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6.26.2013

Dólar cai e vale R$ 2,19 após nova medida do BC; Bolsa abre em alta

SÃO PAULO - A eliminação do compulsório sobre a posição vendida de câmbio dos bancos, anunciada pelo Banco Central na noite de terça-feira, fez o dólar abrir em queda nesta quarta-feira. Por volta de 10h08m a divisa se desvalorizava 0,58% frente ao real, sendo negociada a R$ 2,197 na compra e R$ 2,199 na venda. Desde o último dia 19 de junho, o dólar não caía abaixo de R$ 2,20. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), iniciou a sessão em alta e às 10h12m subia 0,63% aos 47.187 pontos.
Antes da mudança, os bancos tinham que deixar 60% dessa posição vendida, que supere os US$ 3 bilhões, nos cofres do Banco Central, sem remuneração. As posições vendidas de câmbio são as apostas que os bancos fazem na queda do preço da moeda americana no mercado futuro. Ao zerar a alíquota, na prática, o BC tira as amarras para que as instituições voltem a vender dólares, irrigando o mercado de câmbio e fazendo a cotação da moeda americana cair frente ao real.
Para o economista Darwin Dib, da CM Capital Markets, a medida mão terá impacto relevante na cotação da moeda.
- A única medida que tinha potencial para valorizar o real já foi revertida, que era zerar o 1% de IOF sobre posições vendidas no mercado futuro - diz o economista.
O dólar apresenta um movimento global de valorização com a recuperação dos EUA e a sinalização do banco central americano, o Fed, de que o programa de estímulo que injeta todo mês US$ 85 bilhões na economia americana será reduzido este ano e possivelmente encerrado em 2014. Com isso, há um movimento de saída de investidores de posições em renda fixa e de ações nos principais países emergentes, inclusive o Brasil. Os investidores fazem caixa para aplicar nos títulos do Tesouro americano, já que a expectativa é que os juros nos EUA subam em breve.
Na contramão dessa expectativa, o Departamento de Comércio americano informou nesta quarta que o Produto Interno Bruto (PIB) se expandiu 1,8% a uma taxa anualizada no primeiro trimestre deste ano, contra um avanço de 2,4% informado antes. Alguns economistas esperavam que a revisão a confirmasse o crescimento de 2,4% no período.
Desde o início do mês, o BC e o governo vem anunciando uma série de medidas para reverter a saída de dólares do país. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% sobre aplicações de estrangeiros em renda fixa foi revogado. Depois, o governo zerou o IOF de 1% sobre aplicações de posições vendidas no mercado futuro. Além disso, o Banco Central fez, desde 31 de maio, doze leilões de contratos de swap cambial tradicional, uma operação que equivale à venda de moeda americana no mercado futuro. Foram despejados mais de US$ 23 bilhões no mercado, mas a tendência do dólar segue sendo de alta.
O recuo do dólar faz as taxas dos contratos de juros futuros caírem na manhã desta quarta. O contrato com vencimento em janeiro de 2015 tem taxa de 9,84% frente aos 9,94% de ontem. O Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 apresenta taxa de 10,78% frente aos 10,92% de ontem e o papel com vencimento em janeiro de 2014 também recua, caindo de 8,95% para 8,93%.

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