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5.26.2013

A Vida de Adèle vence o prêmio da crítica em Cannes


Festival de Cannes

A escolha da Fipresci tem a tradição de antecipar a Palma de Ouro
Por Orlando Margarido
A Vida de Adèle vence o prêmio da crítica em Cannes
Cannes -- A Fipresci acaba de eleger seus filmes preferidos e foi para Abedllatif Kechiche e seu La Vie d'Adèle o prêmio principal. A entidade é a federação de críticos que representa profissionais de todo o mundo e a cada edição dos principais festivais internacionais seleciona um grupo para eleger os melhores filmes. Uma das importâncias do prêmio é apontar preferidos para o júri principal, e no caso aqui a Palmarés, ou seja, as Palmas. Kechiche, como já disse aqui no blog, tem sido eleito pelos jornalistas que participam de rankings em publicações especializadas. O diretor já voltou a Paris, e foi representado por um produtor na cerimônia. Como a capital é próxima, não é o caso de pensar que ele está descartado da premiação oficial. Mas é difícil crer que Spielberg e seus colegas de júri concedam a Palma de Ouro ao filme. Será feio se não conceder ao menos um prêmio importante, e me parece que eleger as garotas que vão ao limite em um  relacionamento homossexual possa ser a saída. Saberemos amanhã a partir das 7 da noite no horário local, duas da tarde aí no Brasil.

A Fipresci também elege os melhores das seções paralelas. Da paralela Un Certain Regard, ou Um Certo Olhar, o escolhido foi o filme iraniano  Manuscripts Don't Burn, uma decisão também política, na medida em que a obra é uma crítica aberta e assumida ao regime do país a partir de um drama de escritores que são censurados e perseguidos pela máquina repressora do governo. No início um tanto novelesco, o filme ganha força na metade de suas duas horas e vinte minutos quando entra em cena a ação propriamente física dos agentes da censura. Uma boa escolha, mas o contexto  seguramente pesa mais que a obra. Já a Quinzena dos Realizadores e a Semana da Crítica são unidas num só prêmio e saiu da primeira o vencedor, Blue Ruin, de Jeremy Saulnier.

Junto com a Fipresci, o Júri Ecumênico também apresenta seus melhores, e Ashgar Farhadi com seu Le Passé compreensivelmente se encaixa no perfil do prêmio como o escolhido. Houve ainda duas menções, a Valeria Golino, com Mel, e Tal Pai, Tal Filho, de Kore-eda, esta da competição oficial. O diretor japonês também já se foi de Cannes e fica mais difícil imaginar ele retornando amanhã, o que descartaria um prêmio maior. Mas enfim...

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