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9.24.2013

Farmacêuticos são autorizados a prescrever medicamentos

Foto: Divulgação

Farmacêuticos vão poder prescrever medicamentos vendidos sem receita

Regra vai valer apenas para analgésicos e fitoterápicos.
Conselho Federal de Medicina disse vai recorrer da decisão.

Uma resolução do Conselho Federal de Farmácia permite que os farmacêuticos passem a prescrever alguns medicamentos vendidos sem receita médica, como analgésicos e fitoterápicos.
A resolução do conselho deve ser publicada nesta quarta-feira (25) e o Conselho federal de Medicina já avisou que vai recorrer da decisão.
Um comprimido, uma cartela e lá vai o cliente escolhendo. “Eu compro. Quando vê depois, passa depois três dias e não melhora, eu vou no médico”, conta a diarista Zelaide de Brito.
“Que eu saiba, Analgésico e antitérmico não precisa de receita. Escolhe e já está tudo ok”, diz a administradora Denise Neves.
Tem remédio que é assim: não precisa de receita. Mas para a maioria dos medicamentos, o papelzinho com o carimbo do médico é obrigatório.
A Simone Prado, que é farmacêutica, dá uma ajuda, mas não pode mandar o paciente tomar nada: “Nós farmacêuticos falamos que não podemos prescrever nenhum medicamento, então eles acabam tomando qualquer coisa para tomar, porque eles não querem ir ao médico porque dor de cabeça é algo muito leve para precisar de médico”.
O Conselho Federal de Farmácia pretende mudar isso e prepara uma resolução ampliando a função do profissional que trabalha nas farmácias.
O farmacêutico vai poder dar a receita para medicamentos que o brasileiro já compra sem precisar da prescrição médica. É o caso de analgésicos. Hoje, a pessoa que sente uma dor de cabeça pode ir até a farmácia e levar um desses comprimidos para casa sem precisar ter passado pelo médico. É nisso que o farmacêutico vai ajudar.
“Eu tenho problema na coluna e às vezes acordo com aquela dorzinha. Então, eu tomo um comprimidinho e não abuso. Mas tomo às vezes um comprimidinho e passo o dia inteiro em uma boa”, conta o aposentado Pedro Moreira.
“Como em toda farmácia tem que ter um farmacêutico, não custa nada a gente pedir a opinião dele e ele também receitar”, defende a programadora Márcia Karan.
Hoje, 25 dos 26 medicamentos mais vendidos no país não necessitam de receita médica. Na lista, cinco são remédios para dor.
“Mas nós estamos recomendando ao farmacêutico também que se o quadro é apresentar um estado de uma complicação que fuja à sua competência, à sua percepção, ele está devidamente orientado a encaminhar a um profissional este paciente ou profissional especializado”, explica Walter da Silva Jorge João, presidente do Conselho Federal de Farmácia.
O Conselho Federal de Medicina diz que vai questionar a medida, assim que ela for lançada.
“Se o farmacêutico também prescrever a medicação analgésica, deixa o paciente de ter a primeira chance de fazer qualquer diagnóstico de doença, porque uma simples dor de cabeça pode ser desde uma cefaleia comum ou um tumor cerebral”, diz o secretário do Conselho Federal de Medicina, Desiré Callegari.

O Conselho Federal de Farmácia disse que vai orientar os profissionais a encaminhar quem apresenta um quadro clínico mais grave para uma consulta médica. De acordo com o Ministério da Saúde, em cinco anos quase 60 mil internações foram provocadas por intoxicação com remédios. Muitas vezes as pessoas não sabem que o remédio pode causar alergia ou tomam a dose errada.
Opine no espaço destinado aos comentários: Você concorda com a decisão do Conselho Federal de Farmácia?

Médico utiliza receita para mandar recado a farmacêutico

Ele pede que o farmacêutico "pare de perder tempo com picuinha".
Médico alega que se irritou com a burocracia para a compra do remédio.

Renato Ferezim Do G1 Vale do Paraíba e Região
39 comentários
Um médico, que atende no Hospital Municipal de São José dos Campos, se utilizou de uma maneira pouco usual para mandar um recado ao farmacêutico que se recusou a fornecer medicamentos a uma paciente. Ao final da receita ele adicionou a seguinte frase: "Pare de perder tempo com picuinha, grato".
Hospital Municipal de São José dos Campos (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)Hospital Municipal de São José dos Campos
(Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
A receita com o recado foi feita após a paciente, uma mulher de 66 anos, procurar o hospital em 26 de maio, quando precisava de remédios para o controle de pressão. "Ele fez uma receita de 25 mg e o farmacêutico disse que, pela farmácia popular, só tinha o produto com 50 mg", conta Maria Chagas, a paciente.
Ela então voltou ao hospital e o médico teria apenas alterado a quantidade na receita. "Voltei à farmácia e o farmacêutico não aceitou por causa das rasuras", diz Maria.
A paciente voltou pela terceira vez ao hospital e afirma ter sido destratada. "O médico disse que eu deveria mandar a farmácia popular 'plantar batata' e que meus retornos ao hospital ocupariam o lugar de outras pessoas", conta.
Na ocasião, a aposentada relatou a história apenas aos funcionários da farmácia. Na última segunda-feira o caso se tornou público quando a paciente comentou o caso com parentes. "Ela ficou com medo de irmos tirar satisfação com o médico. Ela reclamou para funcionárias, que apenas disseram que 'iam ver'", diz Bruna Chagas, neta da paciente.
Burocracia irritou médicoO G1 entrou em contato, por e-mail, com o Dr. Vitor Israel, que clinicava há dois meses no hospital e estava em período de experiência. "O paciente voltou ao hospital três vezes por algum detalhe de receita que queriam que mudasse, por não ter comprimido de 50 mg e ter que refazer a receita toda à mão para dizer duas cápsulas de 25 mg, sendo que não se pode rasurar receita. Na terceira vez em que reescrevia, me irritei com a farmácia", diz Vitor.
"Acredito no SUS público e na humanização da medicina. E perco o emprego sumariamente por me irritar com a burocracia. Acho que a profissão médica não permite que você se irrite com absolutamente nada, mesmo que o paciente esteja sendo explorado no meio", disse.
A farmácia onde os remédios foram comprados fica ao lado do hospital, região onde também reside a paciente. "A farmácia popular tem uma série de normas, se algo vai diferente, a farmácia tem que responder ao Ministério da Saúde. Os médicos reclamam mesmo e os pacientes lamentam conosco", relata uma funcionária.
Profissional será desligadoA Secretaria de Saúde de São José dos Campos foi informada do caso por meio da reportagem do G1. Em nota, a Secretaria informou que considera a conduta inadmissível e, por isso, o médico está sendo desligado do Hospital Municipal. A Secretaria informou ainda que o caso será encaminhado para a comissão de ética médica do hospital.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informou que vai abrir sindicância para apurar a conduta do médico. No caso de uma sindicândia, o resultado pode levar de 6 meses a 2 anos para sair.

Leia a íntegra da nota da Secretaria de Saúde:

"O Hospital Municipal de São José dos Campos considera uma conduta como essa inadmissível. Por isso, o médico está sendo desligado e o caso também vai ser encaminhado para a Comissão de Ética Médica do Hospital que também vai apurar o ocorrido dentro dos princípios da ética médica.
Lembrando, que essa não é conduta dos profissionais que trabalham no Hospital Municipal de São José dos Campos. É importante que ocorrências como essa sejam sempre relatadas no Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU) mantido pelo HM, que é um canal direto de comunicação do paciente com a diretoria. Assim o hospital pode averiguar e sempre corrigir falhas como essa".
Receita enviada para a farmácia contém prescrição de remédios para controle de pressão e um recado para o farmacêutico (Foto: Foto: Arquivo Pessoal/ Bruna Chagas)Receita enviada para a farmácia contém prescrição de remédios para controle de pressão e um recado para o farmacêutico (Foto: Foto: Arquivo Pessoal/ Bruna Chagas)
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Um comentário:

  1. Esta medida vai melhorar em muito a saúde das pessoas. Parece até que o médico estudou farmacologia e farmacodinamia em livros diferentes do livro do farmacêutico. Se a dor continuar um médico deverá ser consultado e com certeza será orintado pelo profissional farmacêutico

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