Presidenta critica Eduardo Saboia e afirmação de que senador boliviano corria riscos ao ficar na embaixada do Brasil em La Paz
Ao saber da reação de Dilma, o diplomata fez um apelo: 'Rezem por mim!'
Paulo Celso Pereira
Maria Lima
BRASÍLIA - A presidenta Dilma Rousseff se pronunciou pela primeira
vez, no início da tarde desta terça-feira, sobre a operação que trouxe o
senador boliviano Roger Pinto ao Brasil. Em tom grave, criticou
duramente a decisão tomada pelo encarregado de negócios brasileiros na
Bolívia e ministro conselheiro, Eduardo Saboia, que saiu de La Paz e foi
até Corumbá de carro, em um trajeto de 22 horas com o parlamentar da
Bolívia. A presidente rechaçou a comparação feita por Saboia, que
afirmou que a situação de Roger Pinto na embaixada era semelhante a de
um preso no Doi-Codi. Ao saber da reação da presidenta, o diplomata
pediu orações. Segundo a agência de notícias Reuters, Dilma deve
conversar no mais
tardar amanhã com o presidente da Bolívia, Evo Morales, sobre o caso.
- Não tem nenhum fundamento acreditar que é possível que um governo em qualquer país do mundo aceite submeter a pessoa que está sob asilo a risco de vida. Se nada aconteceu, essa não é a questão. Um governo não negocia vidas, um governo age para proteger a vida. Nós não estamos em situação de exceção, não há nenhuma similaridade. Eu estive no Doi-Codi, eu sei o que é o Doi-Codi. E asseguro a vocês: é tão distante o Doi-Codi da embaixada brasileira lá em La Paz como é distante o céu do inferno. Literalmente isso - afirmou Dilma, em tom severo.
Ao saber das fortes declarações da presidenta, Saboia fez um apelo: "Rezem por mim!". Ele reafirmou que agiu para defender a vida do boliviano, que estava em um processo acelerado de depressão e falando em suicídio pelo longo confinamento em um cubículo da embaixada em La Paz.
- Reze por mim. Só digo uma coisa: eu defendi a vida. O governo não se empenhou para tirá-lo de lá - disse Saboia ao ser informado das declarações da presidenta Dilma.
Ele discordou da presidenta Dilma, entretanto, quando ela diz que "um governo não negocia vidas, um governo age para proteger a vida". Ele comparou a situação dos americanos sequestrados na embaixada do Irã com a de Roger Pinto.
- O senador Roger Pinto ficou mais tempo na embaixada do Brasil do que o pessoal no Irã. Os americanos ficaram confinados 440 dias, com o governo americano se empenhando para tirá-los de lá. O (Roger Pinto) Molina ficou 452 dias confinado. E o governo não se empenhou - reagiu Saboia.
A fala de Dilma ocorreu na saída de um evento no Senado Federal no qual foram comemorados os sete anos da Lei Maria da Penha. A presidenta assegurou ainda que o governo brasileiro havia tentado, em vários momentos, negociar o salvo-conduto que permitiria a saída segura de Roger Pinto do país. Segundo ela, a embaixada brasileira é confortável, e o primeiro dever do Brasil é proteger a vida do senador boliviano, sem correr os riscos de tirá-lo do país.
- Um país civilizado e democrático protege seus asilados sobre os quais ele tem que garantir, sobretudo, a segurança em relação à integridade física. O Brasil jamais poderia aceitar, em momento algum, sem salvo-conduto do governo boliviano colocar em risco a vida de uma pessoa que estava sob sua guarda. A Embaixada do Brasil é extremamente confortável. Nós negociamos em vários momentos o salvo-conduto, não conseguimos. Lamento profundamente que um asilado brasileiro tenha sido submetido à insegurança que ele foi. Lamento. Porque em um Estado democrático e civilizado, a primeira coisa que se faz é proteger a vida, sem qualquer outra consideração. Protegemos a vida, a segurança e garantimos conforto ao asilado - afirmou a presidenta.
Ao desembarcar em Brasília na segunda-feira, Saboia afirmou que desejou proteger um perseguido político, da mesma forma que um dia a presidente Dilma também se viu perseguida. Ele se reuniu nesta terça-feira com o secretário-geral do Itamaraty, Eduardo Santos, para prestar esclarecimentos sobre o caso.
- Eu escolhi a vida. Eu escolhi proteger uma pessoa, um perseguido político, como a presidenta Dilma foi perseguida - declarou Saboia ontem. - Eu me sentia como se fosse o carcereiro dele, como se estivesse no Doi-Codi - disse o diplomata.
- Não tem nenhum fundamento acreditar que é possível que um governo em qualquer país do mundo aceite submeter a pessoa que está sob asilo a risco de vida. Se nada aconteceu, essa não é a questão. Um governo não negocia vidas, um governo age para proteger a vida. Nós não estamos em situação de exceção, não há nenhuma similaridade. Eu estive no Doi-Codi, eu sei o que é o Doi-Codi. E asseguro a vocês: é tão distante o Doi-Codi da embaixada brasileira lá em La Paz como é distante o céu do inferno. Literalmente isso - afirmou Dilma, em tom severo.
Ao saber das fortes declarações da presidenta, Saboia fez um apelo: "Rezem por mim!". Ele reafirmou que agiu para defender a vida do boliviano, que estava em um processo acelerado de depressão e falando em suicídio pelo longo confinamento em um cubículo da embaixada em La Paz.
- Reze por mim. Só digo uma coisa: eu defendi a vida. O governo não se empenhou para tirá-lo de lá - disse Saboia ao ser informado das declarações da presidenta Dilma.
Ele discordou da presidenta Dilma, entretanto, quando ela diz que "um governo não negocia vidas, um governo age para proteger a vida". Ele comparou a situação dos americanos sequestrados na embaixada do Irã com a de Roger Pinto.
- O senador Roger Pinto ficou mais tempo na embaixada do Brasil do que o pessoal no Irã. Os americanos ficaram confinados 440 dias, com o governo americano se empenhando para tirá-los de lá. O (Roger Pinto) Molina ficou 452 dias confinado. E o governo não se empenhou - reagiu Saboia.
A fala de Dilma ocorreu na saída de um evento no Senado Federal no qual foram comemorados os sete anos da Lei Maria da Penha. A presidenta assegurou ainda que o governo brasileiro havia tentado, em vários momentos, negociar o salvo-conduto que permitiria a saída segura de Roger Pinto do país. Segundo ela, a embaixada brasileira é confortável, e o primeiro dever do Brasil é proteger a vida do senador boliviano, sem correr os riscos de tirá-lo do país.
- Um país civilizado e democrático protege seus asilados sobre os quais ele tem que garantir, sobretudo, a segurança em relação à integridade física. O Brasil jamais poderia aceitar, em momento algum, sem salvo-conduto do governo boliviano colocar em risco a vida de uma pessoa que estava sob sua guarda. A Embaixada do Brasil é extremamente confortável. Nós negociamos em vários momentos o salvo-conduto, não conseguimos. Lamento profundamente que um asilado brasileiro tenha sido submetido à insegurança que ele foi. Lamento. Porque em um Estado democrático e civilizado, a primeira coisa que se faz é proteger a vida, sem qualquer outra consideração. Protegemos a vida, a segurança e garantimos conforto ao asilado - afirmou a presidenta.
Ao desembarcar em Brasília na segunda-feira, Saboia afirmou que desejou proteger um perseguido político, da mesma forma que um dia a presidente Dilma também se viu perseguida. Ele se reuniu nesta terça-feira com o secretário-geral do Itamaraty, Eduardo Santos, para prestar esclarecimentos sobre o caso.
- Eu escolhi a vida. Eu escolhi proteger uma pessoa, um perseguido político, como a presidenta Dilma foi perseguida - declarou Saboia ontem. - Eu me sentia como se fosse o carcereiro dele, como se estivesse no Doi-Codi - disse o diplomata.
Saboia cometeu um erro grave em se deslocar da Bolivia com o Senador e sem um salvo conduto, sem segurança, e ai poderia ter acontecido o pior e que é mais grave sem a aprovação do governo brasileiro.
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