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6.04.2013

O Fred vem ai e o bicho vai pegar.

A boa média de Fred na prova dos 9

  • Desde a aposentadoria de Ronaldo, seleção busca um sucessor à altura da mística da camisa dos artilheiros
  • Atacante do Flu já marcou quatro vezes em quatro jogos com a amarelinha

O atacante Fred no desembarque em Goiânia Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo

O atacante Fred no desembarque em Goiânia Ivo Gonzalez / Agência O Globo
GOIÂNIA - Diante de um certo desconforto de Neymar com a marcação inglesa no dia em que o craque debutou no Maracanã com a camisa 10 da seleção, o uniforme que vestiu melhor era um número abaixo. Ao marcar seu quarto gol em quatro jogos sob o comando de Felipão, Fred nem precisa mais pedir, como fez o novo astro do Barcelona, para carregar um algarismo emblemático às costas. É o novo dono da camisa 9 e da missão de recuperar sua mística, perdida desde a aposentadoria de Ronaldo.
Embora tenha participado da Copa de 2006, na qual fez um gol contra a Austrália, Fred se prepara para a próxima, quando terá 30 anos, como se fosse única, pela possibilidade da consagração em casa. No processo para gravar seu nome entre os grandes da seleção, já está ao lado do bicampeão do mundo Didi ao menos pelo fato de ambos terem feito o gol inaugural do Maracanã em dois momentos da história do estádio. O processo de consolidação de um herói vai além de seus momentos de glória. Marcado por gols e lesões sucessivas, Fred vive entre a dor e o prazer naquele espaço em que o atacante precisa se livrar das pancadas dos beques para encontrar a redenção no fundo da rede e nos braços da torcida.
— Era comentado entre os jogadores quem iria fazer o primeiro gol. Ainda bem que foi comigo. Foi uma honra porque para um atacante é sempre bom marcar, ainda mais no Maracanã, cheio de história e tão charmoso.
Referência de área que o técnico Felipão tanto procurava em seus esquemas, Fred está em situação confortável, apesar do problema no lado direito de suas costas. Em vez da ameaça, o que vem do banco é entusiasmo e alívio. Desde a eliminação do Fluminense na Libertadores, estão reservados para o atacante comprimidos de analgésicos de rápida absorção em caso de uma pancada.
— Ainda dói um pouco, mas já houve uma evolução. Consegui jogar sem remédio.
Num processo de consolidação, em que o tempo é o melhor remédio, Fred está acostumado a conviver com a sensação de que algo pode se romper a qualquer momento. Depois que seu histórico de problemas musculares o deixou de fora da maior parte da conquista do Brasileiro de 2010 e da reta final da Libertadores do ano passado, o jogador, enfim, conseguiu ter uma longa sequência que fez dele o grande nome do tetracampeonato nacional do tricolor. Em abril deste ano, uma nova lesão na panturrilha o tirou dos campos por um mês.
— Com as características dos nossos jogadores, de muita movimentação, procuro centralizar mais, o que também é meu estilo, de esperar pelo último toque para fazer o gol. Também gosto de sair para fazer uma tabela, mas quando a gente enfrenta times como Itália e Inglaterra, com duas linhas de quatro bem próximas, fica muito difícil — disse.
Capaz de enfrentar as dores e a forte marcação para dar alegrias à torcida, Fred tem legitimidade para pedir apoio. Desde a saída de Ronaldo, após a eliminação nas quartas de final de 2006, o sucessor ainda precisa aparecer nos grandes momentos. Artilheiro da última edição da Copa das Confederações, com oito gols, Luís Fabiano não confirmou a expectativa no ano seguinte. Com regularidade matemática de um gol por jogo, agora cabe a Fred passar na prova dos nove.

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