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12.15.2013

NUTRI GENÉTICA

Nutri Genética: saiba tudo sobre este assunto

Veja como o poder dos alimentos pode atuar diretamente na prevenção de doenças.

Para comprovar a máxima “Você é o que você come”, entra em cena a Genômica Nutricional, baseada em mapeamento genético e no estudo de como os genes interagem com determinados nutrientes, seja para o bem ou para o mal. Tal conhecimento é essencial para se evitar doenças graves, como diabetes, cardiopatias e câncer, bem como para manter a aparência jovem por mais tempo e até para auxiliar no emagrecimento.
Abordar como a alimentação nos ajuda a ter uma vida mais saudável e prolongada não é assunto novo. Mas a Nutri genética vai além. Considerada uma ciência relativamente nova dentro da área da nutrição (promove interface entre genética, nutrição molecular, biologia molecular, farmacogenética e medicina molecular), o conceito está baseando no estudo de como pequenas alterações na sequência de genes podem modular, em alguma extensão, o metabolismo, fazendo com que os indivíduos respondam em graus diferentes à ingestão de determinados nutrientes.
“Ela estuda como a influência da variabilidade genética interfere na resposta individual à alimentação. De maneira mais simples, isso quer dizer como o nosso DNA responde a nossa alimentação e o que e quanto devemos comer para postergar ou reduzir o risco do desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), principalmente síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer”, explica Aderuza Horst, nutricionista, doutora e pós-doutora em Ciência dos Alimentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e integrante da equipe do Centro de Genomas®, laboratório referência em Medicina Molecular e Genética Avançada.
A primeira etapa para elaboração de recomendações nutricionais individualizadas, baseadas no genótipo e capazes de reduzir o risco de algumas doenças, promover a saúde e proteger contra o envelhecimento precoce, é o estabelecimento da relação entre uma determinada variação genética e o problema em si. 
“Por exemplo, no caso de fenilcetonúria, que resulta de uma mutação específica no gene que codifica a enzima fenilalanina hidroxilase, o paciente acumula fenilalanina (parte integral de todas as proteínas do corpo) no sangue devido à incapacidade de metabolizar esse aminoácido em tirosina (que participa da síntese de melanina). Uma intervenção nutricional logo nos primeiros dias de vida pode reduzir as complicações decorrentes do mal, garantindo ao paciente um desenvolvimento psicomotor normal, sem convulsões, hiperatividade, tremor e microcefalia, que são consequências comuns desta doença”





          


Qual a diferença entre nutrigenômica e nutrigenética?




A nutrigenômica é a ciência que estuda a influência dos nutrientes na expressão dos genes e como eles regulam os processos biológicos. A nutrigenética, por sua vez, analisa o efeito da variação genética na interação dieta-doença, o que inclui a identificação e caracterização do gene relacionado e/ou responsável pelas diferentes respostas aos nutrientes.

De uma maneira geral, a nutrigenômica surgiu no contexto do pós-genoma humano, sendo seu foco de estudo a interação gene-nutriente, o que inclui também a nutrigenética. Assim, a nutrigenômica estuda os nutrientes e compostos bioativos dos alimentos que influenciam o funcionamento do genoma e as variações no genoma que influenciam a forma pela qual o indivíduo responde à dieta.

Alguns nutrientes e compostos bioativos de alimentos podem atuar em diferentes momentos da expressão gênica, desde o estímulo para que o gene seja expresso, através de um receptor, até as modificações pós-traducionais que podem ocorrer nas proteínas, após terem sido traduzidas.

Os nutrientes e compostos bioativos de alimentos podem alterar a expressão de genes de maneira direta ou indireta. Por exemplo, vitaminas A, D e ácidos graxos apresentam ações diretas, pois ativam receptores nucleares que induzem a transcrição de genes específicos. O resveratrol e a genisteína da soja influenciam indiretamente a transcrição de genes através da inibição de vias de sinalização molecular, como a do fator nuclear kappa B (NFκB).
As variações genéticas que podem modificar a resposta aos nutrientes incluem os polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) que podem repercutir em processos como digestão, absorção e metabolismo de nutrientes, como por exemplo, foi recém-descoberto que o SNP no gene CD36/FAT está relacionado com menor concentração sanguínea da vitamina E.


Autor(a):       Rita de Cássia Borges

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Bibliografia (s)

Müller M, Kersten S. Nutrigenomics: goals and strategies. Nat Rev Genet. 2003;4(4):315-22.

Simopoulos AP. Nutrigenetics/Nutrigenomics. Annu Rev Public Health. 2010;31:53-68.
Fialho E, Moreno FS, Ong TP. Nutrição no pós-genoma: fundamentos e aplicações de ferramentas ômicas. Rev. Nutr. 2008;21(6):757-766.

Kaput J. Nutrigenomics research for personalized nutrition and medicine. Curr Opin Biotechnol. 2008;19(2):110-20.

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