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10.21.2013

Manifestantes viram carro em protesto contra leilão de Libra

Sindicalistas protestam contra licitação do primeiro campo do pré-sal sob o regime de partilha

Manifestantes feridos em confronto com PMs Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

Tumulto deixou pessoas feridas

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Célia Costa (Email)
Bruno Rosa (Email)
Priscilla Aguiar (Email)

Manifestantes tentam impedir carro oficial de chegar ao Hotel Windsor Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

Manifestantes tentam impedir carro oficial de chegar ao Hotel Windsor Pablo Jacob / Agência O Globo
RIO - Manifestantes, com o rosto oculto por máscaras, viraram e tentaram incendiar um carro de reportagem da TV Record na altura da praça do Ó, na Barra da Tijuca, por volta de 11h45m desta segunda-feira. Bombeiros apagavam o princípio de fogo. Antes disso, fizeram barricada com placas de metal de uma obra e atiraram pedras em direção à Força Nacional, que avançou em direção ao grupo. No hotel Windsor, a poucos metros do local, vai ocorrer a partir das 15h o leilão de Libra, a primeira área de petróleo a ser licitada sob o regime de partilha.
Helicópteros da PM dão voos rasantes no local, a poucos metros dos manifestantes. Uma grande quantidade de bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral foram lançadas em direção aos manifestantes.
Nem começou oficialmente, mas o leilão começou a ter enfrentamento de forças policiais e militares contra manifestantes por volta de 10h50m desta segunda-feira. Foram utilizadas bombas de gás lacrimogênio e spray de gás de pimenta para dispersar manifestantes. Durante o tumulto, quatro manifestantes foram feridos por balas de borracha. Mais de 300 pessoas protestam no entorno do Hotel Windsor, onde ocorrerá a licitação a partir das 15h. Será a maior área de óleo já licitada no país.
Laércio Souza da Silva, de 20 anos, foi um dos jovens feridos durante o tumulto. Ele contou que foi atingido por uma bala de borracha na coxa.
- Quando fui atingido, eu caí e e várias pessoas passaram por cima de mim. Vim de Brasília para participar do protesto contra o leilão do Campo de Libra - contou Silva.
Também foi utilizado gás de pimenta para conter manifestantes concentrados na Praça do Ó, próximo ao hotel. Mesmo depois de dispersados, alguns ativistas voltaram às imediações do hotel.
Mais cedo, homens da Força Nacional ampliaram a área de bloqueio no entorno do hotel. Fecharam o acesso à Avenida Arquiteto Afonso Reidy, que é paralela à Lúcio Costa.
Sindicalitas do setor de petróleo colocaram um carro de som em frente à área de contenção na Avenida Lúcio Costa. Entre os manifestantes, há sindicalistas da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da Central Geral dos Trabalhadores
Além de gritar palavras de ordem contra o leilão, integrantes do sindicato convocaram moradores da área de bloqueio para fazerem manifestação no Windsor, pois moram dentro da área bloqueada.
Diversos manifestantes se aglomeraram nas imediações do hotel Windsor, na Barra, contra a realização do leilão do campo de Libra. Vestido de preto, o economista Carlos Lessa, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), veio participar do protesto, a que chamou de “velório”.
- Participei da campanha “O Petróleo é Nosso”. Nunca imaginei que, aos 77 anos, iria ver o Brasil entregar a sua riqueza. É triste também ver o meu Exército e a minha Marinha participarem da entrega do nosso petróleo - disse o economista, que já foi presidente do BNDES.
Por volta de 10h20m, ocorreu uma confusão quando manifestantes suspeitaram que dois carros eram do Ministério de Minas e Energia e impediram o acesso dos veículos ao Hotel Windsor. Cerca de 200 manifestantes bateram nos carros, colaram adesivos e obrigaram os motoristas a retornar. Homens da Força Nacional apenas observaram a movimentação.
O campo de Libra possui reservas estimadas entre oito e 12 bilhões de barris de petróleo.

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