Espionagem
Notícia de que Brasil é alvo de espionagem de agência americana denunciados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden
Antonio Patriota, ministro de Relações Exteriores, quer que EUA se expliquem sobre espionagem de brasileiros
(Ueslei Marcelino/Reuters)
Segundo a reportagem do jornal, tanto residentes e pessoas em trânsito no Brasil quanto empresas instaladas no país foram alvo de espionagem da NSA – e cerca de 2,3 bilhões de telefonemas e e-mails foram espionados. Ainda de acordo com Patriota, "o Brasil lançará nas Nações Unidas iniciativas com o objetivo de proibir abusos e impedir a invasão da privacidade dos usuários das redes virtuais de comunicação, estabelecendo normas claras de comportamento dos estados na área de informação e telecomunicações para garantir segurança cibernética que proteja os direitos dos cidadãos e preserve a soberania de todos os países."
Vazamento — As operações de vigilância de comunicações realizadas pela agência nos Estados Unidos e no exterior foram delatadas no mês passado por Snowden. Ele está foragido da Justiça do seu país, que o acusa de espionagem por ter vazado os dados de Washington. O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou neste sábado que oferecerá asilo ao fugitivo americano.
De acordo com os documentos sigilosos que vazaram, o Brasil aparece em destaque nos mapas da NSA, ao lado de países como China, Rússia, Irã e Paquistão. Segundo os dados, os telefonemas e e-mails de brasileiros foram espionados graças à aliança corporativa entre uma grande empresa de telefonia americana, que mantém relações de negócio com serviços de telecomunicações no Brasil e no exterior.
A reportagem afirma que os documentos não divulgam o nome da companhia de telefonia dos Estados Unidos responsável pela ponte e também diz que não fica claro se as empresas do Brasil estão cientes de como a parceria com os EUA foi utilizada. O que fica demonstrado nos documentos vazados, conforme a reportagem do jornal, é que a NSA usa o programa Fairview para acessar os sistemas brasileiros.
Diferentemente do que acontece nos Estados Unidos, onde a NSA precisa de autorização judicial para espionar as comunicações de um residente ou de uma empresa, "investigações" fora das fronteiras americanas não exigem formalidade, segundo ordem presidencial.
Até o vazamento de Snowden, as espionagens em escala global eram apenas uma suspeita. A confirmação das ações lideradas pelo governo americano tem causado desconforto diplomático com diversos países, especialmente os europeus.
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