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10.08.2013

Na TV, Dilma diz que Mais Médicos e recursos à educação são frutos de protestos

Presidenta afirmou ainda que será preciso fazer uma "campanha pela Copa" no país e falou sobre as cobranças que teria feito ao presidente Barack Obama

Reuters
A presidenta Dilma Rousseff afirmou que sem as manifestações populares de junho o governo dificilmente conseguiria destinar os recursos dos royalties de petróleo para educação e colocar em prática o programa Mais Médicos, que ainda tramita no Legislativo. "Dificilmente, sem as manifestações de junho nós teríamos conseguido os royalties para a educação. Eu já tinha mandado duas vezes para o Congresso (a proposta)", disse Dilma em entrevista ao Programa do Ratinho exibida na noite desta segunda-feira. "(Dificilmente) nós não teríamos conseguido de uma forma tão rápida estruturar e agora estar conseguindo aprovar, já aprovamos na comissão (especial), o Mais Médicos."
Ratinho após entrevista com a presidente Dilma
Foto:  Ricardo Stuckert / Divulgação
Em junho, milhares de pessoas foram às ruas em todo país protestar por melhores serviços públicos e contra a corrupção. Após os protestos, a avaliação da presidenta nas pesquisas de opinião despencou e Dilma ainda não recuperou o apoio que tinha antes dos protestos.
A destinação de 75 por cento dos recursos dos royalties obtidos com a exploração de petróleo na camada pré-sal foi aprovada pelo Congresso em agosto e era uma dos pactos sugeridos pela presidenta para dar uma resposta às manifestações.
O programa Mais Médicos, que deve ser aprovado no plenário da Câmara nesta semana, também foi uma proposta de Dilma como resposta aos protestos e ainda gera polêmica com as entidades médicas.
Copa do Mundo
Dilma afirmou ainda que será preciso fazer uma "campanha pela Copa" no país e defendeu os investimentos feitos para construir e reformar os estádios para o torneio mundial de 2014. Segundo ela, o governo federal não destinou recursos do Orçamento para as arenas e apenas disponibilizou 400 milhões de reais de financiamento para cada uma delas.
Os estádios que sediaram a Copa das Confederações neste ano foram cenário de várias manifestações, com a população questionando os gastos nas arenas em detrimento de mais recursos para saúde e educação.
"Do Orçamento da União não colocamos um tostão (nos estádios). Colocamos em mobilidade urbana e telecomunicações", argumentou a presidenta.
Erpionagem
Questionada sobre que cobranças teria feito ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, depois das denúncias espionagem ao Brasil e à autoridades brasileiras, Dilma afirmou que pediu que ele se desculpasse e que garantisse que não haveria mais ações nesse sentido.
Segundo ela, como Obama não atendeu ao pedido foi obrigada a adiar a visita de Estado que faria aos Estados Unidos.
"Deixei claro para ele duas coisas: primeiro, que o Brasil sabia se defender, então ninguém precisa defender o Brasil contra terrorismo; segundo, que não é possível afirmar direitos humanos de um país em detrimento dos direitos humanos de outro país", afirmou Dilma.
As denúncias de espionagem são baseadas em documentos vazados pelo ex-prestador de serviços da NSA Edward Snowden e têm sido divulgadas pela mídia revelando que a agência norte-americana usou programas secretos de vigilância da Internet para monitorar as comunicações no Brasil.

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