Justiça determinou ainda que parentes do pedreiro tenham direito a tratamento psicológico
Amanda Raiter
Rio - Por determinação do desembargador
Lindolpho Morais Marinho, da 16ª Câmara Cível, o Governo do Estado terá
que pagar uma pensão mensal de um salário mínimo à família do pedreiro
Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho, quando estava
sob a custódia de PMs da UPP da Rocinha. Em seu despacho, o magistrado diz que a família
de Amarildo passa por necessidades: “É inequívoco que sua família passa
por privações materiais e imateriais”. O desembargador deu prazo de
cinco dias para o cumprimento da decisão, que prevê ainda que os
familiares de Amarildo tenham direito a tratamento psicológico no valor
de R$ 300 por sessão.
Polícia refez todo trajeto feito pela viatura usada pelos PMs que levaram Amarildo à sede da UPP
Foto: José Pedro Monteiro / Agência O Dia
Policiais da Delegacia de Homicídios
(DH) realizaram, na noite de domingo, a segunda parte da reprodução
simulada do sumiço do pedreiro. A reconstituição, que durou seis horas,
tinha como objetivo recriar a versão para a trajetória da viatura,
quando os PMs alegaram que levaram Amarildo à delegacia.
Os policiais fizeram o percurso, separados, e
acompanhados de um perito, que tinha uma câmera acoplada no corpo para
gravar a área externa da viatura. O laudo técnico da reconstituição deve
estar pronto em até 20 dias e com ele a DH espera desvendar o mistério
do sumiço. Viatura foi à área portuária Na reconstituição, a viatura saiu da Rocinha e
seguiu para a Zona Portuária do Rio. Depois, voltou ao local, pelo mesmo
caminho, porém, com uma parada no Batalhão de Choque. Na versão do
depoimento dos PMs, Amarildo já não estava mais na viatura quando saíram
da Rocinha. O trajeto foi identificado também por conta do GPS do
veículo policial. Na semana passada, houve uma primeira
reconstituição, que durou cerca de 16 horas, dessa vez, sobre a
abordagem dos dois policiais ao ajudante de pedreiro feita antes do
desaparecimento.
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