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8.21.2013

Governo sírio do presidente Bashar al-Assad pode ter utilizado armas quimicas

 Oposição síria denuncia mortes em ataque com armas químicas 
Imagem divulgada pelo Comitê Local de Arbeen mostra pacientes recebendo tratamento após um suposto ataque com gás venenoso
Foto: HOEP / AP 
 Segundo Coalizão Nacional Síria, até 1.300 foram mortos em ataques; autoridades negaram uso de gás sarin 

Com agências internacionais


AMÃ- A oposição síria acusou as forças do presidente Bashar al-Assad pela morte de 1.300 pessoas em ataques aéreos em distritos dominados pelos rebeldes, perto de Damasco, nesta quarta-feira. Segundo a denúncia, armas químicas foram utilizadas nos bombardeios. Em resposta, a Liga Árabe ordenou aos inspetores das Nações Unidas, que chegaram há três dias no país para investigar o uso de agentes químicos, a se dirigirem imediatamente à área atacada. Além disso, o Reino Unido anunciou que vai levar o assunto ao Conselho de Segurança.
Em um pronunciamento na TV estatal, o governo sírio negou o uso de armas químicas nos ataques contra os subúrbios de Damasco. A emissora citou uma fonte dizendo que a denúncia não era verdadeira e se destinava a distrair a equipe da ONU em visita ao país.
Fontes divergem sobre o número de vítimas, o que é comum na Síria devido à recusa do governo de permitir a entrada de jornalistas independentes. Comitês de coordenação local da oposição, por sua vez, sustentam que o número de vítimas chega a 755. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede em Londres, apontou pelo menos 200 mortos em ataques com projéteis lançados de aviões.
O presidente da Coalizão Nacional Síria - que reúne grupos da oposição -, George Sabra, estimou 1.300 mortos em cinco subúrbios da capital - Douma, Jobar, Zamalka, Arbeen e Ein Tarma.
- Não é a primeira vez que o regime usou armas químicas - afirmou Sabra em uma coletiva de imprensa em Istambul. - Mas isso constitui um ponto de virada significativa nas operações do regime. Desta vez foi para a aniquilação, em vez de terror.
A Liga Árabe ordenou aos inspetores das Nações Unidas a se dirigirem à área atacada. Em nota, o príncipe saudita disse que o Conselho de Segurança deve superar as diferenças entre seus membros e agir imediatamente:
“É hora de o Conselho de Segurança assumir a sua responsabilidade, superar as diferenças entre os seus membros e restaurar a confiança da comunidade internacional convocando imediatamente seus membros para emitir uma resolução clara para colocar um fim a esta crise humanitária”, disse o príncipe saudita em um comunicado.
O Reino Unido afirmou que irá levar as mortes ao Conselho de Segurança da ONU.
- Estou profundamente preocupado com relatos de que centenas de pessoas, incluindo crianças, foram mortas em ataques aéreos e em um ataque com armas químicas em áreas controladas pelos rebeldes perto de Damasco - disse o chanceler britânico, William Hague. - Peço ao governo sírio que permita o acesso imediato à área pela equipe da ONU que investiga alegações anteriores de uso de armas químicas.
Ativistas relataram que foguetes com agentes químicos atingiram os subúrbios na região de Ghouta. A enfermeira Bayan Baker afirmou que 213 pessoas morreram no ataque, de acordo com dados coletados em centros médicos na região. Segundo ela, muitas das vítimas eram mulheres e crianças.
- Eles chegaram com a pupila dilatada, membros frios e espuma na boca. Os médicos dizem que estes são sintomas típicos de vítimas de gás de nervos - disse a enfermeira.
Uma foto supostamente feita por ativistas mostrou os corpos de pelo menos 16 crianças e três adultos, um vestindo uniforme de combate, deitados no chão de uma sala em um centro médico, onde foram recolhidos os corpos.
Khaled Omar, do conselho local da oposição em Ain Tarma, relatou ter visto cerca de 80 corpos no Hospital Hajjah e em uma clínica improvisada em uma escola no distrito vizinho de Saqba.
- O ataque ocorreu em torno de 3h (21h de terça-feira em Brasília). A maioria dos mortos estava em suas casas - disse Omar.
Os Estados Unidos e os países europeus dizem ter fortes indícios de que o governo de Assad usou gás sarin no passado, o que Washington chamou de “linha vermelha” para justificar a ajuda militar internacional aos rebeldes. Autoridades sírias, no entanto, sempre negaram o uso de agentes químicos durante o conflito no país, que já entra em seu terceiro ano, e acusam os rebeldes de usá-las, que também rechaçam a acusação.

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