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10.05.2013

Cardápio adaptado para quem fez redução de estômago

Refeição contaria com menos comida e 70% do preço de um prato normal.

Como é uma proposta, restaurantes podem aderir ou não à novidade.

Mariane Rossi Do G1 Santos
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Refeições dos operados sairiam pela metade do preço do prato normal (Foto: Alexandre Lopes/G1)Refeições dos operados sairiam pela metade do preço do prato normal (Foto: Alexandre Lopes/G1)
Os restaurantes de Santos, no litoral de São Paulo, podem começar a adotar um cardápio adaptado para as pessoas que fizeram cirurgia de redução do estômago. Uma proposta já foi encaminhada para representantes da categoria e a ideia é que os operados paguem menos por uma refeição com menor quantidade de comida.
O vereador Ademir Pestana foi o autor dessa ideia. Ele fez um requerimento para o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Simulares da Baixada Santista solicitando que a entidade estudasse com os donos dos restaurantes a possibilidade de implantar um cardápio de pratos equivalentes ao normal, mas, em menor preço, para os portadores de cirurgia de redução do estômago. “Não seria justo as pessoas pagarem mais e comerem pouco. A gente calcula que seria até 70% do preço de um prato. Não daria prejuízo para os comerciantes”, afirma.
Vereador Ademir Pestana, autor da ideia (Foto: Mariane Rossi/G1)Vereador Ademir Pestana, autor da ideia
(Foto: Mariane Rossi/G1)
Segundo o vereador, que é presidente de um hospital na Baixada Santista, as cirurgias bariátricas têm aumentado nos últimos anos. O procedimento é realizado pelas pessoas que desejam reduzir o estômago e, consequentemente, perder o peso. Por isso, haveria a necessidade de criar um cardápio especial para esse público que, segundo ele, sofre discriminação. “Socialmente elas se acham discriminadas com relação aos restaurantes porque são obrigadas a pagar um prato normal enquanto que elas só conseguem comer 1/3 disso”, fala.

Antonio Joaquim Leal, cirurgião bariátrico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, confirma essa realidade. Somente ele, em 13 anos, fez mais de 1.500 cirurgias desse tipo em Santos. “Está crescendo a cada dia”, afirma. Ainda de acordo com o cirurgião, as pessoas que fizeram a redução do estômago não necessitam ter uma mudança na alimentação. Depois, a pessoa pode comer de tudo, mas acaba comendo menos. Segundo o médico, as pessoas comem 50% a menos que antes da cirurgia.

Leal conta que os pacientes que realizam a cirurgia sofrem discriminação. “Muitas pessoas não vão a restaurantes para não ter que pagar pelo que não comeu”, diz o médico. Ele e os pacientes operados já quiseram montar uma associação e fornecer uma carteirinha para esse público pagar menos pela refeição, mas a ideia não foi concretizada. Para o médico, a alternativa sugerida pelo vereador é positiva. “A ideia dele é muito boa. É uma forma da pessoa se sentir incluída na sociedade”, afirma.
Comerciante não vê a necessidade de um cardápio adaptado (Foto: Mariane Rossi/G1)Comerciante não vê a necessidade de um cardápio
adaptado (Foto: Mariane Rossi/G1)
Opiniões
Alguns comerciantes do Centro de Santos ainda nem ouviram falar dessa proposta. Vera da Conceição Garrido tem um restaurante na rua XV de Novembro que oferece almoço a la carte, de segunda a sexta-feira. Para ela, se houver público, há interesse em montar os pratos com uma quantidade reduzida de comida. “Se a pessoa precisar a gente faz. Mas, não é qualquer prato, uma feijoada não dá. Precisaríamos estudar isso”, opina.

Já Charliston Escobar, que também tem um restaurante no Centro da cidade, acredita que não seja necessário o cardápio adaptado já que não vê público suficiente para isso. Se fosse obrigatório, ele acredita que os estabelecimentos também teriam que se adaptar a algumas questões. “Teríamos que ter um acompanhamento de uma nutricionista, montar uma estrutura”, fala. Para ele, as pessoas que fizeram cirurgia bariátrica poderiam frequentar restaurantes por quilo e escolher a quantidade e o tipo de comida que desejam. Além disso, esses estabelecimentos costumam oferecer um preço mais acessível.

A medida não é obrigatória para os comerciantes de Santos. Por enquanto, o cardápio adaptado é apenas uma proposta ao sindicato e os restaurantes, que podem aderir ou não à novidade.
Operados poderiam pagar menos por refeição com menor quantidade de comida (Foto: Mariane Rossi/G1)Operados poderiam pagar menos por refeição com menor quantidade de comida (Foto: Mariane Rossi/G1)

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