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5.12.2013

'Doaria meu coração', diz mãe que gerou filha para salvar a mais velha

Irmã mais nova nasceu para doar medula para a mais velha.
Maria Vitória, 6, teve talassemia major, mas foi curada, diz mãe.

Jéssica Pimentel Do G1 Itapetininga e Região

Maria Clara foi doadora de medula óssea para salvar a irmã Maria Vitória (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)Maria Clara foi doadora de medula óssea para salvar a irmã Maria Vitória (Foto: Arquivo Pessoal)
Neste domingo (12), quando se comemora o Dia das Mães, a biomédica Jênyce Carla Reginato Cunha, moradora de Cerquilho (SP), tem um motivo duplo para comemorar: as filhas Maria Vitória, de 6 anos, e Maria Clara, que tem pouco mais de 1 ano. A mais nova foi gerada para ajudar a salvar a irmã, que sofre de uma doença rara: a talassemia major.
A talassemia major é uma doença hereditária que fragiliza os glóbulos vermelhos, provocando anemia. Para a criança se manter viva e saudável, é preciso que ela receba transfusões de sangue a cada 20 dias. De acordo com a mãe, conceber Maria Clara era uma forma de buscar a cura de Maria Vitória, que necessitava de um transplante de medula óssea.
Com a dificuldade em encontrar pessoas compatíveis, a família buscou a ajuda de um médico geneticista, Ciro Martinhago. Por meio de fertilização, o especialista realizou a seleção de embriões para que Maria Clara fosse gerada com 100% de compatibilidade genética com a irmã, para que, quando nascesse, o material genético do cordão umbilical fosse utilizado para o transplante de medula.
"Ser mãe é o maior sentimento do mundo", declara Jênyce Carla Reginato Cunha (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)'Ser mãe é o maior sentimento do mundo', diz
Jênyce Carla Reginato Cunha (Foto: Jênice Carla
Reginato Cunha /  Arquivo pessoal)
A mãe diz que durante a seleção dos embriões, havia mais um desafio: a cada dez zigotos selecionados, oito possuíam o mesmo mal e tiveram de ser descartados. Apenas dois foram colocados no útero de Jênyce: um deles acabou se perdendo e o outro deu origem à caçula.
Segundo a mãe, o procedimento foi um dos primeiros a serem realizados no país.
Lembrando os momentos difíceis, Jênyce afirma que muitas pessoas duvidaram e questionaram se sua escolha para salvar a filha mais velha ia funcionar. Ela ressalta que nunca pensou em desistir durante esses seis anos. “Faria tudo novamente quantas vezes fosse necessário. Se fosse preciso, romperia mais barreiras e até doaria meu coração”, diz a mãe.
Ainda segundo a mulher, outro desafio foi encontrar um médico especialista em procedimentos cirúrgicos como esse.Ela afirma que depois de estudar o procedimento, ela e o marido, Eduardo Matias da Cunha, encontraram o médico Vanderson Rocha, que fez o transplante de medula com as células do cordão umbilical.
O transplante foi feito em março no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Maria Vitória já recebeu alta. Segundo a mãe, ela está completamente curada. “A Maria Clara nasceu e curou a irmã, mas eu não tive ela só para esse fim. Sempre quis ter uma família grande, quem sabe não tenho outra Maria mais para frente. O mais importante é que ninguém opte por ter mais um filho para fins de cura e sim por amor”, conta a mãe das meninas.
A mãe ainda ressalta sobre as dificuldades e emoção em ver a filha curada. “Ninguém espera por dificuldades durante a vida, mas os obstáculos aparecem e temos que ser fortes. Eu enfrentei a doença da minha filha e a melhor sensação do mundo é vê-la curada. Amar um filho é o sentimento mais puro. Daria minha vida por qualquer uma delas”, afirma.

Mulher enfrenta riscos na gravidez para ser mãe em Mato Grosso do Sul

Sequelas de paralisia infantil e doenças dificultaram gestação.
'Médicos falaram que eu não chegaria ao fim da gravidez', afirma.

Do G1 MS
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Mulher enfrenta risco de morte para ser mãe em Mato Grosso do Sul (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)No primeiro dia das mães, Christiane comemora também seis meses da filha. (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
Christiane Pereira de Moura, 27 anos, acreditava que não conseguiria ser mãe por conta de sequelas no útero provocadas por uma paralisia infantil, além de outros problemas de saúde. Os médicos diziam que ela não poderia engravidar e, caso isso acontecesse, a gestação poderia não chegar até o fim. Mesmo assim, decidiu realizar o sonho de ter um filho, enfrentou dificuldades, mas no próximo domingo (12), terá o primeiro Dia das Mães ao lado da pequena Isadora.
"Ninguém imagina a importância de eu ter a Isadora. Ela foi um milagre seguido de uma vitória pra mim, pois eu sempre quis ser mãe", disse ao G1.
Saúde complicada
A gravidez de Christiane não foi planejada. Ela parou de tomar anticoncepcionais porque achava que não poderia engravidar. Foi uma surpresa quando soube que esperava Isadora, mas teve que tomar a decisão de prosseguir ou não com a gestação. Quando decidiu que seguiria em frente com os planos de ser mãe, contou com o apoio da família e do noivo.
O obstetra especialista em gravidez de alto risco Edvardes Carmona Gomes, que acompanhou Christiane, explica que a paciente tinha dois problemas que poderiam atrapalhar o desenvolvimento do bebê. Um deles era a Leucopenia, redução na quantidade de glóbulos brancos que deixa a paciente mais suscetível a doenças.
Um dos médicos chegou a sugerir que eu interrompesse a gravidez no começo, pois nós duas [mãe e filha] corríamos riscos."
Christiane Pereira de Moura, mãe da Isadora
“No caso dela, superou esse risco por conta da qualidade desses glóbulos. O sistema imunológico não depende apenas da quantidade, mas também da qualidade deles”, completa. O especialista lembra que Crhistiane também teve acompanhamento de um hematologista durante a gestação.
A mulher tinha ainda Tireoide de Hashimoto. De acordo com Gomes, ela sofre os efeitos tanto do hipertireoidismo, quando a glândula produz hormônios em excesso, e do hipotireoidismo, quando há falta dessas substâncias.
“Se essa insuficiência for mais intensa, pode gerar desde o aborto até problemas de desenvolvimento na parte neurológica e cerebral do feto”, explica. No entanto, a paciente já fazia tratamento para esse problema antes de engravidar, o que ajudou bastante a controlá-lo durante a gestação.
Christiane já sabia que tinha essas duas doenças antes de engravidar. Por isso, dois profissionais que ela procurou para acompanhá-la chegaram a recusar o caso em função das complicações que poderiam haver.
“Um dos médicos chegou a sugerir que eu interrompesse a gravidez no começo, pois nós duas [mãe e filha] corríamos riscos. Outro recusou meu caso, mas me encaminhou a um especialista que me falou dos perigos, mas disse que apesar disso eu poderia seguir em frente, com todo acompanhamento e cuidados necessários”, explica.
Mulher enfrenta risco de morte para ser mãe em Mato Grosso do Sul (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)No segundo mês de gestação, Christiane teve descolamento de placenta. (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
Cuidados redobrados
Exames e consultas eram frequentes. No decorrer da gestação, no segundo mês, outro susto. Um descolamento de placenta. Gomes diz que esse foi o problema mais sério que a paciente teve.
“É quadro de ameaça de aborto quando acontece até o primeiro trimestre de gestação, como foi o caso de Christiane”, diz o especialista. Segundo ele, a situação geralmente se estabiliza até a 18ª semana, quando passa a haver risco de parto prematuro.
A paciente garante que tomou todos os cuidados. “Fiquei de repouso e tomei remédios para segurar o bebê até dias antes do parto, que foi cesárea”, afirma. Segundo ela, foram dias tensos. “Além dos desconfortos normais de estar grávida, como enjoos e dores nas costas, eu ainda corria o risco de perder minha filha”, relata.
Mulher enfrenta riscos na gravidez para ser mãe em Mato Grosso do Sul (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)Mãe garante que valeu a pena passar dificuldades.
(Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
Gravidez de alto risco, conforme o obstetra, não deixa de ser grave, mas quando bem acompanhada e com a colaboração da paciente, que deve ter todos os cuidados necessários, o resultado final tende a ser positivo. “A gravidez de risco é uma divisão de responsabilidades entre médico e principalmente o paciente”.
Na opinião da mãe, valeu a pena. O momento em que ela segurou Isadora nos braços pela primeira vez logo após o parto, no dia 12 de novembro de 2012, foi inesquecível.
“Eu esperava muito por esse dia. Muitas mães falam que têm saudades de quando o bebê estava na barriga, mas eu não. Pra mim, o momento de maior felicidade foi quando ela nasceu, porque foi um alívio ver que ela nasceu saudável e forte. Graças a Deus deu tudo certo. E eu chorei mais que ela”, conta.
Sobre a possibilidade de ter outros filhos, ela afirma que não pensa em correr os mesmos riscos novamente. “O médico disse que engravidar de novo em menos de dois anos é muito mais arriscado, principalmente pela minha idade e agora eu tenho a Isadora, tenho que pensar nela em primeiro lugar”, conclui.
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Mulher enfrenta risco de morte para ser mãe em Mato Grosso do Sul (Foto: Arquivo Pessoa/ Christiane Pereira de Moura)"Foi um alívio ver que ela nasceu saudável e forte", diz. (Foto: Christiane Pereira de Moura/arquivo pessoal)
Casal homossexual comemora o 1º Dia das Mães com filho  (Ivanete Damasceno / G1)

Casal homossexual comemora o 1º Dia das Mães com filho

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