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10.31.2013

Síria destruiu instalações de produção de armas químicas, diz Opaq

Oriente Médio


Documento oficial informa que a Opaq verificou e destruiu "todos os 23 locais importantes de produção declarados"


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Foto do comitê local de Arbeen mostra inspetor de armas das Nações Unidas durante a coleta de amostras em Zamalka, a leste de Damasco, na Síria
Foto do comitê local de Arbeen mostra inspetor de armas das Nações Unidas durante a coleta de amostras em Zamalka, a leste de Damasco, na Síria - EFE
A Síria destruiu todas as instalações declaradas de produção de armas químicas, cumprindo uma meta fundamental de um ambicioso programa de desarmamento do país, informa documento do organismo internacional de fiscalização das armas químicas, revelado nesta quinta-feira. A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) informa que suas equipes inspecionaram 21 dos 23 locais de produção de armas químicas na Síria. Os dois locais que ficaram fora eram perigosos demais para serem inspecionados, mas equipamentos químicos já haviam sido removidos para outros locais que foram visitados pelos especialistas, segundo a Opaq.
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"A Opaq está satisfeita de ter verificado e destruído equipamentos de todos os 23 locais importantes de produção declarados", diz o documento. Sob um acordo mediado por Rússia e Estados Unidos, o governo sírio aceitou destruir todas as suas armas químicas, após Washington ter ameaçado usar a força em resposta à morte de mais de 1 400 pessoas em um ataque com gás sarin nos arredores de Damasco em 21 de agosto.

A destruição desses equipamentos significa que a Síria já não pode produzir novas armas químicas. Mas Damasco ainda tem de começar a destruir seu atual arsenal desse tipo de armamento. Acredita-se que o país tenha cerca de 1 000 toneladas de químicos, dentre eles gás mostarda e gás sarin. A Síria apresentou um programa para a destruição total de armas químicas que tem de ser aprovado, no mês que vem, pelo comitê executivo da Opaq. Num sinal do progresso da missão, um grupo de oito inspetores da Opaq retornou para a sede da organização nesta quinta-feira.

Na quarta-feira, O ditador sírio Bashar Assad se reuniu com o enviado da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, para discutir a participação de representantes do regime na conferência de paz que será realizada em Genebra, na Suíça. O mandatário, contudo, alertou que nenhuma solução política para a guerra civil será tomada até os países do Ocidente deixarem de apoiar as forças rebeldes.

Histórico - O conflito entre as forças governistas do ditador e os rebeldes contrários ao regime já dura mais de dois anos e causou a morte de mais de 100 000 pessoas, segundo dados da ONU. Assad, que classifica os membros da oposição síria de “terroristas”, afirmou que não conseguirá cumprir com as demandas das negociações de paz se não tiver a sua reivindicação atendida.
Embora grupos jihadistas tenham se aproveitado da instabilidade política e social na Síria para promover atentados terroristas no país, a oposição liderada pelo Exército Sírio Livre (ESL) conta com forte apoio dos Estados Unidos e de seus aliados. A organização é considerada o principal braço armado da luta contra Assad e afirma ter um contingente de aproximadamente 40 000 soldados. Analistas, no entanto, dizem que o ESL não deve ter mais do que 10 000 integrantes.
A oposição síria já havia afirmado em outras ocasiões que não estava confiante nas futuras negociações em Genebra. Os grupos rebeldes dizem que não aceitarão nenhuma resolução que não determine a saída imediata de Assad do poder. Anteriormente, os opositores já haviam declarado que o acordo firmado entre Estados Unidos e Rússia para destruir o arsenal químico do regime não interromperia a luta armada. A medida foi acordada em setembro como uma resposta ao massacre de civis em um ataque com armas químicas na periferia de Damasco.
(Com agência Reuters)

Os principais grupos de oposição na Síria


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Coalizão Nacional Síria das Forças de Oposição e da Revolução (CNFROS)

Dirigentes da Coalizão Nacional das Forças de Oposição da Revolução Síria em março de 2013 Criação: Novembro de 2012
Chefes: Ahmed Jarba
Princípios: defender a soberania e independência nacional com um regime civil e democrático; preservar a unidade do povo sírio e do país; não estabelecer nenhum diálogo ou negociação com o regime de Assad
Em resposta à pressão estrangeira por uma nova aliança que substituísse o Conselho Nacional Sírio, visto como ineficiente e consumido por disputas internas, as facções de oposição se reuniram no Catar para assinar o acordo de criação da Coalizão Nacional Síria das Forças de Oposição e da Revolução (CNFROS). Basicamente, o objetivo da CNFROS é o mesmo que o CNS – derrubar por via legal o ditador Bashar Assad e estabelecer um “estado civil democrático e pluralístico”. No entanto, ela tem a pretensão de ser um conselho de liderança mais inclusivo, que assuma o papel de representante legítima do país para receber ajuda financeira e militar de países estrangeiros.
De fato mais abrangente, a coalizão conta com membros de outros 14 grupos opositores, incluindo o próprio Conselho Nacional Sírio. Mas não aceita militantes islâmicos como os da Frente Al-Nusra, classificada como grupo terrorista pelos Estados Unidos.
Assim que foi criada, a CNFROS conseguiu o reconhecimento dos países do Conselho de Cooperação do Golfo, das 21 nações da Liga Árabe, de alguns países europeus e dos Estados Unidos. Mas a aliança enfrenta problemas semelhantes aos do CNS, e não conseguiu formar um governo provisório dentro da Síria para administrar as áreas dominadas pelos rebeldes.

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