem ajuda de alguém, não consigo nem levantar da cama", afirma.
Para entender melhor as condições em que vivem os idosos como Irene, alunos do Curso de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto (SP) estão utilizando um simulador de velhice. O equipamento é uma espécie de roupa com pesos, usada  com um par de óculos que limita a visão e um protetor auricular, que reduz a audição. Quem usa sente na pele as diferenças naturais que surgem como passar dos anos: visão e audição diminuem e a locomoção fica mais difícil.

Foi assim que a estudante de enfermagem Dayane Alvarenga se sentiu quando experimentou o simulador. Com dificuldade para andar, ela precisou de uma bengala para se locomover na sala de aula. Até tomar um copo de água se tornou uma tarefa difícil. "A gente perde toda a visão periférica e é muito difícil caminhar porque tem que ficar olhando fixamente para baixo. A gente se sente insegura porque não consegue olhar onde está pisando", conta.
Para Dayane, vivenciar as dificuldades de um idoso através do simulador auxilia na forma como o profissional deve tratar o paciente que, com idade avançada, precisa de mais atenção e cuidado. "O simulador aumenta a nossa empatia e ajuda no cuidado a esse público. São pequenos detalhes que fazem toda a diferença", afirma.
Segundo a diretora da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), Silvana Mishima, o uso do equipamento vai além da aproximação da realidade. "O simulador cria situações em que o aluno pode vivenciar a prática com maior possibilidade de evitar erros, além do contexto ético de salvaguardar o direito dos pacientes", diz.
Com simulador de velhice, estudante de enfermagem recebe ajuda de colega para se locomover (Foto: Carlos Trinca /EPTV)Com simulador de velhice, estudante de enfermagem recebe ajuda de colega para se locomover na sala (Foto: Carlos Trinca /EPTV)

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