Moradores da área com baixo IDH acham que terão mais infraestrutura após evento
POR Maria Luisa Barros
Rio -
O anúncio da primeira visita do Papa Francisco a uma favela carioca, em
julho, para participar da Jornada Mundial da Juventude, foi recebido
com alegria
pelos fiéis moradores da comunidade da Varginha, no Complexo de
Manguinhos. Apesar do clima de celebração e de boas-vindas, famílias da
recém-pacificada favela da Zona Norte do Rio esperam que a passagem de
Sua Santidade desperte a atenção das autoridades para a comunidade que
vive em precárias condições e tem um dos mais baixos Índices de
Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade.A paraibana Josefa espera que sua família seja agraciada: 'Nunca vi um Papa. Desta vez, vou ver de pertinho' | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
No local escolhido pela segurança do Vaticano, o líder dos católicos será recebido por cinco famílias da comunidade, conforme antecipou a coluna ‘Informe do Dia’. “Será uma bênção para todos nós”, comemorou a aposentada Josefa Tajino da Silva, 76 anos. Moradora da favela há mais de três décadas, a paraibana espera que sua família seja uma das agraciadas para receber a visita do Sumo Pontífice. “Nunca vi um Papa. Desta vez, quero ver ele bem de pertinho. Vou ficar muito feliz se puder dar um abraço nele”, sonha Josefa.
Como ela, os moradores da Varginha esperam há anos pela despoluição e dragagem do rio que separa a comunidade da favela do Mandela. “Queremos que o rio seja limpo. Quando chove, a água invade as casas”, conta. Para o taxista Assis Emídio, 40, a vinda do Papa Francisco renova a esperança de dias melhores para sua filha, Maria Júlia, 6. “A coleta de lixo é ruim e a tubulação de água e esgoto é muito antiga”, reivindica o morador.
Esperança de reativação de capela e de mais serviços
Uma das duas capelas da Favela da Varginha está abandonada e tomada pelo lixo. Ao lado dela, funcionava um centro comunitário e uma lavanderia coletiva que fecharam as portas. O único movimento é no Dia de São Sebastião, padroeiro do Rio, quando a igrejinha abre as portas para a procissão de fiéis.
Expectativa é que seja dragado rio que separa a comunidade do Mandela: quando chove, transborda e inunda casas | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
Para as famílias, o futuro dos jovens da região é a maior preocupação. “A vinda do Papa será muito boa para a comunidade. Espero que se fizerem alguma melhoria para a chegada dele não fique só na maquiagem. Precisamos que invistam em mais educação e ofereçam cursos para nossos filhos”, disse a dona de casa Cristiane Virgínia da Silva, 32 anos, mãe de três meninas com idades entre 5 e 12 anos.
Símbolos da JMJ percorrem o estado
Símbolos da Jornada Mundial da Juventude, a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora, estarão, até o dia 5 de maio, na Diocese de Valença. De lá, seguem para Nova Friburgo e, depois, para a Diocese de Campos. No dia 19 de maio, os símbolos chegam à Arquidiocese de Niterói, que irá sediar o evento nacional chamado Bote Fé. Antes de chegarem à capital para a Jornada Mundial, no dia 6 de julho, cruz e ícone passam pelos municípios da Baixada Fluminense e por Petrópolis.
Moro em Varginha, meu amigo e o catolicismo aqui é ainda a religião mais presente e os fiéis são bastante ativos.
ResponderExcluirUm grande dia para si...
Obrigado minha amiga Malu.
ResponderExcluirBeijo neste seu coração maravilhoso.