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6.26.2013

Bomba de insulina: pâncreas artificial

Tecnologia libera insulina no sangue de pessoas com diabetes tipo 1 e se desliga automaticamente quando as taxas de açúcar estão ideais, evitando episódios de hipoglicemia

Injeções de insulina
Injeções de insulina: Procedimento faz parte de tratamento contra o diabetes (Thinkstock)
Uma equipe de pesquisadores desenvolveu um dispositivo capaz de detectar os níveis de açúcar presente na corrente sanguínea de uma pessoa com diabetes tipo 1 e, a partir disso, regular a liberação de insulina, o hormônio que ajuda a controlar a taxa de glicose no sangue, pelo pâncreas. A ideia é que a tecnologia entenda quando a taxa de açúcar no sangue está ideal e interrompa a liberação do hormônio nesses momentos, evitando episódios de hipoglicemia.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Threshold-Based Insulin-Pump Interruption for Reduction of Hypoglycemia

Onde foi divulgada: periódico The New England Journal of Medicine

Quem fez: Richard M. Bergenstal, David C. Klonoff, Satish K. Garg, Bruce W. Bode, Melissa Meredith, Robert H. Slover, Andrew J. Ahmann, John B. Welsh, Scott W. Lee e Francine R. Kaufman

Instituição: Associação Americana de Diabetes; Centro de Diabetes da Universidade da Califórnia, San Francisco, Estados Unidos; e outros

Dados de amostragem: 247 pessoas com diabetes tipo 1

Resultado: Um dispositivo que libera insulina na corrente sanguínea para controlar a taxa de açúcar no sangue, mas que se desliga automaticamente quando esses níveis estão ideais, reduz episódios de hipoglicemia em 32% em comparação com bombas de insulina existentes.
O dispositivo, desenvolvido pela farmacêutica Medtronic, foi descrito em um artigo publicado neste final de semana na revista The New England Journal of Medicine. Segundo os autores do estudo, a tecnologia representa um passo em direção à criação de um pâncreas artificial.
A doença — A insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, ajuda a glicose a sair da corrente sanguínea e entrar nas células, fornecendo uma fonte de energia a diversos tecidos do corpo e controlando a taxa de açúcar no sangue.
Em pessoas com diabetes tipo 1, a produção de insulina pelo pâncreas é insuficiente, o que acaba aumentando os níveis de glicose na corrente sanguínea. O tratamento contra a doença envolve bombas de insulina, que liberam o hormônio conforme sua programação. No entanto, essa terapia, ao mesmo tempo em que reduz os níveis de açúcar na corrente sanguínea, eleva o risco de episódios de hipoglicemia (pouco açúcar no sangue). Por isso, pessoas com a condição precisam monitorar os seus níveis de açúcar no sangue várias vezes ao dia.
Regulação automática — O novo dispositivo, portanto, é uma variação ‘inteligente’ das bombas de insulina já existentes. Do tamanho de um celular, ele é inserido abaixo da pele do abdômen, braço ou da coxa. Assim como as bombas existentes, o dispositivo também libera o hormônio na corrente sanguínea para reduzir a taxa de glicose no sangue. Porém, a nova tecnologia se desliga automaticamente quando esses níveis estão ideais, evitando, assim, a hipoglicemia, problema que pode causar convulsões, episódios de inconsciência e danos cerebrais.
O artigo publicado pelos autores mostra os resultados de um teste clínico do dispositivo que, ao todo, envolveu 247 pessoas com diabetes tipo 1. Segundo a pesquisa, os participantes que fizeram uso do dispositivo tiveram quase 32% menos episódios de hipoglicemia do que o restante dos indivíduos. 
"Os resultados do estudo são importantes pois estamos caminhando em direção ao nosso objetivo de desenvolver um sistema totalmente automatizado, ou pâncreas artificial, que no futuro exigirá interação mínima do paciente", disse Francine Kaufman, endocrinologista e vice-presidente de assuntos médicos globais da Medtronic.

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