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12.02.2013

Colesterol é combustível para o câncer de mama


  • Estudo ajuda a explicar por que a obesidade é importante fator de risco para a doença
  • Estatinas poderiam ser usadas para a prevenção do câncer
O GLOBO 


Cientista analisa o crescimento de células cancerígenas após aumento de um subproduto do colesterol no sangue
Foto: SPL / BBC

Cientista analisa o crescimento de células cancerígenas após aumento de um subproduto do colesterol no sangue SPL / BBC
DURHAM - O colesterol alto, além de aumentar o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, também pode ser o combustível que faz com que o câncer de mama cresça e se alastre pelo corpo. A descoberta, publicada na revista “Science”, pode explicar a ligação entre a obesidade e o câncer.


De acordo com a pesquisa do Centro Médico da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, um subproduto proveniente do colesterol serviria de alimento para o câncer. No organismo, o colesterol é dividido em 27HC, que produz o mesmo efeito do estrogênio em certos tecidos.
Experimentos com camundongos mostraram que uma dieta rica em gordura aumentou os níveis de 27HC no sangue e levou a tumores que eram 30% maiores do que em ratos com uma dieta normal. Os tumores também se espelharam pelo corpo com mais facilidade.
Em teste feito no laboratório, os tecidos do câncer de mama cresceram mais rapidamente com a ação do 27HC.
- Um monte de estudos têm mostrado uma ligação entre obesidade e câncer de mama, e, especificamente, que o colesterol alto é associado ao risco de desenvolvimento da doença, mas nenhum mecanismo foi identificado - afirmou Donald McDonnell, um dos integrantes da pesquisa.
- O que vemos agora é que não é o colesterol em si, mas um subproduto abundante do colesterol, chamado 27HC, que imita o hormônio estrogênio e pode dirigir de forma independente o crescimento do câncer de mama - explicou.
A descoberta levanta a possibilidade de que medicamentos para baixar o nível de colesterol, chamados estatinas, poderiam prevenir a doença. No entanto, organizações que trabalham no combate ao câncer afirmam que ainda é muito cedo para aconselhar as mulheres a tomar estatinas.
Cientistas já sabiam que a obesidade era uma um importante fator de risco para a doença, e ele já tinha sido associado com cânceres de mama, intestino e útero. Acreditava-se que a gordura em pessoas com sobrepeso poderia bombear hormônios, como o estrogênio, que impulsionariam o crescimento das células cancerígenas.
Prevenção
Os pesquisadores acreditam que a redução do colesterol poderia, assim, reduzir o risco de desenvolvimento do câncer de mama.
- Até agora as pesquisas sobre as relações entre os níveis de colesterol, o uso de estatinas e o risco de câncer de mama tinham sido inconclusivas - disse Hannah Pontes, da “Breakthrough Breast Cancer“, organização britânica de combate ao câncer, à BBC. - Os resultados deste estudo são promissores e se forem confirmados por novas pesquisas poderiam aumentar nossa compreensão sobre o que faz com que alguns cânceres de mama se desenvolvam.
Segundo a instituição “Cancer Research“, da Inglaterra, o estudo é intrigante, mas as melhores maneiras de reduzir o risco de desenvolvimento da doença ainda são manter uma dieta saudável, diminuir o consumo de álcool e fazer atividades físicas.



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