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7.15.2013
Brasil testará medicamento para prevenir infecção de HIV
Medicamento antiretroviral
Terapia de pré-exposição contará com 400 voluntários de grupo de risco. Durante um ano, eles receberão uma dose diária de uma droga
por
Deutsche Welle
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Pela primeira vez, o Brasil vai testar um medicamento como terapia preventiva contra a Aids. Comadando pela Fundação Oswaldo Cruz com apoio da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e da Secretaria de Saúde paulista, o programa vai selecionar 400 voluntários homossexuais a partir de agosto para participar dos estudos.
Os pesquisadores vão testar o medicamento Truvada para evitar a infecção pelo vírus HIV, terapia conhecida como pré-exposição. Os testes seguirão ao longo de um ano – no Brasil, até agora, o uso da droga só era permitido em pacientes infectados.
O Truvada não cura a doença, mas é aplicado em grupos de risco para reduzir o probabilidade de contração do vírus. A terapia pré-exposição é liberada desde julho de 2012 nos Estados Unidos, onde a fabricante do medicamento, a farmacêutica Gilead Sciences, está sediada.
Testes na Tailândia
Adele Benzaken, do Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids, afirma que o método preventivo também foi testado no ano passado em Bangkok, na Tailândia. O programa incluiu voluntários homossexuais que não tinham Aids, mas que mantinham relações com outros homens que tinham a doença, além de usuários de drogas injetáveis. Depois do tratamento, os casos de Aids diminuíram em 40% na primeira sequência de testes e em até 70% na segunda.
Benzaken não sabe dizer se um programa semelhante será oferecido pelo sistema público de saúde e quanto o tratamento iria custar. "Qualquer decisão normativa do Ministério precisa de evidências. O Brasil só toma decisões do tipo quando o estudo é realizado dentro do país. A ideia dos pesquisadores é provar, após o estudo, que o medicamento é eficaz. Assim é possível mudar as políticas públicas para disponibilizar estes medicamentos nas redes públicas, como uma forma de prevenção geral", relata.
Pílula não substitui o uso de preservativos
Na terapia pós-exposição, ou seja, quando o paciente ingere a droga depois de ter tido contato com o vírus, o consumo das pílulas terapêuticas estimula o organismo a montar uma resposta imunológica contra o HIV. Dados de uma pesquisa feita pela Universidade de Barcelona mostram que o Truvada ajudou no controle temporário do vírus em voluntários – eles ficaram um ano ou mais sem precisar se submeter ao coquetel de remédios prescrito aos infectados com HIV.
Para Benzaken, no caso da terapia pré-exposição, que será feita no Brasil, o objetivo é oferecer mais segurança aos grupos de risco, e evitar, assim, tratamentos com fortes efeitos colaterais ou que durem um tempo indeterminado.
Segundo a Fiocruz, o programa pode ajudar a evitar o aumento dos casos de Aids. A fundação reforça que o uso do medicamento não significa que a pessoa esteja imune ao HIV, ou a outras doenças sexualmente transmissíveis. O uso do preservativo é sempre recomendado. O remédio deve servir como uma proteção adicional para pessoas em que, por algum motivo, o preservativo não teve eficácia total.
Autoria: Maryan D'Ávila Bartels
Edição:
Nádia Pontes
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