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5.17.2013

Mulheres jovens desafiam o rastreamento do câncer

Incidência aumenta mas mamografia só é pedida com histórico familiar
Um estudo na revista especializada "Lancet Oncology" publicado em abril deste ano apontava o aumento de 38,1% em novos casos de câncer até 2020, mais de 500 mil novos casos contra 366 mil casos diagnosticados em 2009. Não há registros de câncer com base populacional no país, por isso não há dados que mostrem o aumento de incidência da doença. A observação de especialistas, no entanto, diz que o câncer de mama aumenta em todas as faixas etárias. A prevalência maior é em mulheres entre 50 e 69 anos, que têm recomendação de fazer mamografia como exame de rotina a cada dois anos. Nas mais jovens, de até 40 anos, a incidência aumenta também, pela exposição a substâncias tóxicas, maternidade tardia, pouco tempo ou nenhuma amamentação entre outros fatores mais ligados ao estilo que ao tempo de vida. Para estas o voo é cego: não há recomendação de exames de rastreamento de rotina, a não ser que haja histórico familiar ou algum sintoma.
- Não se sabe como rastrear essas mulheres, mas a sensação que se tem é que a incidência entre as mais jovens está aumentando sim, vejo em média 15 pacientes de câncer de mama por dia e pelo menos duas têm menos de 40 anos, por exemplo - diz o oncologista Gilberto Amorim, do Centro de Oncologia da Rede D'Or São Luiz e autor do livro "Tudo o que você sempre quis saber sobre câncer de mama'!
- Um câncer nessa faixa etária é mais agressivo e tem uma evolução rápida pela biologia intrínseca do tumor. Quando se descobre, ele já está em fase avançada - explica.
Segundo o epidemiologista Am Migowski, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Ministério da Saúde discute a elaboração de novas diretrizes para o diagnóstico precoce do câncer de mama, mas por enquanto não há consenso.
- Na mulher mais jovem a mama é mais densa, a mamografia pode não detectar o tumor, além disso a prevalência nesses casos é menor.
O médico Ricardo Caponero, do Hospital Israelita Albert Einstein e presidente do Conselho Técnico Científico da Federação Brasileira das Instituições Filantrópicas de Apoio de Saúde da Mama (Femama), acredita que um tumor entre 60 e 70 anos seja visto como mais corriqueiro, enquanto que aos 40 causa mais impacto:
- A gente se espanta mais com esses casos, justamente porque quando a mulher acha alguma coisa já é o tumor.
 Viviane Nogueira

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