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12.09.2013

Inmetro reprova todas as marcas testadas de andadores infantis

 

No Brasil, não existe regulamentação para os andadores infantis. Por isso, o Inmetro usou os critérios adotados pela União Europeia.

Atenção, consumidor. O Inmetro testou dos andadores para crianças.
“Em função do crescente número de relatos de acidentes de consumo com andadores, nós decidimos pela realização da análise”, desta o diretor do Inmetro, Alfredo Lobo.
No Brasil, não existe regulamentação para os andadores infantis. Por isso, o Inmetro usou os critérios adotados pela União Europeia.
O relatório completo do Inmetro você encontra aqui!
Foram analisadas dez marcas: Angel, Burigotto, Chicco, Cosco, Dardara, Divicar, Galzerano, Hércules, Philpoo e Baby Siclos!
Dos doze ensaios realizados, metade apresentou problemas. O primeiro foi no teste dos dedinhos!
Das marcas analisadas, três têm aberturas que permitem que as crianças prendam os dedos, e por isso foram reprovadas: Angel, Hércules e Baby Siclos.
O teste seguinte tem a ver com os cordões, fitas e laços presentes no andador.
Atenção, porque duas marcas foram reprovadas nessa análise! As marcas Hércules e Philpoo tinham cordões mais longos que o especificado.
“O cordão está muito longo, muito comprido. Pode causar o risco de enforcamento da criança”, disse o supervisor do laboratório, Thiago Bombardini.
Próximo teste, o do assento!
Ele não pode se soltar facilmente e nem ceder demais quando a criança está colocada.
A maioria das marcas foi reprovada: Angel, Burigotto, Dardara, Galzerano, Hércules e Baby Siclos
Todas ficavam muito baixas, o que pode atrapalhar e até machucar as pernas dos bebês.
Três marcas - Angel, Burigotto e Baby Siclos - não aguentaram quando o peso foi deixado por um período longo de tempo, e acabaram arrebentando. Se uma criança estivesse sentada ali, ia cair direto no chão, já pensou?
Quando testadas com impacto, simulando uma criança se mexendo no andador, as mesmas três marcas Angel, Burigotto e Baby Siclos - também não aguentaram o tranco.
Mas o maior perigo vem agora! Se uma criança em qualquer um dos andadores testados se aproximasse de uma escada, nenhuma marca testada impediria a criança de cair. Todas as marcas foram reprovadas!
“Indica, em termos de conclusão geral, que andador é um produto inseguro. É grande a possibilidade do acontecimento do acidente”, disse o diretor do Inmetro.
Resultado final: nenhuma, nenhuma marca de andador infantil passou no teste do inmetro.
Em resposta, o fabricante da marca Chicco diz que já obedece à norma europeia de segurança, e questionou a metodologia do inmetro.
A Cosco diz que segue as regras americanas e não as europeias, mas que fará as devidas mudanças.
A Burigotto e a Galzerano questionaram os parâmetros adotados pelo Inmetro, mas disseram que vão seguir as normas brasileiras assim que elas forem publicadas.
A Dardara e os responsáveis pelas marcas Baby Siclos, Angel, Philpoo e Hércules disseram que irão adequar seus produtos.
A Divicar não quis se manifestar.
A sociedade brasileira de pediatria faz um alerta!
“Muitas crianças têm sofrido traumas e lesões gravíssimas, inclusive até morrendo pelo uso inadvertido desse andador. A posição da sociedade brasileira de pediatria, já desde alguns anos, é do banimento do uso dos andadores”, disse a presidente do departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renata Waksman.
O relatório completo do inmetro você encontra aqui!

Justiça proíbe a venda de andadores infantis em todo o país

Decisão de juíza do RS atende ação da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Associação de fabricantes diz que vai recorrer da decisão.

Do G1, em São Paulo
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andador (Foto: reproducao) 
Uma liminar da Justiça de Passo Fundo (RS) determinou a proibição da comercialização de andadores infantis em todo o país. Na decisão, a juíza Lizandra Cericato Villarroel destaca que nenhuma das marcas comercializadas estão dentro das normas do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e que "a natureza do produto se destina a bebês e crianças na fase de aprendizagem do ato de caminhar, portanto, em situação biológica de vulnerabilidade potencializada".
A decisão é em primeira instância e ainda cabe recurso. Os fabricantes dizem que vão recorrer.

Veja no vídeo acima reportagem do Fantástico'em julho sobre o teste do Inmetro em andadores
Segundo a decisão, a empresa que não cumprir a determinação será multada em R$ 5 mil por dia.
A proibição do RS atende a uma solicitação de ação civil pública da Associação Carazinhense de Defesa do Consumidor, por solicitação do pediatra Rui Locatelli Wolf, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). No início do ano, uma campanha iniciada pela SBP foi lançada para coibir no país o uso do andador de bebês, com o objetivo de aumentar a proteção de crianças contra acidentes que, segundo os pediatras, podem ser ocasionados pelo uso do equipamento.
O andador infantil é um aparelho usado para ajusar bebês no aprendizado de andar. Compõe-se de estruturas rígidas, de formato variado – normalmente circulares –, dentro das quais fica o bebê, preso à estrutura por meio de tiras ou similares. A parte superior é construída de maneira a proporcionar apoio à criança, ao passo que a parte inferior é aberta ou mais larga, permitindo o movimento das pernas e dos pés. Um conjunto de rodas presas à estrutura possibilita o deslocamento do aparelho em diferentes direções.
Andador (Foto: TV Globo/Reprodução)
O produto, que segundo os fabricantes proporciona "liberdade" a bebês com idade entre 6 e 15 meses, que ainda não andam sozinhos, é considerado "perigoso" por especialistas. Eles alertam para o risco de acidentes e traumatismos decorrentes da queda de crianças em escadas, ou mesmo queimaduras, já que dentro deles os bebês podem encostar em superfícies quentes.
Segundo o pediatra Danilo Blank, membro do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da SBP, o andador também pode retardar a atividade muscular da criança, "que fica pendurada, sem mexer a perna ou as articulações". "É um instrumento que não tem benefício e oferece risco grave de traumatismo", explicou o médico.
Fabricantes vão recorrer
O presidente da Associação Brasileira de Produtos Infantis (Abrapur), Synesio Batista da Costa, critica a decisão judicial e afirma que os fabricantes vão entrar com recurso. Ele considera a determinação "emocional" e ressalta que o andador infantil é usado no mundo todo.
"Nem os europeus, que são muito certificadores, proibiram o uso", afirmou. O Canadá é o único país onde os andadores são proibidos.
Costa destacou que no Brasil são vendidos, em média, 2 milhões de andadores por ano, e que é de responsabilidade dos pais usar o equipamento corretamente. "Acidentes com crianças acontecem sempre por falta de cuidado das mães. Andador não é para descer escada, é para andar em espaço doméstico sob supervisão de um adulto."
Em julho, o Inmetro avaliou dez marcas de andadores disponíveis no mercado. Todas foram reprovadas pelo órgão. Em agosto, o Inmetro anunciou que vai fazer uma certificação compulsória dos equipamentos. Segundo o órgão, de todos os relatos feitos sobre a categoria de "produtos infantis", 9,3% são relacionados a andadores.
"Ainda não existe uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) relacionada aos andadores infantis", destacou Costa. Ele afirmou, ainda, que a decisão da juíza não considera os equipamentos importados. "Trabalhamos para crianças, temos de fazer produtos cada vez mais seguros."

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