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7.06.2013

Prefeitura barra pedido para retirar 11 árvores da Praia do Leme

 
RIO - Os peregrinos que acompanharem a Jornada Mundial da Juventude dividirão a areia da Praia do Leme com majestosos coqueiros e, quem sabe, desfrutarão até de uma sombrinha proveniente deles, caso o evento seja agraciado por um dia de sol. O verde, no entanto, quase sumiu temporariamente da paisagem. A pedido da Arquidiocese, a Fundação Parques e Jardins chegou a autorizar, nesta sexta-feira, a retirada de 11 árvores do trecho da orla localizado na altura da Avenida Princesa Isabel, onde o palco do evento já ganha forma. Mas a assessoria de imprensa da prefeitura informou, no início da noite, que Eduardo Paes desconhecia o processo que tramitava no órgão e acrescentou que o prefeito havia desautorizado a retirada das árvores.
Segundo a nota inicial, enviada pela Rio Eventos Especiais, órgão municipal, os coqueiros seriam retirados da areia a partir deste sábado. Transplantadas para outro local, as árvores só retornariam à área original após a realização do evento. Havia sido estabelecido, como medida compensatória, o plantio de cinco coqueiros de igual porte por cada árvore que morresse. Ainda segundo a Rio Eventos, os custos ficariam a cargo da empresa responsável pela montagem do palco da jornada.
Ao longo do dia, a suspeita de que o evento religioso removeria temporariamente os coqueiros ao lado do palco levou apreensão a moradores do Leme e de Copacabana, além de ecoar nas redes sociais para além da região diretamente afetada. Há cerca de um ano, 30 coqueiros foram retirados da altura da Rua Figueiredo Magalhães e colocados na altura da Rua Siqueira Campos, na orla de Copacabana, por conta das obras dos novos quiosques. Doze deles morreram após a ação da empresa Orla Rio.
Horácio Magalhães, presidente da Sociedade de Amigos de Copacabana e do Conselho Comunitário do Leme e de Copacabana, informou temer que uma autorização, nesse momento, ainda abrisse precedentes para outros eventos fazerem o mesmo:
— A Praia de Copacabana é uma Área de Proteção Ambiental. É um absurdo se cogitar a retirada dessas árvores por elas estarem “atrapalhando” o evento. Ainda abre um precedente. Imagina se, em cada evento que acontecer em Copacabana, os organizadores decidirem transplantar coqueiros. Eles deviam, sim, se preocupar em preservá-los, cercando por exemplo as palmeiras.
A Associação de Moradores e Amigos do Leme também se posicionou contrariamente à interferência na paisagem da orla do bairro.
— As árvores não atrapalharão em nada a visibilidade. Não faz sentido — disse o presidente da entidade, Francisco Chagas Nunes.
Procurada, a Arquidiocese não se manifestou.

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