Nota Esta manchete é pra Careca comprar a revista Veja.
Calvície
Cientistas já conseguiram reverter a calvície e recuperar os pelos de camundongos cobaia. Aos calvos, no entanto, resta apenas a espera. Um ano após anúncio de que a finasterida pode causar danos permanentes ao homem, a medicina ainda não encontrou um novo tratamento contra a calvície
Aretha Yarak
Calvície: o problema atinge cerca de 85% dos homens acima dos 65 anos
(Thinkstock)
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A CALVÍCIEA alopecia androgênica, como é conhecida a calvície, se caracteriza pelo afinamento progressivo do fio de cabelo. Esse afinamento é uma consequência da redução em volume da matriz capilar (raiz, onde se produz os fios), causada por uma hipersensibilidade ao hormônio diidrotestosterona (DHT, um resultado da metabolização da testosterona). A enzima responsável pela transformação da testosterona está mais presente nas regiões frontais da cabeça, por isso, predominantemente, os homens ficam calvos nas "entradas" e no cocuruto.
Com a diminuição em tamanho da matriz, os fios acabam sendo produzidos cada vez mais finos. Ao fim de diversos ciclos de crescimento capilar, essa matriz fica tão pequena que, incapaz de produzir mais fios, se atrofia. De acordo com Arthur Tykocinski, dermatologista especializado em cabelos e pelos, a calvície afeta em algum grau cerca de 50% dos homens aos 50 anos de idade — e de 10% a 20% das mulheres. No padrão masculino, o afinamento costuma acontecer nas "entradas" e no cocuruto. Já nas mulheres, a calvície tem um padrão mais difuso e menos localizado.
A época ideal para se procurar um dermatologista é quando se percebe que os fios começam a ficar mais finos. Os remédios existentes hoje, como a finasterida, não trazem de volta os fios que não crescem mais. O medicamento ajuda apenas a dar uma estabilizada na queda. "Depois que a pessoa ficou careca, a única opção é o transplante", diz Tykocinski.
Pouco cabelo e muito charme
"Preferia ter ficado careca", diz ex-paciente que usava finasterida
Publicada em fevereiro de 2011 no periódico PLoS One, pesquisa conduzida pela Universidade da Califórnia descobriu uma nova droga eficiente em fazer crescer pelos em camundongos carecas. A descoberta aconteceu quase ao acaso. Enquanto estudavam como o stress interfere nas funções gastrointestinais, os pesquisadores acabaram por encontrar um composto químico que conseguia induzir o crescimento capilar, batizado de astressin–B. Esse composto agia bloqueando um hormônio relacionado à perda de cabelo. De acordo com Million Mulegeta, coordenador do estudo, a descoberta pode levar a novas formas de tratamento da calvície em humanos. Infelizmente, disse ao site de VEJA, a pesquisa não apresentou uma evolução significativa nos dois anos. Os testes clínicos e de toxicidade em humanos ainda nem começaram, e não há perspectivas de apresentação de novos resultados.
Em outra pesquisa, publicada em março de 2012 no periódico Science Translational Medicine, cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, identificaram um lipídio responsável por inibir o crescimento do cabelo. Chamado de prostaglandina D2 (PGD2), o lipídio impedia o crescimento capilar por meio de um receptor chamado GPR44 — que é um alvo terapêutico promissor para a calvície masculina e feminina. De acordo com George Cotsarelis, coordenador do estudo, em um ano o levantamento não teve muito avanço prático. "Não há nada de novo, nenhum dado novo. Ainda estamos nas fases de pesquisa pré-clínica", disse em entrevista ao site de VEJA.
Fitoterápico — De acordo com o dermatologista Vacinir Bedin, presidente da Sociedade Brasileira do Cabelo, há um fitoterápico no mercado que vem sendo usado por alguns pacientes. Os extratos da planta Serenoa repens, uma planta nativa da América do Norte, teria uma função andrógena muito semelhante à da finasterida, mas com menos efeitos colaterais. "Não há estudos sobre esse extrato demonstrando que ele evita a queda de cabelo. Mas existem pesquisas que mostram que ele bloqueia a enzima 5-alfa-redutase, assim como a finasterida", diz Bedin. O uso do fitoterápico, no entanto, segue como off label (fora da sua indicação original em bula).
Apesar das descobertas recentes, os avanços médicos em relação à calvície ainda esbarram no conceito mais básico: como ela acontece. "Ainda não se sabe exatamente o acontece, qual o mecanismo exato que leva à diminuição da matriz capilar", diz Thais Ferraz, dermatologista e especialista em tricologia. Se os ratos eram queimados nos tempos de Júlio César, atualmente eles são os únicos beneficiários dos parcos achados contra a calvície.
Atenção leitores: Esta manchete da Revista Veja
ResponderExcluir"Por que ainda existe gente careca?"
é só para vender revista. Calvicie não tem cura.