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11.10.2013

A dama do achaque abre o jogo

Investigações sobre o pagamento de propina a auditores avançam e se aproximam do ex-prefeito Gilberto Kassab. Vanessa Alcântara, testemunha-chave do escândalo, conta os bastidores do esquema e dá detalhes da vida de luxo que levava ao lado de um corrupto

Alan Rodrigues

AMANTE-01-IE-2295.jpg ELA CONTA TUDO
Ex-mulher do fiscal envolvido no esquema diz que levava
uma vida de madame à custa do dinheiro da corrupção
  
A investigação sobre o escândalo do pagamento de propina a auditores fiscais da Prefeitura de São Paulo, operado por grandes incorporadoras em troca de desconto no recolhimento de tributos, subiu alguns andares na semana passada e chegou à porta do ex-prefeito Gilberto Kassab. Em conversas telefônicas interceptadas pela polícia, com autorização da Justiça, um dos auditores fiscais do esquema afirma que o secretário e o prefeito com quem trabalhou “tinham ciência de tudo”. Para quem investiga o caso, a revelação do diálogo entre os fiscais não foi nenhuma novidade. No dia 6 de setembro passado, a testemunha-chave da investigação da quadrilha, Vanessa Alcântara, ex-companheira de Luís Alexandre Magalhães, um dos quatro fiscais presos, revelou à Corregedoria-Geral do Município (CGM), ao Ministério Público Estadual e à polícia como o grupo do ex-marido operava. Ela entregou também uma pasta recheada com 150 folhas de documentos,que comprovavam a participação do ex-companheiro no esquema de fraude no recolhimento de tributos e gravações que revelaram os bastidores do esquema. A denúncia de Vanessa, movida por um desejo de desforra contra o ex-companheiro, foi fundamental para os investigadores fecharem o cerco sobre os fiscais. “Eu alertei os investigadores sobre quem era quem. O grupo não sabia que estava com os telefones grampeados. Contei que o Luís Alexandre tinha horror à cadeia e que o monitorassem com muita atenção, pois ele sempre disse que iria denunciar todo mundo se um dia o esquema ruísse”, disse Vanessa em entrevista à ISTOÉ.
“Ele mantinha um boneco do Al Capone sobre a mesa.” “Eles operavam
na gestão Kassab.” “Ele sempre dizia que, se um dia o esquema ruísse, ele seria o
primeiro a entregar todo mundo.” “Foi uma aflição ficar tanto tempo em silêncio”
Diante das investigações e dos depoimentos de Vanessa, Luís Alexandre resolveu fazer uma delação premiada. Ou seja, topou fornecer informações sobre a máfia da qual fez parte em troca da redução de sua pena. Ele levava uma vida de magnata ao lado de Vanessa. Ela relembra passeios de iate, jantares caríssimos regados pelos melhores vinhos e fins de semana em luxuosos hotéis. A proximidade fez com que a ex-companheira se familiarizasse com a maneira de agir dos integrantes da quadrilha. Vanessa contou que ela e Luís Alexandre sentavam-se no tapete de casa, espalhavam a dinheirama da propina e separavam em pacotinhos iguais para os quatro integrantes do esquema. 
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Nos últimos dois meses, ela refugiou-se no silêncio. Nesse tempo, ela manteve conversas com integrantes da máfia fazendo uma espécie de jogo duplo. “Simulei pedidos de carros. O grupo discutiu a ‘compra’ do meu próprio bebê, enfim, tudo para comprar meu silêncio”, revela Vanessa. “Se deram mal. Comemorei a prisão deles como um gol”, diz. A fraude na arrecadação dos impostos, que consistia no pagamento de propina em troca de abatimento para construtoras em taxas como o ISS, provocou um prejuízo de cerca de R$ 500 milhões nos cofres públicos. Pelo menos cinco secretarias estariam envolvidas: Cultura, Meio Ambiente, Subprefeituras, Finanças e Habitação. Nas gravações interceptadas pela polícia, com autorização da Justiça, o subsecretário da Receita na gestão Kassab, Ronilson Rodrigues, um dos apontados por Vanessa de participar do esquema, reclama com a auditora Paula Sayuri Nagamati, ex-chefe de gabinete de Finanças do ex-prefeito, que foi intimado a prestar esclarecimento à Controladoria-Geral do Município (CGM) sob suspeita de corrupção. A conversa aconteceu no último dia 18 de setembro; portanto, 12 dias após as denúncias de Vanessa. “É um absurdo, Paula. Tinha que chamar o secretário e o prefeito também, você não acha? Chama o secretário e o prefeito com quem eu trabalhei. Eles têm ciência de tudo”, afirmou Rodrigues sobre a investigação da CGM.
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Outra gravação em poder dos promotores foi feita pelo ex-companheiro de Vanessa, Luís Alexandre. Na conversa com Ronilson Rodrigues e Carlos di Lallo, ambos presos, eles tratam dos possíveis desdobramentos da investigação. Em clima tenso, Magalhães mostra preocupação em ser o único a se dar mal. “Eu não estava nessa sozinho. Eu tenho todos os números de certificado. Eu não vou ser bode expiatório”, disse Magalhães a Rodrigues, considerado pelos promotores o chefe do esquema. “Isso aí pra mim é uma ameaça”, retrucou Rodrigues. “Não, é um aviso. Eu não vou sozinho nessa p...”, rebateu Magalhães. “Não vai. Porque eu vou estar contigo”, disse Rodrigues. “Eu, o Lallo e o Barcelos não vamos pagar o pato nessa p... toda.”, ameaçou Magalhães. Procurados, os advogados de Rodrigues e Lallo não foram encontrados. Mario Rica, defensor de Luís Magalhães, disse que ia falar com seu cliente sobre as acusações da ex-companheira, mas não havia retornado até o fechamento desta edição.
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Os investigadores do caso foram alertados por Vanessa sobre as desavenças entre o grupo. “Apesar de acharem que nunca iam ser pegos, eles andavam preocupados com as novas investigações. Diferentemente da época da gestão Kassab, quando o grupo saiu rindo da sala em que prestavam depoimentos, ultimamente eles estavam com medo”, relata Vanessa. Kassab negou na semana passada que soubesse do esquema. A prefeitura confirmou a denúncia e agora os investigadores estão fazendo um pente fino sobre as centenas de edificações fiscalizadas pelo grupo e em 15 construtoras para rastrear os corruptores, além de focar em outros 40 funcionários públicos que estão sob suspeita.  
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Na terça-feira 5, Vanessa Alcântara recebeu ISTOÉ na casa de amigos na cidade de Campinas. Testemunha-chave do escândalo, ela revelou na entrevista como agia o grupo acusado de desviar cerca de R$ 500 milhões dos cofres públicos. Vestida sobriamente, bem maquiada e como uma voz firme, ela diz que o ex-companheiro sempre afirmou que, se um dia o esquema ruísse, iria entregar todo mundo, sem poupar ninguém.
 – Como você conheceu o Luís Alexandre?
Vanessa –
Eu era representante comercial em 2010 e fui atendida por ele na prefeitura. Trocamos cartões e ele me ligou para sairmos. Depois de um tempo, começamos a namorar. Eram jantares e noitadas maravilhosas regadas a vinhos e champanhes nas melhores casas da noite paulista. Não conhecia esse mundo de se gastar R$ 10 mil reais em um jantar. Ele era muito encantador e sedutor comigo. Logo no início, ele me deu uma gargantilha de ouro. Não foi difícil se apaixonar por uma pessoa que te trata tão bem. Principalmente, porque estava separada, com um filho, e carente.

  – Você ficou encantada com esse mundo de luxo?
Vanessa –
Tudo era muito fantástico e real. Adorava aqueles jantares com pratos exóticos, com javalis, hotéis deslumbrantes e passeios em lanchas. Quando você está acostumado com o lixo e se depara com aquele luxo é deslumbrante. O Luís não era nenhum príncipe encantado, mas depois que começamos a namorar ele emagreceu 16 quilos, cortou a barba e começou a se vestir melhor. Ficou bem.

– Você levava uma boa vida, então?
Vanessa –
Tinha uma vida de madame. Morávamos numa casa de 500 m², com quatro quartos, três banheiras de hidromassagem. O aluguel era de R$ 6 mil. Na verdade, dinheiro não era o problema. Ele não me deixava trabalhar. Nossa casa tinha quatro empregados e tudo à disposição. Em muitos fins de semana, a gente ia de avião particular para Angra dos Reis, pegava a lancha dele de 44 pés, que ficava na Marina Pirata, e dormia em alto-mar. Era fantástico. A gente ia tomando champanhe na proa. Não posso negar que eu adorava.
– Você também fazia gastos extravagantes?
Vanessa –
Adoro moda. Apesar de ter um estilo hi-low, sempre consegui combinar peças populares com outras de grife. Não era de exagerar, mas já cheguei a comprar uma bolsa Chanel de R$ 8 mil, diversos casacos de pele e contabilizei 120 pares de sapatos.

  – Luís revelava que o dinheiro daquelas noitadas e das compras vinha da corrupção?
Vanessa –
Só depois que começamos a viver juntos é que soube. Aí, ele adorava vangloriar-se que era corrupto. Ele adorava ser o mafioso, o bandido grandioso e esperto. Ele gosta de contar a história de sua primeira mala de dinheiro conseguida com a corrupção. Ele diz que comprou um Vectra zero. O Luís gosta tanto do mundo do crime que, sobre a mesa do nosso escritório, ele mantinha um boneco do Al Capone.

  – Quando vocês começaram a se desentender?
Vanessa –
Ele tinha um ciúme doentio. Brigava comigo e com outras pessoas na rua por causa desses rompantes de agressividade. Nós assinamos vários boletins de ocorrência juntos. Como eu não sei apanhar e não reagir, também batia nele.

– Então as brigas de vocês eram violentas?
Vanessa –
Muito. Ele me batia, eu batia nele. Ele me chutava, eu o mordia. Às vezes, essas brigas acabavam na polícia. A única vez que instalei um inquérito foi quando eu estava grávida de dois meses e apanhei dele. Ele queria que eu tirasse o bebê. Não aceitei. Tomei vários chutes e socos na barriga. Saí do flat dele sangrando e inconsciente numa ambulância para o hospital. Mas não perdi o filho.

– Mas por que você ainda ficava com uma pessoa tão violenta?
Vanessa –
Ele tem uma conversa terrível, bom de lábia. Depois das brigas, ele acabava levando buquês de flores e até uma guia espiritual para intermediar as crises. Eu acabava perdoando. Com dois filhos, a gente sempre acha que o outro vai mudar. Ele pedia perdão e eu acabava cedendo. Gostava dele.
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 – Como é esta história de guia espiritual?
Vanessa –
Depois das brigas ele chegava em casa junto com a mãe de santo e me convencia de que estávamos possuídos. Ela gastava três horas benzendo tudo, espalhando arruda pelo flat e rezando. Eu não resistia e acabava perdoando.

 – Quando foi que o relacionamento de vocês acabou?
Vanessa –
No meio deste ano, coloquei ele para fora de casa. Não aguentava mais aquela relação doentia. Ele chegou com um fusca verde 66 em casa e já tínhamos outros cinco carros na garagem. Eu perguntava: pra que tudo isso? Ele dizia que era dinheiro.

  – E você não denunciava o Luís porque também se beneficiava desse dinheiro?
Vanessa –
Eu sempre ameacei denunciá-lo toda vez que apanhava, que a gente brigava. Uma vez escrevi um e-mail para a Polícia Federal com poucas informações, dando as pistas sobre a corrupção e citava o nome dele. Crie até o e-mail BMW3886@gmail.com para fazer a denúncia – era o nome do carro que ele mais gostava, com a idade e o ano do veículo.

– Você queria dinheiro com essa denúncia?
Vanessa –
Ele achava que era isso. Errou. Nós nos separamos e ele não quis aceitar as condições que eu tinha estabelecido, como uma pensão de R$ 3 mil, que era o equivalente ao salário dele.

 Você chegou a ver como era o relacionamento dele com a quadrilha?
Vanessa –
De altos e baixos. Depois que um deles ficou viciado em cocaína, as coisas começaram a desandar e vieram as brigas.

– Como eles operavam o esquema?
Vanessa –
Eles superfaturavam as guias do ISS e negociavam a propina. O dinheiro era dividido entre os quatro (Luís Alexandre Magalhães, Ronildo Bezerra Rodrigues, Carlos Augusto de Lallo Amaral e Eduardo Horl Barcelos). Eles alugavam um escritório perto da prefeitura que eles chamavam de cafofo – os promotores chamam de ninho, mas eles não usavam esse nome. Quando marcavam encontros, falavam cafofo. Era lá que aconteciam as negociações.

– A propina era paga em dinheiro vivo?
Vanessa –
Não sei se era toda assim. Mas o Luís chegava em casa com mochilas cheias de dinheiro. Quando os blocos de dinheiro chegavam desorganizados, nós sentávamos no tapete de casa, espalhávamos aquela dinheirama e separávamos em pacotinhos iguais para os quatro do esquema.

– O esquema funcionou durante todo o tempo em que eles trabalharam na prefeitura, com todos os prefeitos?
Vanessa –
Eles operavam na gestão Kassab. Teve uma ou outra coisa no governo Haddad, mas fiquei sabendo por um despachante que só tinha uma pessoa operando nesse atual governo.

– Eles mostravam algum medo de serem descobertos?
Vanessa –
Eles nunca achavam que iam ser pegos ou que ia dar alguma coisa errada. Eles não tinham limites para roubar e nem medo de serem presos. Eu sempre perguntava qual era o limite. O Luís falava que tinha filhos e que precisava montar um patrimônio para eles. O único medo dele é de macumba. O negócio dele era dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. Quanto ao risco de ser preso, ele sempre dizia que, se um dia o esquema ruísse, ele seria o primeiro a entregar todo mundo. Ele não ia poupar ninguém. Ia ser o primeiro a se oferecer para a delação premiada.

  – Como ele investia o dinheiro?
Vanessa –
Imóveis. Só em Angra ele tem cinco flats. Em Araraquara, ele tem uma casa com uma adega para 400 vinhos e uma charutaria climatizada no centro da casa. Tudo registrado na empresa da ex-mulher, Ana Luzia Passos.

– Ele contou se operava só com os grandes empreendimentos?
Vanessa –
Corriam processos maiores e outros menores. Nem sempre os grandes negócios caíram nas mãos dele. Teve uma época que a turma tirou ele do esquema das grandes operações e aí cada um agia por conta própria. Existiam vários grupos atuando dentro da prefeitura.

  – Ele achacava muita gente?
Vanessa –
Ele era baixo. Certa vez, ele chegou numa obra para fazer uma vistoria, o empreendedor estava sem dinheiro para pagar o achaque e ele levou uma televisão do cara.

  – Ele chegou a trabalhar diretamente com o prefeito?
Vanessa –
O esquema colocou o Luís Alexandre no gabinete para ele dar uma maneirada, acalmar um pouco. Ele operava de uma forma muito agressiva, era louco.

– Por que você decidiu denunciar tudo?
Vanessa –
Quando a polícia e o Conselho Tutelar entraram na minha casa com um mandado para buscar meus filhos, alegando que eu era louca e não tinha condições de cuidar das crianças, peguei o telefone e liguei para todo o grupo e disse a eles que iria detonar o esquema. Falei para o Ronilson, o Barcelos e o Lallo: ‘Vou f... todo mundo’.
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 – Como eles reagiram?
Vanessa –
Ficaram apavorados. O Barcelos disse: ‘Agora a briga é nossa. Nós compramos essa briga para você. Fica calma’. Na verdade, eles queriam pôr panos quentes e pediam para eu segurar um pouco. Mas eu não segurei.

– E então o que fez?
Vanessa –
No início de setembro liguei para a Controladoria-Geral do Município e falei com o corregedor Spinelli. Os meninos da prefeitura e o promotor vieram ao meu encontro aqui em Valinhos e entreguei para eles 150 páginas de documentos e vídeos que comprovavam a corrupção. A partir daí fiz jogo duplo.

  – Como assim?
Vanessa
– Eu não sabia, mas quando eu liguei para o Ronilson e o Lalo na noite em que a polícia levou os meus filhos e disse que iria revelar tudo, eu já estava grampeada pela Federal. Depois que soube disso continuei a negociar com o grupo, sem que eles desconfiassem que a polícia estava gravando tudo. Nessas conversas ficou comprovado que eu não queria dinheiro, mas meus filhos de volta. Nas tratativas, eles falam até em “comprar meu bebê de mim”. Servi como uma cola superbonder que uniu todas as peças da investigação.

  – O que tinha nesse material que você entregou para o promotor?
Vanessa
– Está sob segredo. Não posso dizer para não atrapalhar as investigações, mas eram documentos que comprovavam minhas denúncias. Havia também gravações que mostram como funcionava o esquema.

– Em algum momento você ficou com medo?
Vanessa
– Ainda tenho muito medo. Mas o maior problema foi naqueles dias de silêncio que tive de aguentar. Ligava para o MP, para a CGM, enfim, queria pôr a boca no mundo para tentar trazer meus filhos de volta. Isso foi em setembro e os investigadores me pediram até o fim de novembro para estourar o esquema. Foi uma aflição ficar tanto tempo em silêncio.

  – Quando você soube das prisões?
Vanessa –
Assim que a polícia começou a executar os mandados de busca e apreensão. Eram seis horas da manhã do dia 30 de outubro.
Eu gritava dentro do carro como se fosse um gol.

  – Se o Luís Alexandre tivesse feito o acordo para pagar a pensão você teria denunciado o esquema?
Vanessa –
Não. Se ele tivesse me deixado quieta com meu filho, dado a pensão correta, ficaria quieta. O Luís não aceitou minhas condições, mesmo depois que seus amigos o advertiram.

– Quais eram as suas exigências?
Vanessa
– O filho, a pensão, o cachorro Thor, um sharpei que amo, e minha máquina fotográfica profissional.

  – Quais serão os próximos passos?
Vanessa –
Tudo que eu quero são meus filhos de volta. Esse processo precisa ser revisto urgentemente. Foi tudo uma grande armação. Depois de uma briga nossa pelo telefone, eu surtei de raiva dele e quebrei uns jarros e algumas peças da prateleira. Com isso, ele entrou com um processo na Justiça, alegando que eu sou louca e perdi a guarda das crianças. Tenho certeza que meu marido armou tudo isso. Pior. Ele foi preso e nosso filho ficou com a babá.

  – Como você está vivendo?
Vanessa –
Trabalho como gerente de uma loja, moro em um apartamento de 50 metros quadrados e tenho o mesmo carro, uma Tucson.

  – É verdade que o apelido do Luís Alexandre é “louco”?
Vanessa
– Louco e camicase. Na verdade, deveria ser burro. Perder R$ 15 milhões por causa de uma pensão de R$ 3 mil, um cachorro de estimação e uma máquina de fotografia, não é loucura. Aí já é burrice.
foto: João Castellano/agência istoé
fotos: ANDRé COELHO/Agência O Globo; RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS
fotos:DANIEL TEIXEIRA/ESTADãO; jorge araujo/folhapress

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