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5.04.2013

Carne vermelha aumenta risco de doenças cardíacas, diz pesquisa

Cientistas americanos descobriram que, junto à gordura e o colesterol, o metabolismo do intestino humano também faz carne elevar o risco de doenças cardiovasculares

Carne vermelha (Foto: SXC)

Além da gordura e do colesterol, cientistas descobriram mais uma razão por que o consumo de carne vermelha aumenta o risco de doenças cardiovasculares. Segundo pesquisa americana publicada no periódico Nature Medicine, o metabolismo da substância L-carnitina por bactérias no intestino humano produz uma substância que favorece o acúmulo de gordura nas paredes arteriais, podendo desencadear um processo de aterosclerose. 
A L-carnitina, também presente em bebidas energéticas e consumida como suplemento alimentar, é um nutriente natural da carne vermelha, cuja promessa é ajudar a queimar gordura e emagrecer mais rápido. Os resultados da pesquisa, porém, mostraram que um consumo excessivo da substância pode ser prejudicial à saúde. Não por conta da L-carnitina diretamente, mas de uma substância derivada dela, chamada TMAO.

Em uma série de experimentos comparativos, os cientistas demonstram que há uma relação direta entre a produção de TMAO e risco elevado de doenças cardiovasculares. Um risco que ainda não está totalmente quantificado, mas que "parece ser bastante significativo", segundo o autor principal do estudo, Stanley Hazen, do Departamento de Medicina Celular e Molecular da Cleveland Clinic, em Ohio, Estados Unidos.
"Há tempos já se sabe que há um fator de risco para doenças cardiovasculares associado ao consumo de carne vermelha; mas as gorduras saturadas e o colesterol não são suficientes para explicar isso. O que estamos mostrando nesse estudo é um novo mecanismo que ajuda a explicar por que esse risco existe", disse Hazen. "Agora temos mais um fator para prestar atenção, e mais um mecanismo no qual podemos intervir na busca de tratamentos."
As análises foram realizadas com camundongos e seres humanos, incluindo comparações entre veganos, vegetarianos e onívoros. Os resultados indicam fortemente que, quanto maior o nível de TMAO no organismo, maior o risco de desenvolver aterosclerose – doença crônica que estreita os vasos sanguíneos – e outras doenças cardiovasculares.
Isso porque o TMAO altera a maneira como o colesterol e os esteroides são metabolizados e inibe um processo chamado "transporte reverso de colesterol", que resulta num aumento do acúmulo de gordura nas paredes internas das artérias - mesmo que os níveis de colesterol circulante no sangue continuem normais, afirma Hazen. "Talvez isso explique porque algumas pessoas desenvolvem aterosclerose mesmo sem ter colesterol alto."
EK

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