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5.17.2013

Ditador argentino deixou milhares de desaparecidos

Ex-ditador argentino Jorge Videla morre na prisão aos 87 anos

Governante se dizia "preso político" após julgamento. Aqui no Brasil os torturadores estão soltos

Terra

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O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla morreu nesta sexta-feira em sua cela, aos 87 anos. Videla foi o cérebro da ditadura que governou a Argentina entre 1976 e 1983, período em que desapareceram cerca de 30 mil pessoas, segundo organizações de direitos humanos.

O ex-ditador foi condenado a várias penas de prisão perpétua por crimes contra a humanidade durante o governo militar. Videla, que estava detido em uma prisão comum da província de Buenos Aires, morreu de causas naturais, segundo o canal C5N.

"Durante a noite não se sentia bem, não queria jantar e esta manhã o encontraram morto na cela", disse à imprensa Cecilia Pando, presidente da Associação de Familiares e Amigos de Presos Políticos da Argentina (AFYAPPA), como se autodenominam os militares condenados por crimes na ditadura.

Videla foi condenado pela primeira vez em 1985 a passar o resto da vida atrás das grades por terrorismo de Estado. Mas, em 1990, o então presidente Carlos Menem o indultou. Na ocasião, no entanto, não foram julgados os roubos de bebês, razão pela qual Videla voltou à prisão em 1998, onde permaneceu somente 38 dias. Por estar acima dos 70 anos, conseguiu o benefício da prisão domiciliar.

Em 2008, Videla regressou ao cárcere. E, em 2010, depois da anulação das leis de perdão e indultos pelo governo de Néstor Kirchner, o ex-ditador foi condenado pela segunda vez à prisão perpétua pelos crimes contra a humanidade cometidos na província de Córdoba.

Além de ter sido condenado à prisão perpétua, o ex-general foi destituído da patente militar pela justiça civil, que ele nunca reconheceu.

"Como fiz antes, quero manifestar que este tribunal carece de competência e jurisdição para me julgar pelos casos protagonizados pelo exército na luta contra a subversão", disse na terça-feira passada ao depor em um julgamento sobre o Plano Condor, a coordenação da repressão das ditaduras do Cone Sul .

Quase 500 crianças foram roubadas por militares, policiais ou outras pessoas durante a ditadura, de acordo com a organização Avós da Praça de Maio, cujos trabalhos permitiram que 108 delas recuperassem a verdadeira identidade.

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