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5.31.2013

Cirurgias feitas no fim da semana têm risco maior, indica estudo


Riscos aumentam conforme passam os dias da semana Foto: Getty Images
Riscos aumentam conforme passam os dias da semana
Foto: Getty Images
Uma nova pesquisa britânica descobriu que os pacientes que passam por cirurgias na sexta-feira têm 44% mais chances de morrer do que os que fazem o procedimento na segunda-feira. A pesquisa também indica que o risco de morrer é ainda mais alto se a cirurgia for feita durante o fim de semana, 82% maior do que na segunda-feira. Mas os pesquisadores afirmam que apenas uma minoria dos procedimentos planejados atualmente é realizada em sábados e domingos.

Os pesquisadores do Imperial College de Londres reuniram dados relativos a todas as cirurgias programadas (que não eram feitas em situação de emergência) realizadas pelo NHS, o serviço público de saúde britânico, na Inglaterra entre 2008 e 2011. Ao analisar cerca de 4 milhões de procedimentos, os autores do estudo descobriram mais de 27 mil mortes em um mês, o que representa um risco médio de morte de 0,67%.

Menos médicos

Os pesquisadores afirmam que os problemas com os procedimentos nos últimos dias da semana podem ocorrer devido a cuidados pós-operatórios de má qualidade no fim de semana.

"As primeiras 48 horas depois de um procedimento são as mais críticas, quando as coisas podem dar errado, como sangramentos e infecções", afirmou Paul Aylin, autor do estudo. "Se você não tem os funcionários certos, isso deve contribuir para que coisas passem despercebidas."

"Se eu fosse um paciente, eu me consolaria com o fato de que a taxa geral de mortes é baixa, mas, se eu fosse passar por uma operação mais para o fim da semana, eu me interessaria (em saber) se o hospital tem os serviços apropriados para os cuidados durante minha recuperação, incluindo durante o fim de semana", acrescentou.

O pesquisador afirma que o número menor de médicos, enfermeiras e funcionários em geral no sábado e domingo pode ser a causa do risco maior de mortes no fim de semana.

Este é o primeiro grande estudo a analisar cirurgias programadas, desde os procedimentos de alto risco como cirurgias cardíacas até os mais rotineiros.

Katherine Murphy, da associação britânica de defesa de pacientes Patients Association, afirma que a pesquisa não mostra um problema novo e que as autoridades britânicas adotaram poucas medidas para tratar dos problemas identificados.

Já o diretor-médico do NHS na Inglaterra, Bruce Keogh, diz que a entidade criou um fórum para buscar "opções financeiras e clínicas viáveis" para garantir serviços "mais abrangentes sete dias por semana".

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