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4.08.2013

Menina soluça há 10 semanas

Britânica de 13 anos soluça a cada dois segundos.
Exames ainda não identificaram causa do problema.



Da BBC


Emily Marsh (Foto: BBC)Garota Emily Marsh (Foto: BBC)
O caso de uma adolescente britânica que não para de soluçar há 10 semanas está se tornando um mistério para a medicina.
Emily Marsh, de 13 anos, soluça a cada dois segundos e já passou por vários exames - endoscopia, ressonância magnética, raio-x, e ultrassonografias - que até agora não conseguiram identificar a causa do problema.
Os médicos dizem que sua condição é "extremamente rara" e já receitaram vários medicamentos que não surtiram efeito. Ela também já tentou técnicas alternativas, como hipnose, osteopatia e as tradicionais receitas caseiras, como tomar água, vinagre, prender a respiração e respirar dentro de um saco de papel.
"Também já levei muitos sustos na escola", disse Emily à BBC, acrescentando que os soluços a deixam tão exausta que ela já precisou faltar a aulas para descansar. Os soluços também causam muita dor na garganta, diz a menina.
Contração involuntária
Emily conta que os soluços param quando está em sono profundo, mas retornam assim que ela começa a acordar.

Em entrevista à BBC, o médico Brian Hope explica que o soluço é uma contração involuntária do diafragma que causa o fechamento momentâneo da glote, levando ao aumento da pressão pulmonar a ao consequente "barulho" característico dos soluços.
"A boa notícia é que, na maioria dos casos, o soluço vai embora sozinho", diz Hope. "Apesar de já estar durando dez semanas e ser muito angustiante para Emily, o prognóstico é positivo e provavelmente isso vai parar quando ela menos esperar".

Saiba mais sobre o soluço:

O soluço é provocado por um espasmo do diafragma, um músculo que separa o tórax do abdômen e está diretamente relacionado com a respiração. Esse espasmo é acompanhado simultaneamente pelo fechamento da glote, o que prejudica a passagem de ar para os pulmões e produz o som típico e característico do soluço. Bebês estão sujeitos a crises mais frequentes de soluço, uma vez que seu sistema nervoso ainda imaturo não atua adequadamente sobre o diafragma.
Causas
O soluço pode se benigno. Nesse caso, apesar de incômodas e desagradáveis, as crises costumam ser passageiras e autolimitadas. Elas podem ter como causa a distensão do estômago provocada pela ingestão de grande quantidade de alimentos, de bebidas carbonatadas, como os refrigerantes, ou pela deglutição de ar.
Mudanças bruscas de temperatura, tabagismo, álcool, ansiedade e estresse estão entre as outras causas possíveis do distúrbio.
No entanto, as crises de soluço podem ser recorrentes ou persistentes e terem como causa problemas ligados ao sistema nervoso central, ao metabolismo, à irritação do nervo vago ou frênico, a procedimentos cirúrgicos e pós-operatórios ou a fatores emocionais.
Diagnóstico e tratamento
Existe uma série de manobras simples, que podem ser úteis no controle das crises de soluço benigno. Algumas, de fato funcionam. É o que acontece quando o paciente interrompe a respiração ou respira dentro de um saco de papel por alguns segundos, pressiona os joelhos dobrados contra o peito ou puxa a língua para provocar vômitos e eructações, a fim de aliviar a pressão dentro do estômago.
Nos casos de soluço persistente, a preocupação deve voltar-se para  a identificação e tratamento das causas. Para tanto, existem diversos tipos de medicamentos que ajudam a debelar as crises. Para os quadros mais renitentes, há ainda o recurso do bloqueio do nervo frênico.
Recomendações
Como a maior parte dos ataques de soluço dura apenas alguns minutos, é grande o número de tratamentos caseiros indicados. É muito difícil avaliar a eficácia de medidas tão empíricas, mas como são inócuas, vale a pena tentá-las no início da crise. Todavia, procure o médico se as crises durarem mais de 24 horas, principalmente se interferirem com o sono. Soluço crônico usualmente requer acompanhamento neurológico.
Manobras caseiras;
* Prenda a respiração por alguns segundos;

* Engula uma porção de açúcar cristal (uma colher de chá), miolo de pão ou gelo moído;
* Chupe uma fatia de limão;
* Respire repetidamente dentro de um saco de papel;
* Faça gargarejos com água;
* Puxe sua língua para provocar reações de vômito;
* Coce o céu da boca com um cotonete de algodão;
* Suspenda a úvula (campainha da garganta) com uma colher de chá;
* Erga os joelhos até o peito e incline-se sobre eles.
Dráuzio Varela

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