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5.03.2013

Recuperação da produção industrial

Produção industrial de março avança 0,7%

  • Analistas ouvidos pela Bloomberg apostavam num avanço de 1,3%
Renata Cabral
RIO - Em março, a produção industrial brasileira registrou alta de 0,7% em comparação a fevereiro, anunciou o IBGE nesta sexta-feira em sua Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF Brasil). Esse resultado, somado aos de janeiro e fevereiro, mostra que a indústria está em processo de recuperação.
— Há uma melhora de ritmo, e está bastante calcada no avanço de bens de capital.  É um resultado melhor do que havia sido observado no fim do ano passado. Isso é fato — destacou André Luiz Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, relativizando os dados de retração.


Segundo Macedo, o número menor de dias úteis nos três primeiros meses de 2013 frente ao mesmo período do ano passado explica, em parte, a retração — foram três dias a menos. E olhando a série com ajuste sazonal, em vez de um recuo de -0,5% observado na série sem ajustes, no acumulado de 2013, haveria um avanço de 1,1%.
Além disso, a recuperação pode ser notada quando se observam os números trimestrais: a média móvel trimestral da produção industrial mostra avanços em janeiro, fevereiro e março. Na comparação do primeiro trimestre deste ano com o quarto do ano passado, há um avanço de 0,8%, o que demonstra um ganho de ritmo, mas ainda numa proporção menor do que esperavam os especialista. Analistas ouvidos pela Bloomberg apostavam, em média, num avanço de 1,3%, com as projeções variando de 0,7% a 2,5%.
— O avanço desse mês foi precedido por duas taxas de oscilação mais forte. Ao olhar os três primeiros resultados do ano, o saldo é positivo: o ganho líquido dos três primeiros meses é de 1% — afirmou Macedo. — Comparando o primeiro trimestre deste ano com o último do ano passado, o início de 2013 também demonstra recuperação da economia: o resultado é de 0,8% de avanço contra queda de 0,1% no quarto trimestre de 2012.
Os resultados mostram, uma recuperação robusta, lembra Macedo. A indústria está operando 3,7% abaixo do pico de maio de 2011, registrado na série histórica.
No mês de março, 13 dos 27 ramos investigados pelo IBGE mostraram crescimento. Destaca-se o avanço dos veículos automotores no mês (5,1%), compensando em parte a queda de 8,1% de fevereiro. Também tiveram impacto positivo no resultado da indústria refino de petróleo e produção de álcool, máquinas para escritório e equipamentos de informática (11,9%) e bebidas (4,6%). O principal impacto negativo no setor veio do segmento de alimentos, com o segundo resultado negativo seguido: -2,7%. Outros equipamentos de transporte (-5,0%) também foram exemplo de recuo.
Segundo Macedo, o recuo nos alimentos pode ser explicado por uma retração nas exportações de produtos como soja e açúcar, além da pressão exercida pela desaceleração da economia mundial. E há o impacto da inflação.
Bens de consumo duráveis tiveram a maior expansão do mês entre as categorias de uso: 4,7%. A produção de bens de capital também mostrou avanço, de 0,7%, e acumula um ganho de 11,7% no ano. O setor de semi-duráveis e não duráveis foi o único a demonstrar recuo, de 0,5%.
— Chama atenção que a recuperação venha calcada no setor de bens de capital, que vinha apresentando resultados negativos em 2012 — diz Macedo.
A recuperação em bens de capital tem a ver com o incremento na produção de caminhões e em investimentos, segundo Macedo.


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