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7.26.2013

Obesidade infantil: entenda por que é difícil tratar o problema


Médicos dizem que descontrole do apetite é também genético Foto: Getty Images
Médicos dizem que descontrole do apetite é também genético
Foto: Getty Images
A maioria das crianças gosta de comer, mas algumas têm um apetite insaciável e querem cada vez mais comida, fato que preocupa médicos e pais, principalmente de acordo com o crescimento das crianças.

Em entrevista ao site da BBC, uma mãe comentou que já pegou a filha comendo pão de batata congelado durante a madrugada. "Não podemos ter alguns tipos de alimentos em casa porque ela come tudo. Me lembro quando ela colocou uma cenoura gigante no bolso da saia para ir à primeira aula de teatro e disse que era para comer no caso de ter fome. Em sua primeira semana na escola, ela estava almoçando duas vezes, então comecei a mandar o que ela podia comer, embalado nas quantidades certas", contou.

Recentemente, estudos apontaram que, na última década, houve um aumento de quatro vezes no número de crianças e adolescentes que procuraram o hospital por problemas relacionados à obesidade. Segundo os cientistas, o apetite é diferente de pessoa para pessoa, por isso é um problema difícil de ser tratado. "Nós fomos feitos para sermos diferentes e isso vale tanto para o exterior como para o interior do corpo", comenta o professor Stephen Bloom, especialista em obesidade da College London. De acordo com ele, é problemático estar nos dois extremos da escala, ser alguém que come demais ou que escolhe demais o que vai comer.

E, vale lembrar, que as crianças podem chegar à obesidade mesmo não comendo tudo o que gostariam. A mãe de um menino de 11 anos diz que é "frustarante e exaustivo" ter que cuidar de um filho com problemas de alimentação. "Sempre acabo nervosa e brigando com ele por causa de comida e ele também sempre fica bravo. Não tem nada de errado com o meu filho, nenhum problema médico. Ele é genuinamente faminto, simplesmente gosta demais de comer. Ele não está acima do peso agora porque eu controlo absolutamente tudo o que ele come, mas ele não viverá na minha casa para sempre e isso me deixa muito preocupada", afirmou.


A falta de informações sobre o controle do apetite é um dos grandes desafios do tratamento. "Nós sabemos muito pouco sobre o assunto porque é uma coisa muito complicada. Mas o que sabemos é que o apetite é uma condição herdada, onde há grande importância dos componentes genéticos, mas também é influenciado pelo ambiente e comportamento, entre outras coisas", explica a professora de metabolismo da Universidade de Cambridge, Sadaf Farooqi.

Além da quantidade, o que é ingerido também é preocupante porque alguns alimentos têm o sabor nada apreciado pelas crianças, por isso elas se acostumam a comer sempre as mesmas coisas. Outro tema discutido é o comportamento dos pais, que tendem a dar às crianças porções que são válidas para adultos e fazer com que elas comam em pratos de tamanho grande.

Especialistas explicam que a criança é consciente quanto ao seu corpo e que elas devem comer somente a quantidade que deseja. "Crianças normalmente só comem a quantidade que precisam. Se você deixá-los tomarem suas próprias decisões, eles vão aprender a regular a comida e, se ele estiver ganhando peso, é porque está se exercitando menos do que deveria. É tudo uma questão de balancear a energia que entra e a que sai", comenta Tam Fry, porta-voz do Centro Nacional de Obesidade.


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