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4.18.2013

Rio lança campanha de combate à automedicação


Rio -  O governador do Rio, Sérgio Cabral, decretou, em nota publicada no Diário Oficial, lei que institui campanha de conscientização e combate à automedicação. A campanha será constituída por palestras de esclarecimentos à população, distribuição de folhetos informativos e explicativos nas redes de escola pública e de saúde, além de ser veiculada nos rádios e nas televisões. A campanha poderá se extender além da "Semana de Conscientização e Combate à Automedicação".
Riscos 
Para a Anvisa, a venda de medicamentos tarja vermelha, que teoricamente precisam de prescrição médica, mas que na prática são vendidos sem apresentação de receita, é um problema grave de saúde pública e agrava ainda mais esse processo de se automedicar. Esses remédios correspondem a 65% do mercado de medicamentos e, para a maioria deles, a legislação sanitária exige apenas a apresentação da receita médica no ato da compra. As farmácias não são obrigadas a reter as receitas e, na prática, não costumam exigir a apresentação delas.
Idosos são os mais prejudicados
Cerca de 30% dos idosos que dão entrada em emergências de hospitais nos Estados Unidos são internados pelo mau uso de remédios. O alerta é do diretor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Rubens de Fraga Júnior.
No Brasil, a situação não é diferente. Apesar de não existirem estatísticas relacionadas ao assunto, a automedicação entre os idosos no País também causa muitos e graves problemas aos pacientes. “Costumamos dizer que o idoso tem mania de se automedicar”, diz Fraga Junior.
Ele conta que os idosos tomam remédios de forma indiscriminada. Por isso, muitas vezes, ficam esquecidos, têm tonteiras, sofrem quedas e a família acha que é normal para a idade. “Na realidade, esses sintomas podem ser reação adversa ao uso errado dos medicamentos, o que pode levar à morte”, afirma.
Foto: Banco de imagens
Uso indiscriminado de remédios é uma das principais causas de internações em hospitais |  Foto: Banco de imagens
Ele explica que, com a idade, o metabolismo sofre muitas alterações. Isso muda também a forma como o paciente reage ao medicamento. Aos 80 anos, por exemplo, os rins sofrem cerca de 50% de redução no funcionamento. Já no fígado, a perda chega a 40%.
Por isso, o tempo de ação da droga também muda. O efeito de um comprimido de medicamento para ansiedade, por exemplo, pode durar uma semana para um idoso. “É preciso cautela. O geriatra é o profissional mais indicado para saber de que forma os remédios vão agir nessa faixa etária”, afirma.
De acordo com o médico, 30% dos medicamentos vendidos hoje no Brasil são consumidos por idosos. Muitos são inapropriados para pessoas com idade avançada. “Alguns anti-inflamatórios estão ligados a gastrites, sangramentos digestivos e problemas renais, além de insuficiência cardíaca”, diz.
Segundo o profissional, um dos erros mais graves cometidos por esses pacientes é repetir a medicação sem consentimento médico. “Não é porque tomou um anti-inflamatório uma vez, por uma dor, que pode tomar em qualquer situação. A escolha depende de vários fatores”.

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