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5.01.2013

Cientistas criam "curativo elástico" para recuperar tecido cardíaco

Doenças cardiovasculares

Substância feita a patir de uma proteína do próprio organismo humano é capaz de estimular o crescimento de células cardíacas

Anthony Weiss
Anthony Weiss, pesquisador da Universidade de Sydney: "Nenhuma outra substãncia eslástica se comporta dessa maneira". (Universidade de Sydney)
Pesquisadores das Universidades Harvard e de Sydney desenvolveram um “curativo” elástico que pode ajudar a evitar a insuficiência cardíaca, revertendo a perda de massa do coração. A substância, feita a partir de uma proteína encontrada em tecidos humanos, auxilia no crescimento das células cardíacas, é capaz de manter um batimento sincronizado, além de responder a estímulos elétricos. O estudo, ainda em fase in vitro, foi publicado nesta sexta-feira no periódico Advanced Functional Materials.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Highly Elastic Micropatterned Hydrogel for Engineering Functional Cardiac Tissue

Onde foi divulgada: periódico Advanced Functional Materials

Quem fez: Nasim Annabi, Kelly Tsang, Suzanne M. Mithieux, Mehdi Nikkhah, Afshin Ameri, Ali Khademhosseini e Anthony S. Weiss

Instituição: Universidades de Sydney e Harvard

Resultado: Criada a partir de proteína presente no próprio organismo, uma espécie de substância elástica é capaz de estimular o crescimento de células cardíacas. Testado em uma cultura de células de ratos, o material fez com que as células envoltas por ele conseguissem ainda bater em sincronia e responder a estímulos elétricos
Para desenvolver o material elástico (uma espécie de gel), os pesquisadores utilizaram a tropoelastina, uma proteína encontrada em tecidos elásticos do corpo humano. “Banhamos a proteína em luz até que ela deu origem aos ‘curativos elásticos’, que foram feitos em menos de um minuto”, conta Anthony Weiss, integrante do grupo de pesquisadores. “Eles são incrivelmente elásticos, podendo ser esticados a até quatro vezes o seu comprimento, além de estimular o crescimento das células em sua superfície”, afirma Weiss.
Esse material elástico também é capaz de promover a união, a separação, o alinhamento e até a comunicação intercelular de células cardíacas de ratos cultivadas em laboratório, reproduzindo seu comportamento em organismos vivos. As células envoltas pelo material elástico conseguem ainda bater em sincronia e responder a estímulos elétricos. “Nenhum outro material elástico se comporta desta forma. Podemos aplicá-lo cirurgicamente para ajudar na reparação de tecidos”, afirma Weiss.

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