A cada ano aumenta o número de mulheres contaminadas pelo HIV, sinal de que a falta de informação persiste. Será que você corre risco sem saber?
Fernanda Allegretti - Edição MdeMulher
Foto: Getty Images
Durante os últimos anos, as formas de contágio e de prevenção foram
exaustivamente divulgadas. Mas as estatísticas seguem preocupantes. Para
você não cair na maior das armadilhas - a falta de informação -,
listamos algumas mentiras que são contadas sobre a doença.
Mentira: Se ele não ejacula dentro de mim, estou protegida.
Por que as mulheres acreditam? Elas acham que o vírus só é transmitido
durante a ejaculação. Assim, têm a ilusão de que, se o homem retirar o
pênis antes, não há como se contaminar.
A verdade: "O sêmen pode ser expelido durante todo o ato sexual",
explica a ginecologista Rosa Maria Neme. "Por isso, existe o risco de
contaminação mesmo antes de o parceiro ejacular." Você também corre
perigo quando seu namorado ejacula fora, mas o sêmen escorre pela
vagina.
Mentira: Com sexo oral não há risco.
Por que as mulheres acreditam? Imagina-se que, sem penetração, não há contaminação.
A verdade: "As taxas de transmissão do HIV pelo sexo oral são mais
baixas que no sexo vaginal ou anal, mas existe o risco", diz
o ginecologista e infectologista Eduardo Franco. O médico alerta,
entretanto, que há maior probabilidade de contágio quando a mulher
engole o esperma - pois assim o vírus acaba tendo maior contato com o
organismo.
Mentira: Posso me contaminar por meio da saliva.
Por que as mulheres acreditam? Uma vez que é possível testar anticorpos
do HIV na saliva, imaginam que ele também pode ser transmitido por
ela.
A verdade: Embora o vírus seja encontrado nesse meio, a concentração é
muito pequena para infectar alguém. Existe apenas um registro de
transmissão por meio do beijo, que aconteceu porque tanto o homem quanto
a mulher tinham feridas com sangramento nas gengivas.
Mentira: Se o teste do meu namorado é negativo, não tenho o vírus.
Por que as mulheres acreditam? Além de confiarem na fidelidade do homem que amam, elas têm receio de fazer o teste.
A verdade: O exame não é seu. Você precisa fazer um próprio! É
impossível conhecer o histórico sexual de seus antigos namorados.
Lembre-se: o risco de contaminação das mulheres é maior do que o dos
homens. A mucosa vaginal é mais suscetível a vírus do que o pênis.
Mentira: Estou livre do vírus se meu teste deu negativo.
Por que as mulheres acreditam? Elas pensam que o exame é capaz de detectar a doença logo após uma relação sexual.
A verdade: O teste acusa a presença de anticorpos contra o vírus. E o
processo de formação deles pode levar meses. "Esse período, denominado
janela imunológica, chega a durar meio ano. Durante esse tempo, apesar
de o resultado ser negativo, pode haver contaminação", ressalta o
infectologista José Valdez Madruga.
Mentira: Não pego AIDS porque não transo com pessoas do grupo de risco.
Por que as mulheres acreditam? Puro preconceito. Algumas mulheres ainda
acham que só homossexuais correm risco. A realidade mostra um retrato
muito diferente. É entre o grupo de mulheres casadas que o vírus se
espalha de maneira supreendente.
A verdade: "Hoje, a população em geral é considerada vulnerável",
alerta Madruga. Se você ainda pensa que só jovens e gays correm o risco,
está enagada. Em 2000, pessoas com mais 50 anos representavam 8,6% dos
infectados. Em 2010, esta população passou para 17,2% do grupo
contaminado. O retorno à vida sexual ativa expôs uma grande parcela da
população ao risco. Esta exposição por falta de informação também atinge
adolescentes - que acreditam que a doença já tem cura - e com mulheres
casadas - que não recorrem à proteção e a exames frequentes como parte
da rotina de saúde da mulher.
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