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9.10.2013

Bactérias favoráveis ao emagrecimento podem ser transmitidas, diz estudo


Acredite se quiser: magreza pega. Pelo menos é o que sugere 
um novo estudo com camundongos realizado por 
pesquisadores americanos.
O trabalho, liderado por Jeffrey Gordon, da Escola de 
Medicina da Universidade Washington, nos EUA, é 
mais um passo  importante para compreender a intricada 
relação entre bactérias e obesidade.
Um estudo chinês, feito no início do ano, já havia confirmado 
a hipótese de que certas bactérias do gênero Enterobacter
quando alojadas no intestino humano, colaboram com o 
acúmulo de gordura.
Agora, o trabalho americano revela o reverso da moeda: 
micróbios do gênero Bacteroides parecem encorajar o 
organismo a se manter magro.
Para descobrir esse efeito, os pesquisadores partiram de 
voluntárias gêmeas (idênticas e fraternas) em que uma 
delas era obesa e a outra não. Com isso, tentavam eliminar 
ao máximo o efeito genético sobre a obesidade.
A partir das fezes, os cientistas isolaram e cultivaram as 
bactérias presentes na flora intestinal delas. O passo seguinte 
foi induzir camundongos a serem contaminados por elas e 
dar-lhes a mesma quantidade de ração.
O resultado foi que os roedores com as bactérias das 
voluntárias magras engordaram menos do que os com a flora
 intestinal das obesas.

TRANSMISSÃO
A maior surpresa, contudo, foi quando os pesquisadores colocaram para viver juntos os camundongos com as duas variedades bacterianas.
Como os bichinhos têm o hábito desagradável de comer as fezes uns dos outros, as bactérias da magreza acabaram saltando para os animais com a flora da obesidade, protegendo-os de engordar.
Curiosamente, o inverso não aconteceu. As bactérias obesas não conseguiram encontrar um ambiente para proliferar entre os camundongos com a flora bacteriana dos magros.
Outro fator importante foi que o efeito de transmissão das bactérias da magreza só aconteceu quando os animais foram submetidos à ração ou a uma dieta balanceada, rica em fibra e pobre em gordura.
Quando os pesquisadores simularam uma dieta ocidental típica, com mais gordura saturada, a bactéria da magreza não conseguiu saltar para os organismos com a flora intestinal da obesidade.
O trabalho mostra que, por mais que as bactérias tenham influência no acúmulo de gordura, o jeito mais simples de controlá-las é pela alimentação.
Ainda assim, o trabalho pode ajudar a desenvolver tratamentos que sejam mais efetivos para encorajar a perda de peso sob efeito de uma dieta pouco calórica.
"O estudo é um passo na direção da meta definitiva de desenvolver misturas relativamente simples de bactérias para teste como terapia antiobesidade", afirmam Alan Walker e Julian Parkhill, pesquisadores do Wellcome Trust Sanger Institute, no Reino Unido, que não participaram da pesquisa. Eles comentaram o trabalho na mesma edição em que ele foi publicado, no periódico "Science".

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