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4.23.2013

Mulheres de fibras

  MULHERES DE FIBRAmanter, afinal, pagar menos também tem seu lado trabalhoso.

 Nos posts aqui da Oficina a gente costuma dizer que tecido natural sempre é melhor que tecido sintético. Via de regra, essa afirmação realmente é verdadeira: os naturais costumam ter mais durabilidade, melhor toque e caimento. O sintético, no entanto, é mais barato, mais comum nas nossas lojas de departamento e também tem seu valor desde que a gente tenha mais atenção na hora de escolher e mais cuidado na hora de manter, afinal, pagar menos também tem seu lado trabalhoso.

Daniel Raad, uma das pessoas mais importantes da equipe de Alexandre Herchcovitch, uma vez disse para a Fê que é mais esperto comprar o melhor sintético do que a pior seda. Isso significa que embora seja verdade que geralmente as fibras naturais têm mais qualidade em comparação com as sintéticas, isso varia bastante na vida real. Não existe um único tipo de seda nem um único tipo de sintético.
A lã, por exemplo, tem uma classificação bastante complexa e sua qualidade depende, entre outros fatores, da região do corpo do animal de onde ela foi coletada. Uma lã que vem das patas não pode ser comparada a outra que vem da parte de cima da ovelha. Claro que na hora de comprar não tem como perguntar para a coitada da vendedora se a lã veio do pé, do rabo ou da cachola, mas saber isso explica porque a gente tem várias peças de lã no armário e nem todas esquentam o mesmo tanto nem duram o mesmo tanto.
Para Tais Remunhão, professora de tecnologia têxtil da Faculdade Santa Marcelina, não existe fibra ruim, o que existe é fibra mais correta para cada uso. “A verdade é que os tecidos sintéticos, por serem mais baratos, muitas vezes não recebem o devido cuidado”, diz a professora. Uma camisa de viscose que custa R$ 100 precisa do mesmo cuidado de uma de seda que custou R$ 500, afinal, a viscose é a versão sintética da seda, ela imita a seda.
Acontece que – justamente pela diferença de preço – a gente costuma lavar a de seda com carinho e jogar a irmã mais pobre na máquina. Depois pensamos que ela detonou mais rápido apenas porque era barata e sintética!
Para saber se um tecido sintético tem qualidade, é preciso reparar na trama (as mais fechadas costumam ser melhores), no toque (quanto mais sedoso, melhor) e no brilho (plástico brilha, então, quanto mais opaco, melhor).
Outro mito comum no assunto tecidos é que as chamadas bolinhas (o nome oficial delas é pling) são um defeito, um sintoma de má qualidade. Tais explica que a formação de bolinhas é uma característica das fibras curtas, como a lã usada nos tricôs. Já os chamados fios penteados, que passam por um processo mecânico de alongamento chamado penteadeira, têm menos tendência para formar bolinha. Esse é o caso da lã fria, por exemplo.
Aqui no Brasil, é raro uma roupa ser fabricada com 100% da mesma fibra. Fora quando se trata do algodão, a tendência da nossa indústria é misturar diferentes materiais. As misturas de sintético com natural são uma opção bem legal para quem não quer investir tão pesado em uma peça 100% cashmere, por exemplo, mas quer ter um pouquinho de glamour natural na roupa.
Como professora de tecnologia têxtil, claro que Tais só visita as lojas virando as etiquetas para checar a composição das peças. Avaliando apenas a questão do tecido – sem entrar no mérito estético – as lojas daqui que ela acha mais legais são Daslu, Saad e Carlos Miele. A Fê e a Cris também têm endereços certeiros para encontrar tecidos bons: Cris Barros, Erre, Flavia AranhaGiuliana Romano, Paula RaiaLita Mortari, Richards, Alcaçuz e Leeloo.

AS GÁSPEAS E A NOSSA SILHUETA

A parte da frente dos sapatos, que cobre os dedinhos, é chamada de gáspea. Se a gáspea cobre super muito os dedinhos, cobrindo um pedaço maior do pé, ela é alta; se ela cobre mas fica rasa, meio que deixando aparecer o comecinho dos dedos, então ela é uma gáspea baixa. Tipo, sapatilhas bem abertas têm gáspea baixa; docksides e mocassins têm gáspea mais alta. A gente já falou de gáspeas aqui no blog muitas vezes, mas né, não custa explicar direitinho o que é!

Pois então, quanto mais baixa a gáspea do sapato é, mais perna aparece no look – e então a gente tem sensação de perna mais longa (e de silhueta mais alongada também!). Por outro lado, quanto mais alta a gáspea, quanto mais ela cobre o pé, menos perna fica aparente e a gente acaba tendo a sensação de perna encurtada (e um pouquinho mais grossa). Isso tudo vale pra quem tá de vestido saia bermuda ou shortinho, que evidenciam o efeito que a gáspea tem na silhueta – com calça comprida a perna já tá alongada independente da gáspea.
Bom é escolher gáspeas sempre mais baixinhas ou escolher sapatos com gáspeas altas em tons próximos do tom da pele (alô nudes diferentes pra cada uma!). Ou coordenar a cor do sapato com a cor da parte de baixo do look (tudo claro ou tudo escuro!) e – melhor ainda! – coordenar looks monocromáticos. Quanto mais a gáspea mostra o comecinho dos dedos, mais feminina a gente fica – essas fendinhas tem conotação super sexy, sabia? No frio vale acompanhar a cor do sapato com a da meia-calça, pra compor um bloco só e fazer crescer visualmente a pernoca.
E aí quem curte esses modelos com gáspea alta (a gente AMA docksides!), pode prestar atenção na fórmula: “quanto mais a gáspea sobe, mais o comprimento sobre junto”, pra assim ir manipulando a quantidade de perna que a gente mostra (quanto mais perna de fora, mais alta e magrinha a gente parece)

  

PRA CRIAR ILUSÃO DE CINTURA

Tem forma de corpo e forma de roupa. E tem como um ajudar o outro. Presta atenção nesse exercício – fácil fácil de experimentar em casa! – que faz com que a forma da roupa ajude a forma (e o volume!) de quem tem ou tá com uma pancinha:

Quanto mais “redondinha” a gente tá, mais linhas retas a roupa pode ter: casacos usados abertos, já sabemos, são os melhores amigos de quem quer criar ilusão de cintura. Terceira peça que salva e equilibra tipos físicos! Nessa de escolher terceiras peças abertas, a gente acaba usando capinhas folgadas ou cardigans de tricô – o primeiro pode aumentar a silueta pros lados e o segundo pode seguir a “forma redonda” de quem tá acima do peso (que se quer ter).
Se a gente escolhe, então, uma parte de dentro bem sequinha, ajustada, que caia próxima da pele (sem grudar!), e uma terceira peça retinha MAS ACINTURADA, pouco importa a forma da silhueta e mais importa a forma que a terceira peça cria! O que se vê é uma sombra de barriga lá dentro e a forma externa delineando uma cintura-mesmo-que-fictícia, enganando geral (pro bem!). Vale até marcar a cintura lá dentro, com cintinho ou com faixa, e vestir a terceira peça por cima. Dá pra ver mais ou menos como fica nesse videozito aqui, quando a gente improvisou um casaco acinturado pra uma cliente (lembra?).
A própria terceira peça não precisa ter cintinho, nem precisa ser justa: só de sobrepor a silhueta real com uma inventada – e que aparece mais! – ela já ajuda. Pra idéia das linhas retas funcionar, melhor que essa terceira peça seja confeccionada em tecido plano. Experimenta que a gente tem cer-te-za de que vai afinar – e o sorriso vai aparecer! Elogio também! ;-)

QUAL O NOSSO PROJETO DE PAÍS?

ALÉM DO ESPELHO
por Clara Prado 
Os meus pensamentos sobre os desafios cotidianos da vida – e principalmente sobre minhas escolhas – costumam ter duas pontas: a primeira, a ansiedade e a angústia de achar que é demais pra mim, que desta vez eu não vou conseguir!; a segunda, a felicidade de perceber o tanto que nossa geração tem sorte de ser livre para escolher. Claro que esse nível de liberdade é questionável – principalmente em uma sociedade em que o acesso a tudo está condicionado ao dinheiro. Mas também é claro que somos muito mais livres que nossos antepassados, principalmente nós mulheres. Temos mais liberdade intelectual, individual e política. E, muito preciosa, temos infinitamente mais liberdade de acesso à informação, por meio desta coisa maravilhosa que é a internet e aqui estamos, compartilhando ideias e construindo nossos imaginários e desejos de futuro.
Pois bem, com mais liberdade vem mais responsabilidade. Com esse acesso alucinante a conteúdos, como assimilamos o que vemos e criamos nossas narrativas pessoais? Aqui na Oficina estamos buscando, juntas, construir nossas histórias de vida a partir de escolhas conscientes, para lidar com cada um dos aspectos que nos exigem decisões: vida financeira, alimentação saudável, imagem pessoal, aplicações das tecnologias, uso do tempo livre e outros temas que virão. Mas como devolver à sociedade e ao mundo ações que construam níveis de liberdade ainda maiores que os nossos para futuras gerações?

Acredito que podemos nos implicar verdadeiramente na construção de uma realidade melhor, por meio de nossos atos cotidianos. Mas também acredito que podemos influenciar, cada uma do lugar que ocupa, a consolidação de um imaginário de Brasil mais justo, mais coerente e mais solidário. Agir no micro e agir no macro. Ter gentileza com todos os que nos rodeiam e também ter consciência dos papeis sociais que ocupamos e extrair o máximo deles em benefício do coletivo.
Por exemplo, quando discutimos os índices dos mais de 20 milhões de brasileiros que saíram da pobreza absoluta, ainda ouvimos os argumentos do assistencialismo, da tal diferença entre dar o peixe e ensinar a pescar… cadê nossa sensibilidade para perceber que, neste caso, é quase uma questão de ajuda humanitária, emergencial? Como podemos aceitar viver em um país que nos proporciona prosperidade, ignorando que muitos de nós ainda não têm acesso ao básico para a sobrevivência, como alimentação e saneamento? Claro que o básico é pouco. Claro que precisamos de acesso a educação, saúde, cultura e trabalho para que nosso desenvolvimento seja consistente. Mas não deixemos os argumentos prontos e fáceis acabarem com a nossa solidariedade ao próximo.
Outro ponto importante é fazermos da discussão política uma “coisa feia” em si. Concordo que devemos ser absolutamente intolerantes em relação à corrupção, e não apenas na política. Mas esse é um pressuposto, não esgota a discussão.  Desqualificar toda a discussão política com base nesse argumento faz muito pouco pelas futuras gerações e também faz muito pouco da herança democrática que gerações anteriores nos deixaram às custas de muita dedicação e sacrifícios.
Ninguém aqui está falando de miltância. Estou falando de um sentimento de pertencimento produtivo, que não nos paralize ou desresponsabilize, mas que nos implique e nos mova adiante. A começar por pensar com a própria cabeça e com o próprio coração. Não reproduzir argumentos e opiniões sem torná-los nossos. Não aceitar o caminho mais fácil. Ter consciência de que aquilo que dizemos tem influência sobre a realidade que nos cerca. Inverter a velha lógica de tentar convencer os estrangeiros dos defeitos do país, enquanto eles tentam nos convencer das qualidades. Como se pudesse haver um Brasil que não aquele feito por nós, dia após dia. Temos um projeto para ele? 

SAPATO COMENDO A BARRA DA CALÇA

Pensa em quantas vezes você já viu essa cena: a moça andando toda bonitinha na sua frente e a barra da calça dela (lááá embaixo, tão compridinha) vai sendo engolida pelo sapato aberto na parte de trás, a do calcanhar. Dá vontade de cutucar no ombro, avisar e ajudar a arrumar, né? Barra longa demais tira toda a elegância de um look, além de achatar (visualmente) a silhueta. Isso da barra ser engolida pelo sapato acontece porque o comprimento da barra da calça precisa ser um pouquinho mais curto pra coordenar direitinho com sapatos abertos atrás (presos por tirinhas ou fivelas).

Vê só que a barra comprida, como quase sempre a gente marca antes mesmo de sair da loja, funciona meio que cobrindo o salto do sapato – enquanto se está paradinha, “posando”. Na primeira mini-caminhada o movimento do andar faz com que o sapato se afaste da sola do pé (por conta da folguinha da tira atrás do tornozelo) e nham: a barra da calça é engolida – não tem jeito! Quem ama esse modelo de sapato pode, então, ter uma ou outra calça com a barra feita mais curtinha especialmente pra esse uso. Ou pode aproveitar a onda de barras dobradinhas e ainda atualizar o look, viu!

SOBRE O VALOR DA BELEZA

Passeei por 12 dias no Peru na virada de 2011 pra 2012, e essa foi uma viagem super diferente de tudo: cheia de cheiros novos, sabores incríveis, natureza, história e balneário-delícia (alô Lima!), tudo misturado. Eles tiveram por lá muuuuitos povos bem inteligentes, que dominaram territórios, fizeram construções super fortes, realizaram experimentos bem impressionantes em medicina e criaram sistemas de agricultura e irrigação ultra inteligentes. O mais famoso desses povos foi o que formou o Império Inca, que a gente estuda na escola (lembra?), e junto com todas essas façanhas chama atenção também a habilidade de desenvolver tecidos e tapeçarias, adornos feitos com pedras e conchas (!!!) e o gosto pelo brilho do ouro e da prata. Diz que quando os espanhóis chegaram pra dominar essa civilização, a primeira leva de saques mandou pra Espanha 12 navios lotados dos metais preciosos dos Incas.

Os espanhóis foram atrás de riquezas, enquanto os Incas curtiam ouro e prata pelo adorno, somente. O sistema de valor deles nada tinha a ver com ‘metais preciosos’ (eles usavam um sistema de nós em cordinhas como dinheiro, pra você ter uma idéia), mas eles amavam o polimento, o acabamento e o brilho que o ouro e a prata davam às suas construções de pedra – alô cordenação de cores: cinza-pedra e dourado-ouro é sempre uma lindeza, desde os tempos Incas. Enchiam tudo de ouro pra enfeitar, pra viver a vida envolta em beleza, pra agradar os olhos. Não era pelo valor monetário/financeiro, não era por “quanto tinha custado”, não era pra ostentar nem nada. Era pra animar a vida daquela gente toda, pra dar orgulho, pra bilhar o olho! Tinha mais a ver com dignidade do que com valor-de-dinheiro.
E aí que numa estradinha no interior de Cusco, indo de um passeio a outro, tinha uma feira. Local mesmo, de legumes e verduras e utilidades, como as nossas feiras de bairro, num povoadinho super humilde e nada-nada turístico. A gente pediu ao motorista pra descer e conhecer, ele achou super esquisito mas topou – e foi com a gente porque era um povoado tão roots que pouca gente falava espanhol: quase todo mundo falava Quéchua, que é a língua dos Incas e que se passa até hoje de geração em geração (super bonito isso). As fotos que ilustram esse post foram todas tiradas lá. Ninguém lá esperava ver turistas, ninguém tava vestido pra festa. Quem tava ali tava cumprindo uma função do dia-a-dia, tava abastecendo a cozinha/a casa, rotina. E olha, elas tavam todas LINDAS.

Tava um frião e dá-lhe leggings de lã por baixo de 5 ou 6 camadas de saias, todas bordadas (to-das), rodadas, cheias de aplicações e brilhos. Cardigans ainda mais coloridos e vibrantes do que as camisetas arco-íris usadas por baixo. Casaquetos com texturas criadas com fitas e botões, mantôs multi-coloridos que carregam nas costas compras e crianças, chapéus com babados e pequenos enfeites nas pontas das tranças feitas nos cabelos. Gosto pelo adorno, vontade de se enfeitar e de embelezar a vida – independente do valor que esse adorno tem, independente de quanto custa, beleza pela beleza. Pelo brilho no olho. Tanto faz o que todo mundo em volta tava achando, ou quanto dinheiro aquilo tudo valia, ou se alguém reconheceria de que marca (oi?) aquilo veio. Um colorido que ofuscava a humildade do lugar, das pessoas, das coisas. Um mar de animação visual, um super sopro de inspiração.
Me fez pensar na nossa relação com a beleza, com o dinheiro, com o espelho, com amor próprio. A gente se ama mesmo ou quer mostrar o que tem? A gente curte o que usa pelo que é ou por quanto vale? A gente gostaria das mesmas coisas se elas não fossem produzidas pelas marcas que produzem? Elas lá nesse povoado do interior de Cusco se curtem tão genuinamente, tão sem ligar pro que todo mundo em volta acha… que produzem respeito e admiração (me produziu amor também, viu). Tem a ver com o que elas vestem, mas é tão mais digno e importante!

A REFERÊNCIA QUE IMPORTA

“Pessoas cuja referência é externa querem acertar pelos outros – para que sejam aceitas ou invejadas. Mas as pessoas cuja referência é interna querem acertar por si mesmas – para que se sintam confortáveis consigo mesmas.” –> A referência que importa, de verdade, tá do lado de dentro. A gente já tem tudo que precisa.

TERCEIRA PEÇA QUE ALONGA

Toda vez que a gente usa uma terceira peça no look a gente ganha um tantinho extra de formalidade/elegância e uma dose extra de interessância – já que o complemento dá chance de coordenar mais cor, estampa, textura, material. E toda vez que a gente usa uma terceira peça sem fechar, aberta assim na frente do tronco, as “abas” da própria peça formam um vão vertical super afinador de silhueta. Esse vão corta a silhueta do pescoço até abaixo da cintura (dependendo da altura da terceira peça) atraindo olhares de cima pra baixo e de baixo pra cima – e não de um lado pro outro, na horizontal… sacou? Tudo ilusão de ótica! ;-)


fotos feitas pela dani toviansky <3 p=""> O truque alongador funciona turbinado quando a gente coordena cores que reforcem a idéia: se na parte de dentro a cor é mais viva, mais clara ou mais colorida e na parte de fora a cor é mais opaca, mais escura ou mais neutra, então só o que se percebe é essa pequena “fresta” no centrão da silhueta – e nada de contorno. Essas cores podem ser coordenadas por comparação umas com as outras, tipo cinza pode ser claro se coordenado com marinho mas pode ser escuro se coordenado com bege, sabe como? E esse truque não serve só pra quem quer afinar a figura, serve também pra quem quer parecer um pouquinho mais elegante – tudo que alonga/afina e dá sensação de longilínea, transmite essa idéia (mesmo em looks informais). A gente aqui usa muito, ensina muito pras clientes, treina novas possibilidades todos os dias e olha, tem funcionado de todo jeito!

no primeiro post sobre ela feito aqui no blog, reeditado mas original de 2007 (!!!)
sobre como usar terceira peça mesmo no calor — com um reflexão extra sobre corpo e saúde
com a gente em vídeo, lindas maquiladas, falando dessa sacada sofisticadora de look

DO QUE A GENTE PRECISA?

Todo mundo já viveu isso: passar em frente a uma vitrine (ou clicar num endereço de venda online) e pensar “eu PRECISO disso!”. Quem nunca se justificou usando essa necessidade doida que às vezes a moda faz a gente sentir (é ou não é?). Mas né, com guarda-roupas abastecidos durante toda uma vida, duas-três-quatro portas de armário cheios de pecinhas ótimas (às vezes até mais!)… a gente ‘precisa’ mesmo de alguma coisa?
A verdade-verdadeira é que ninguém PRECISA de nada. Em moda, a expressão ‘necessidade’ pode ser inteligentemente substituída por ‘fazer a diferença’. Simples assim: a gente não precisa de nada, mas a gente pode ter coisas que façam a diferença no armário, no vestir de todo dia, na vida prática.
E essa troca – de valores! – não é desculpa pra justificar as mesmas compras que a gente faria por “necessidade” não. Precisar, precisar mesmo, a gente precisa é de consciência, de inteligência pra cuidar do dinheiro que ganha, de esperteza pra escolher onde se vai gastar e com o quê. A troco de quê. Então o que faz a diferença? Como identificar o que é chilique-chamado-convenientemente-de-necessidade e o que faz-a-diferença?
Peça de roupa (ou acessório) que faz a diferença é o que faz a gente dar um salto – de quem a gente é para quem a gente quer ser, sabe como? Peça que dá liga, que serve como cola entre outras tantas peças que podem estar paradas no armário, que faz render um monte de coordenações (lembra da regra das – pelo menos – três coordenações pra cada peça?) – essa faz diferença. Faz toda diferença o que não tem substituto no guarda-roupa, o que acrescenta informação extra, original e nova de verdade dentro do conjunto de peças que já se tem. Isso faz a diferença.
É um tempo de consciência, de viver bem a vida, de dar importância ao que é importante de verdade – e não ao que parece ser urgente. Moda é legal mas não é tão importante, gente. Não tanto quanto ter dinheiro na conta pra estar tranquila, quanto planejar/garantir conforto no futuro, quanto ter contas em dia. Roupa a gente tem – até sobrando. Comprar por comprar é bem demodé. E quando o dinheiro compra o que faz a diferença (e não o que é falsa necessidade) a gente é mais esperta.


  

“MAGRA” NÃO É ELOGIO!

A gente não é só peito ou só bumbum ou só quadril ou qualquer outro pedaço de carne. Do mesmo jeito também não é só gordinha ou só magrela. A GENTE É UM TODO, UM SER INTEIRO, muito mais do que só corpo (inclusive inteligência, sorriso, habilidades, bom humor… tudo isso é também quem a gente é: almas que tem um corpo!). E a gente não diz “nossa, seu olho é castanho!” como um elogio — porque isso é característica apenas — ou “uau seu olho é verde!” como se fosse um defeito. Portanto, ser magra ou ser gordinha também é só característica, e não elogio ou demérito.
Um corpo que quem se alimenta com o que nutre de verdade, faz exercícios físicos com frequência regular e que dorme horas suficientes pra estar descansado É UM CORPO SAUDÁVEL. E um corpo saudável é sempre bonito — seja em manequim 38 ou 46.
E se o nosso corpo saudável tá cuidado, com tudo funcionando super direitinho como a natureza fez e programou desde o nosso nascimento, então por que tanta gente não quer ter o corpo que tem, mas quer ter outro corpo de outra pessoa? 
Pra gente aqui na Oficina, parece ser mais inteligente cuidar com mais carinho do que a gente tem em vez de fazer força pra ser parecer alguém que a gente não é. Comer pro corpo que a gente tem — que funciona perfeitamente, leva a gente pra onde a gente quiser, dá suporte pra gente viver essa vida linda! — e amar o corpo que a gente tem, independente de quilinhos extra. Aprender a amar a gente mesma, desse jeito único e muito especial, pra gente se cuidar com carinho equivalente. Tudo que a gente ama a gente também cuida, não é? E tudo que recebe cuidado é bonito, não tem como não ser!

((Seguir o #projetofulanadetal não aproxima (nem um pouquinho!) a gente dessa idéia de deixar de ser a gente pra ser a fulana — continua todo mundo, seguindo ou não seguindo, sendo a mesmíssima pessoa. A fulana é a fulana e ponto: ninguém mais é ela, só ela mesma! Nosso trabalho focado em autoestima, na consultoria e na escola, quer ajudar clientes e alunas a enxergar o melhor nelas mesmas o tempo todo, independente de padrões inventados ou referências externas. Isso dá resultado em forma de tolerância — pra gente e pra quem passa pela consultoria. Tipo assim: quanto mais a gente se curte, se aceita, cuida do que tem… mais a gente tolera, aceita e abraça diferenças. Alô

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