Moldes permitem comparar marcas de mordida deixadas por suspeitos.
FBI não utiliza o método e Associação Dental ainda não o reconheceu.
Os pesquisadores Peter Bush e Mary Bush, da universidade de Buffalo, olham moldes de arcadas dentárias (Foto: David Duprey/AP)
Cientistas da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos,
desenvolveram um método para ajudar nas investigações de crimes, como
estupros e assassinatos. Segundo Peter Bush e Mary Bush, é possivel
descobrir o acusado através da arcada dentária, comparando-se o formato
das mordidas e os dentes dentre os suspeitos.Um pequeno grupo de pesquisadores, a maioria deles dentistas, realiza análises de marcas de mordida - suas conclusões são usadas em alguns processos judiciais como "evidências-chave", mesmo que ainda não haja uma prova científica conclusiva de que os dentes deixam exatamente a mesma marca na pele humana.
Os defensores do método argumentam que o "teste" já ajudou a condenar assassinos de crianças e outros criminosos notórios.
Os especialistas dizem que os problemas que surgiram não são sobre o método, mas sobre as qualificações de quem testemunha. No entanto, o FBI não utiliza o método e a Associação Dental Americana ainda não o reconheceu.
Demonstração de ferramenta ligada a molde
dentário (Foto: David Duprey/ AP)
"O problema está ou no analista ou no preconceito", disse o Dr. Frank
Wright, dentista em Cincinnati, em entrevista à Associated Press. "Então
se o pesquisador não está devidamente treinado ou apresenta um viés em
seu exame, com certeza o resultado vai ficar prejudicado, como qualquer
investigação científica. Não significa que usar evidências de marcas de
mordida seja ruim."dentário (Foto: David Duprey/ AP)
Cerca de 100 dentistas são certificados pelo conselho de odontologia e apenas uma fração está ativamente apta para análise e comparação de marcas de mordida. A certificação não requer testes de proficiência.
História
A história da análise de marca de mordida começou em 1954 com um pedaço de queijo em uma pequena cidade do Texas. Um dentista disse que existia uma marca de mordida em um queijo, que foi deixado para trás em uma mercearia roubada. O homem foi condenado.
O primeiro caso judicial envolvendo uma marca de mordida em uma pessoa ocorreu em 1974, também no Texas. Dois dentistas testemunharam que os dentes de um homem, pareados uma marca de mordida, foram achados em uma vítima de assassinato. Embora o advogado de defesa lutou contra a admissibilidade das provas, um tribunal decidiu que ele as as análises das mordidas poderiam ser utilizadas.
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