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6.22.2013

Guerra contra o peso

Dieta do Mediterrâneo é consenso de qualidade; a da proteína causa perda rápida de peso

Duilo Victor

Na dieta mediterrânea, a preferida dos médicos, o azeite extravirgem é a grande vedete
Foto: Latinstock
Na dieta mediterrânea, a preferida dos médicos, o azeite extravirgem é a grande vedete Latinstock
RIO - Na hora da guerra contra a balança, o ataque ao sobrepeso tem três estratégias principais. Há a investida contra os carboidratos, numa dieta carnívora conhecida como a da proteína — aquela que começou no século passado com nome de Atkins — a versão que se corta as fontes de gordura; e a mais estudada nos últimos anos, famosa entre os especialistas, conhecida como a dieta do Mediterrâneo, com base em peixes, legumes, azeite frio e castanhas.
Um estudo publicado este ano na revista “New England Journal of Medicine”, referência para a comunidade científica de estudos da obesidade, mediu a eficiência de três tipos de dieta: a mediterrânea, a dieta da proteína e a de baixa gordura. Cada grupo, em que a maioria era de homens adultos, foi acompanhado por 24 meses. As opções em que os voluntários perderam mais peso ao fim da pesquisa foram as da proteína e a mediterrânea, uma diminuição entre quatro e cinco quilos na balança.
Vantagens e desvantagens
Na comparação entre as duas vencedoras, uma diferença: houve uma perda acentuada de peso entre os que seguiram a da proteína nos seis primeiros meses, quase sete quilos, para ganhar um pouco depois até empatar com os adeptos do peixe e castanhas. Já a perda na dieta mediterrânea foi gradativa, praticamente sem nenhum efeito sanfona.
—Não é absolutamente ruim perder peso rapidamente. Estudos mostram que há casos, a depender do perfil psicológico do paciente, em que é melhor provocar uma perda de peso mais rápida no início, para evitar desistências de tratamento — explica a endocrinologista Isabela Bussade, pesquisadora do Grupo de Obesidade e Transtornos Alimentares do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia do Rio.
No caso de quem segue a dieta da proteína, em que cortam-se os carboidratos para nada mais do que 50 gramas por dia — ou duas fatias de pão e 50 gramas de legumes — o mecanismo é o seguinte: com menos carboidratos, o índice de açúcar no sangue se reduz, o que derruba em 80% a produção de insulina pelo pâncreas. Para compensar a baixa, o mesmo órgão libera o hormônio glucagon, de efeito contrário ao da insulina. Com mais glucagon, a gordura acumulada no corpo é quebrada e transformada em açúcar. Esse mecanismo gera perda rápida e notável de peso, em média, de sete quilos em um mês.
Mas há especialistas que não gostam de prescrever a dieta da proteína. A nutricionista Patrícia Davidson, teme pelo baixo conteúdo de fibra e antioxidantes para quem só pode comer carne, frango e queijo amarelo:
— Há versões de dietas da proteína, como a Duncan e a South Beach, em que há faixas de liberação de carboidrato. Mas se o paciente se descuidar e ingerir mais carboidrato do que deve, a o ciclo metabólico se quebra e o peso volta ao normal rapidamente.
Já quanto ao modo de comer mediterrâneo, não há controvérsias. Pesquisa publicada este ano na mesma “New England” deu prova de que, mesmo sem restrição de calorias, a dieta reduz em 30% os ataques cardíacos, derrames, e mortes por problemas no coração.
Entre os brasileiros, a dieta dos pontos, popularizada pelos Vigilantes do Peso, é uma das mais conhecidas, desde os anos 80. Nela, dá para se comer de tudo, mas com restrições. Há a vantagem de ser fácil segui-la. Mas há também desvantagens, de acordo com Nina Musolino, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
—A preocupação em ficar limitado ao consumo de calorias, mantendo os pontos dentro do recomendado mas não as escolhas entre os grupos (de alimentos), gera risco de consumo exagerado de gorduras ou carboidratos.

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