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Guerra contra o peso

Dieta do Mediterrâneo é consenso de qualidade; a da proteína causa perda rápida de peso

Duilo Victor

Na dieta mediterrânea, a preferida dos médicos, o azeite extravirgem é a grande vedete
Foto: Latinstock
Na dieta mediterrânea, a preferida dos médicos, o azeite extravirgem é a grande vedete Latinstock
RIO - Na hora da guerra contra a balança, o ataque ao sobrepeso tem três estratégias principais. Há a investida contra os carboidratos, numa dieta carnívora conhecida como a da proteína — aquela que começou no século passado com nome de Atkins — a versão que se corta as fontes de gordura; e a mais estudada nos últimos anos, famosa entre os especialistas, conhecida como a dieta do Mediterrâneo, com base em peixes, legumes, azeite frio e castanhas.
Um estudo publicado este ano na revista “New England Journal of Medicine”, referência para a comunidade científica de estudos da obesidade, mediu a eficiência de três tipos de dieta: a mediterrânea, a dieta da proteína e a de baixa gordura. Cada grupo, em que a maioria era de homens adultos, foi acompanhado por 24 meses. As opções em que os voluntários perderam mais peso ao fim da pesquisa foram as da proteína e a mediterrânea, uma diminuição entre quatro e cinco quilos na balança.
Vantagens e desvantagens
Na comparação entre as duas vencedoras, uma diferença: houve uma perda acentuada de peso entre os que seguiram a da proteína nos seis primeiros meses, quase sete quilos, para ganhar um pouco depois até empatar com os adeptos do peixe e castanhas. Já a perda na dieta mediterrânea foi gradativa, praticamente sem nenhum efeito sanfona.
—Não é absolutamente ruim perder peso rapidamente. Estudos mostram que há casos, a depender do perfil psicológico do paciente, em que é melhor provocar uma perda de peso mais rápida no início, para evitar desistências de tratamento — explica a endocrinologista Isabela Bussade, pesquisadora do Grupo de Obesidade e Transtornos Alimentares do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia do Rio.
No caso de quem segue a dieta da proteína, em que cortam-se os carboidratos para nada mais do que 50 gramas por dia — ou duas fatias de pão e 50 gramas de legumes — o mecanismo é o seguinte: com menos carboidratos, o índice de açúcar no sangue se reduz, o que derruba em 80% a produção de insulina pelo pâncreas. Para compensar a baixa, o mesmo órgão libera o hormônio glucagon, de efeito contrário ao da insulina. Com mais glucagon, a gordura acumulada no corpo é quebrada e transformada em açúcar. Esse mecanismo gera perda rápida e notável de peso, em média, de sete quilos em um mês.
Mas há especialistas que não gostam de prescrever a dieta da proteína. A nutricionista Patrícia Davidson, teme pelo baixo conteúdo de fibra e antioxidantes para quem só pode comer carne, frango e queijo amarelo:
— Há versões de dietas da proteína, como a Duncan e a South Beach, em que há faixas de liberação de carboidrato. Mas se o paciente se descuidar e ingerir mais carboidrato do que deve, a o ciclo metabólico se quebra e o peso volta ao normal rapidamente.
Já quanto ao modo de comer mediterrâneo, não há controvérsias. Pesquisa publicada este ano na mesma “New England” deu prova de que, mesmo sem restrição de calorias, a dieta reduz em 30% os ataques cardíacos, derrames, e mortes por problemas no coração.
Entre os brasileiros, a dieta dos pontos, popularizada pelos Vigilantes do Peso, é uma das mais conhecidas, desde os anos 80. Nela, dá para se comer de tudo, mas com restrições. Há a vantagem de ser fácil segui-la. Mas há também desvantagens, de acordo com Nina Musolino, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
—A preocupação em ficar limitado ao consumo de calorias, mantendo os pontos dentro do recomendado mas não as escolhas entre os grupos (de alimentos), gera risco de consumo exagerado de gorduras ou carboidratos.

Jazigo perpétuo pode custar até R$ 450 mil em cemitério de Botafogo

Valor é semelhante ao de um imóvel de 50 metros quadrados no mesmo bairro

Dados mostram um movimento de R$ 100 milhões por ano

Elenilce Bottari

Com preços aquecidos num mercado pouco divulgado, os jazigos perpétuos em cemitérios cariocas podem chegar a custar até R$ 450mil, como é o caso do São João Batista, onde há mortos ilustres como o compositor Ary Barroso.
Foto: Fábio Rossi / O Globo
Com preços aquecidos num mercado pouco divulgado, os jazigos perpétuos em cemitérios cariocas podem chegar a custar até R$ 450mil, como é o caso do São João Batista, onde há mortos ilustres como o compositor Ary Barroso. Fábio Rossi / O Globo
RIO — Se após três anos de supervalorizações o mercado imobiliário no Rio começa a se estabilizar, por outro lado, o custo da última morada está pela hora da morte. O preço de um jazigo perpétuo hoje pode custar até R$ 450 mil (dependendo das benfeitorias), no cemitério São João Batista, em Botafogo, valor semelhante ao de um imóvel de 50 metros quadrados no mesmo bairro. É como se a metragem daquele campo santo pudesse valer o dobro do metro quadrado do, também seleto paraíso do vivos, Jardim Pernambuco, no Leblon.
Com uma demanda de 160 enterros por dia para os 24 cemitérios na cidade, o mercado de jazigos nunca esteve tão disputado, ameaçando o sossego até de quem descansava há décadas, como é o caso dos restos mortais do cantor Vicente Celestino.
O jazigo do artista, morto em 1968, está localizado na área mais valorizada do único cemitério da Zona Sul e no centro da uma briga judicial que já dura cinco anos entre o herdeiro e a Santa Casa da Misericórdia, entidade responsável pela administração dos cemitérios públicos.
A disputa começou em 2008 depois que José Alves Pinto, viúvo e segundo marido da cantora Gilda Abreu solicitou à Santa Casa a transferência da titularidade. Ela foi casada com Vicente Celestino e seu corpo descansa no mesmo jazigo. O provedor da instituição, Dahas Zarur, negou a transferência do título:
— O jazigo não é uma propriedade, mas uma concessão. Vicente Celestino buscou essa concessão para si e para sua família. Ele não tem o direito de despejá-los para vender o título como se fosse um patrimônio.
O advogado do herdeiro, Yubirajara Corrêa Filho, rebate o argumento e lembra que José Alves homenageou Vicente Celestino, ao doar para o município de Conservatória, o acervo do artista para o museu.
— Homenagem é ajudar a manter a memória dele e não a sepultura. Meu cliente tem mais de 80 anos e não tem herdeiros. No caso de sua morte, a titularidade passa para a Santa Casa.
Dados mostram um movimento de R$ 100 milhões por ano
A disputa judicial por um lugar para descansar ferve no Tribunal de Justiça do Rio, onde há pelo menos outros 25 herdeiros, buscando o direito de vender o título de um jazigo perpétuo:
— Há muitos bisnetos que sequer conheceram os familiares que estão enterrados ali. No entanto, eles acreditam que podem ganhar dinheiro com isto — afirma Zarur, que recebe uma média de seis pedidos de transferência por mês.
De acordo com a tabela de preços da Santa Casa, o título de jazigo perpétuo pode custar desde R$ 17.600, na área menos valorizada do cemitério de Santa Cruz, até R$ 176 mil, no entorno do cruzeiro do cemitério São João Batista. Na alameda principal, próximo ao acesso à Rua General Polidoro o valor tem que ser submetido ao provedor. Os preços da tabela não levam em consideração as benfeitorias.
— Depende do que será feito. Se construir o jazigo em mármore, erguer uma capela ou colocar obras ali, esse valor pode até ultrapassar essa cifra (R$ 450 mil) — explica o provedor.
Segundo dados da Santa Casa, o mercado de enterros, entre taxas cemiteriais e serviços funerários movimenta, só na capital, cerca de R$ 100 milhões por ano. Um mercado tão milionário que a disputa já extrapolou as questões cíveis.
No início do mês, em ação civil pública movida pelo Ministério Público, o juiz da 4ª Vara Empresarial determinou liminarmente o fechamento das empresas do advogado Antônio Fernando Gomes Barbosa, acusado de lesar consumidores.
O advogado já havia sido condenado a um ano em regime aberto por estelionato, acusado de vender ilegalmente dois carneiros a Patrícia Carol Correa Garcia e Gonçalo Franca Pessanha no valor de R$ 30 mil. Ele responde ainda a outros dois processos criminais por estelionato e falsificação, todos envolvendo transferência de títulos. Procurado pelo GLOBO o advogado negou as acusações, mas não quis dar entrevista. Nos processos, ele se disse perseguido pela Santa Casa, contra a qual tem dezenas de ações.

Mesmo em queda, ações da Vale e Petrobras são opções

Especialistas recomendam investidores a manter papéis comprados com recursos do FGTS

Aurélio Gimenez
Rio - A presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster, admitiu ontem que as ações da companhia caíram abaixo do valor razoável. Nos últimos cinco anos, tanto os papéis da petrolífera quanto da Vale proporcionaram perdas acumuladas na ordem de 56,1% para a estatal e de 42,5% à mineradora. Ainda assim, especialistas recomendam a investidores, principalmente trabalhadores que aplicaram recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em ações das duas empresas, a manter seus papéis.
Maria das Graças Foster
Foto:  Divulgação
Durante evento em São Paulo, Graça Foster garantiu, porém, que a companhia está empenhada em recuperar a confiança dos mercados e o valor das ações. “O valor caiu, todos sabem, abaixo do razoável. A expectativa era sempre de ter mais produção e não foi possível”, afirmou a presidenta da estatal.
MOMENTO DE CALMA
Analista da corretora Ativa, Marcelo Torto diz que o momento é de calma para o investidor. Segundo ele, as duas maiores empresas do país passam por reestruturações de seus ativos, o que resultará em melhora a partir do próximo ano. “As ações tanto da Petrobras quanto da Vale estão num preço baixo, se comparadas com empresas semelhantes no exterior. Mas, a longo prazo, haverá valorização”, afirma.
Presidente do Instituto FGTS Fácil, Mario Avelino é taxativo ao recomendar a manutenção dos papéis adquiridos com os recursos do FGTS, mesmo com as perdas registradas nos últimos meses.
Venda apenas para poder sacar recursos
O especialista Mário Avelino diz que só vale a pena vender os papéis comprados com recursos do FGTS se o dinheiro possa ser sacado, seguido as regras para retirada do fundo. Quando as ações são vendidas, os recursos voltam para a conta do FGTS.

Veja o gráfico
Foto:  Arte: O Dia
Mesmos com as perdas dos papéis da Petrobras e da Vale registradas nos últimos meses, Avelino afirma que os investidores tiveram um ganho bem maior (ver tabela ao lado) do que os rendimentos do fundo.
Após cinco sessões de valorização, o dólar terminou ontem em queda. A divisa norte-americana iniciou o dia em alta, mas diante de forte volatilidade nos mercados e da piora do cenário externo, fechou a R$2,2445, em baixa de 0,6%. No entanto, no acumulado da semana a moeda apresentou uma valorização de 4,48%.

Michael Jackson: 60 dias sem dormir pode ter causado a morte do cantor

Segundo médico, se não tivesse morrido pela overdose de propofol, o astro teria morrido pelo longo período sem dormir

iG
Estados Unidos - Michael Jackson pode ter ficado aproximadamente 60 dias sem dormir e este seria o motivo do Dr. Conrad Murray, acusado de negligência na morte do cantor, ter receitado Propofol, medicamento pesado que é usado em casos cirúrgicos. 
Segundo a rede de noticias americana CNN, Murray teria indicado o medicamento a Michael numa tentativa de induzi-lo ao sono para que o cantor finalmente descansasse, induzindo-o assim a uma espécie de coma.
Michael Jackson
Foto:  Reprodução Internet
O especialista em sono Charles Czeisler, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, teria afirmado que Michael poderia morrer por falta de sono se o medicamento não tivesse levado ao óbito. O site conta ainda que o cantor estava com dificuldades em dançar ou lembrar as letras de algumas músicas enquanto se preparava para a grande turnê que preparava.
As novas revelações surgem em um momento delicado para a família do cantor: na próxima terça-feira, fará 4 anos que Michael faleceu, e nas últimas semanas a filha do astro, Paris Jackson , teria tentado suicídio.

Faça um teste e descubra se sua vida atual está valendo a pena

Sua vida poderá  melhorar  muito porque a vida sempre melhora quando ampliamos nosso nível de consciência. As perguntas são:
1) Isso vale mesmo a pena?
A questão aqui é perceber o significado daquilo que estamos fazendo e vivendo. Muitas das coisas que fazemos e vivemos, simplesmente, não valem a pena. Insistir nessas coisas equivale a desperdiçar tempo e desperdiçar tempo implica em perder as chances de ser feliz.
A felicidade depende de uma boa utilização do tempo, ela é uma forma especial de viver o tempo...
Pergunte-se se vale mesmo a pena permanecer no emprego atual:
• Ele te realiza?
• Você é respeitado como pessoa e profissional?
• São-lhe oferecidas oportunidades de crescimento e novos desafios?
• Seus esforços e conquistas são reconhecidos?
• Você trabalha com pessoas íntegras, de bom caráter?
Se você respondeu não a mais de três destas perguntas, reavalie sua permanência neste emprego!
Pergunte-se se vale mesmo a pena permanecer no relacionamento atual:
• Existe amor e paixão?
• Há reciprocidade?
• A outra pessoa é digna e merece confiança?
• Vocês se tratam com profundo respeito?
• Vocês compartilham a vida?
• Um dá suporte aos sonhos do outro?
Se você respondeu não a mais de três destas perguntas, reavalie sua permanência neste relacionamento!
Faça perguntas similares para saber se suas amizades, hobbies, emoções, sentimentos, comportamentos e todos os outros aspectos de sua vida estão, de fato, valendo a pena.
Cuidado para não tentar se enganar com as respostas. Quando queremos que algo não acabe, mesmo sabendo que deveria acabar, é comum mentirmos para nós mesmos!
A segunda pergunta é:
2) Por quanto tempo isso vai durar?
Duas coisas são muito comuns:
a) Gastarmos energia demais com coisas absolutamente passageiras, coisas de curta duração;
b) Não resolver agora coisas que vão se alastrar por muito tempo, coisas de longa duração e custarão muito mais energia para serem resolvidas depois.
Dê uma olhada ao seu redor e para dentro de si – quantas das emoções, sentimentos e situações que você está vivendo agora durarão tempo suficiente para que você gaste energia com isso?
Se alguém te fechou no trânsito e você se irritou, por quanto tempo deve durar o efeito dessa irritação? Quando cessa a causa deve cessar o efeito!
Essa fechada no trânsito foi algo momentâneo e, por tanto, não deve durar mais que um momento. No entanto, muitas pessoas carregam um sentimento pesado pelo resto do dia, por que algo assim lhes aconteceu. Liberte-se!
Alguém, em um momento de nervoso ou por falta de compreensão, humildade ou delicadeza disse algo com a intenção de ferir você? A escolha em magoar-se ou não é sua. Como dizia a mulher do *ex-presidente dos EUA, Eleanor Roosevelt “Ninguém pode te fazer sentir inferior sem o teu consentimento”. Interiormente não dê consentimento, eleve-se acima dessa inferioridade do próximo.
Alguns segundos depois você já deve estar bem de novo, se não conseguir em segundos, faça-o em minutos; mas não espere dias, semanas, meses e anos para fazer isso.
Lembra-se da pergunta número um? Isso definitivamente não vale a pena! Quando cessa a causa deve cessar o efeito!
Se alguém não te entende agora, faça do tempo seu melhor amigo. Por quanto tempo a incapacidade dessa pessoa em compreender você pode durar? Cedo ou tarde a verdade aparece e a compreensão também, saiba esperar.
Não gaste energia demais com coisas absolutamente passageiras... Liberte-se!
Invista sua energia nas coisas cujas repercussões terão maior duração em sua vida. Modifique agora aquilo que será mais difícil de modificar depois ou aquilo cujas repercussões deixarão sequelas ou danos muito sérios.
Por exemplo: se você já esta informado sobre os efeitos do tabagismo, pare de fumar imediatamente! Não espere saber que está doente para, então, tomar sua decisão. Em algumas circunstâncias, as doenças oriundas do vício de fumar podem não lhe dar uma segunda chance. Tome sua decisão e implemente suas novas atitudes imediatamente. Substitua o hábito ruim de fumar por outro saudável: caminhe, corra, nade, ande de bicicleta, faça yoga, meditação, etc.
Se você não investir energia em fazer essa mudança agora, as consequências serão cada vez maiores. Invista essa energia, aplique toda a sua ATITUDE em construir um futuro melhor!
Tudo aquilo que não é passageiro ou cujas repercussões não são de pequena expressão requer ação imediata! Liberte-se das causas de sofrimentos futuros.
Se você está em uma relação ou em um trabalho sem futuro, não espere que ele chegue, mude agora, no momento presente. Afinal, é com o presente que se constrói o futuro...
Analise os efeitos que você não quer para o seu futuro. Para que esses efeitos não ocorram, elimine as causas imediatamente. Quando cessam as causas, cessam os efeitos!
Ah, uma última reflexão, ainda dentro desta última pergunta: se você está vivendo um relacionamento feliz, mas por alguma razão, se viu atraído e envolvido por alguém que lhe sugere uma aventura amorosa... Lembre-se de se perguntar: Por quanto tempo isso pode durar?
Prazer de curto prazo, quase sempre é dívida de longo prazo!
Não gaste seu presente criando problemas para o futuro, invista seu tempo para criar um futuro melhor!
 por Carlos Hilsdorf

Entenda a lei de causa e efeito

por Emilce Shrividya Starling
Todo pensamento tem sua imagem mental. A essência de várias imagens mentais formadas nessa vida constitui a base para a próxima vida física.
Se nossa mente gira constantemente sobre um tipo de pensamento, forma-se um sulco, chamado vrtti (em sânscrito), para o qual escorre automaticamente a força do pensamento. Isso cria um hábito de pensamento que continua depois da morte, pois pertence ao ego, e é levado para a nova encarnação como tendência de pensamento.
Assim como um novo corpo físico é formada em cada nascimento, também são formados uma nova mente e um novo intelecto. A pessoa cria as circunstâncias de sua futura vida pelo efeito de suas ações sobre os outros.
Uma ação vem de um desejo que a causou e de um pensamento que a formulou. Cada ação tem um passado que a levou a ela e um futuro que se segue a ela.
Cada pensamento tem uma causa que gera um efeito. Um desejo gera um pensamento. O pensamento se transforma em ação. Uma ação forma a trama de nosso destino. Cada elo na corrente ilimitada de causas e efeitos é produzido por esses três componentes: desejo, pensamento e ação.

Você semeia uma ação e colhe um hábito. Semeia um hábito e isso resulta em um caráter. Semeia um caráter e colherá um destino. Então não se entregue ao fatalismo, pois isso lhe trará preguiça, inércia e depressão. Pratique o poder do pensamento positivo e assim poderá criar seu próprio destino.
Compreenda que em você estão latentes todas as qualidades, energias e poderes. Desenvolva-as e torne-se mais livre, confiante e saudável.
Nossa expressão facial mostra o estado interior da mente ou o conteúdo dos nossos pensamentos. O que pensamos fica escrito em nosso rosto. Ele é o molde da mente.
Os pensamentos negativos marcam sulcos no rosto. Pensamentos de inveja, cobiça, raiva, preocupação produzem fundas impressões em nossa face.
Se deseja ficar com uma aparência mais jovem, tenha vigilância sobre seus pensamentos. Escolha pensamentos bons e positivos e mantenha seu rosto mais descansado e agradável.
Nossos olhos também revelam a condição e o estado da mente. Através dos olhos transmitimos pensamentos de tristeza, raiva, depressão, alegria, harmonia, força, saúde. Se formos sensíveis e intuitivos podemos compreender as mensagens dos outros através dos olhos.
As doenças psicossomáticas são produzidas pelos pensamentos negativos porque os pensamentos têm influência sobre o corpo. A depressão e a tristeza enfraquecem o corpo. Mas o corpo também influencia a mente. Quando o corpo está doente a mente também adoece. “Um corpo são torna a mente sã.” Se nosso corpo é saudável e forte, nossa mente também será mais calma e forte.
Você sabia que ataques de raiva, mau humor causam sérios prejuízos nas células do cérebro? Eles espalham produtos químicos venenosos no sangue. Suprimem a secreção dos sucos gástricos e da bílis, causando doenças. Esgotam a vitalidade, provocando velhice prematura e diminuindo os anos de vida.
O sistema nervoso se agita quando ficamos zangados, ansiosos e preocupados. Precisamos nos conscientizar da importância de fazermos treinamentos para conseguir a mente pacífica e mais serena.
Podemos transcender a raiva pela sabedoria e compreensão. Podemos melhorar a ansiedade e preocupação estando mais focados no momento presente. Precisamos diminuir as expectativas pelo futuro e não remoer as lembranças passadas.
Para desenvolver esse hábito de estar presente as práticas da hatha yoga, da meditação e do relaxamento nos ajudam muito, pois acalmam a mente e o corpo. Pratique yoga e transforme-se para melhor. Fique em paz!

Caracteristicas dos maiores líderes do mundo:

Seguem 5 atributos dos maiores líderes do mundo:
Ser do povo
As pessoas normalmente se identificam com líderes. Isso acontece porque existe empatia.
Quando você lidera fazendo parte da multidão, você conseguirá muito mais engajamento. Aqueles que estão “acima do povo” são vistos como elitistas e é bem difícil se conectar com elas.
Ser humilde
Grandes líderes sabem que ninguém, nem eles próprios, são melhores ou piores que os outros.
Cada pessoa tem o seu valor e coletivamente, isso traz um grande poder. Os grandes líderes se posicionam de forma que se eles saírem, o grupo continuará forte.
Ser simples
Para ser um grande líder, evite comunicação muito rebuscada. Ao invés disso, se comunique no mesmo nível que todo mundo. Isso é algo que te ajuda a ser “do povo”.
Boa comunicação pode ser um componente chave para ajudar sua empresa a crescer. Além disso, quando você fala para as pessoas ao invés de sobre elas, você mostra respeito, o que te fará ser respeitado.
Colocar a mão na massa
Grandes líderes defendem e ajudam o time. Eles sabem que seu trabalho mais importante é facilitar o trabalho de todo mundo e ficam felizes em “colocar a mão na massa” quando isso ajuda o time a alcançar objetivos.
Quando você mostra que está disposto a ir lá e colocar a mão na massa, você mostra para o time que é humilde e que é parte do grupo.
Acreditar no time
Não tente fazer o time acreditar em você. Ao invés disso, faça-os acreditar neles mesmos.
Faça eles saberem que você acredita que eles podem fazer o trabalho, a ajudar a empresa a crescer e que irão fazer a coisa certa. Isso é o que grandes líderes fazem e na hora que você fizer isso eles irão acreditar em você.

As características de um líder.

O texto se chama”A teoria dos 9 C’s – o que um líder deve ter como características”:
O que faz um líder
O que faz um líder
1- Um líder tem que mostrar Curiosidade. Ele deve ouvir pessoas que estejam fora do círculo do “Sim, senhor”.  Se ele não testa suas crenças e opiniões, como ele sabe que está certo? A falta de habilidade em ouvir é uma forma de arrogância. Isso pode parecer que ou você acha que sabe tudo, ou que você simplesmente não se importa.
2- Um líder deve ser Criativo, fazer algo que ninguém imaginaria, algo realmente diferente. O famoso pensar fora da caixa. Líder é administrar mudanças – não importa se você lidera uma empresa ou um país.
3- Um líder deve Comunicar. Eu não estou falando de fazer fofoca ou de soltar grunhidos. Estou falando sobre encarar a realidade e falar a verdade.
4- Um líder deve ser uma pessoa de Caráter. Isso significa saber a diferença entre certo e errado e ter coragem de fazer a coisa certa. Abraham Lincoln disse uma vez, “Se você quer testar o caráter de um homem, dê poder a ele”.
5- Um líder precisa ter Coragem. Presunção não é coragem. Falar alto também não é coragem. Coragem é o comprometimento de sentar numa mesa de negociação e falar.
6- Para ser um líder você precisa ter Convicção – um fogo dentro de você. Você tem que ter paixão. Você tem que real e profundamente querer fazer algo até o fim.
7- Um líder deve ter Carisma. Carisma é a qualidade que faz com que pessoas queiram ser suas seguidoras. É a habilidade de inspirar. Pessoas se inspiram e seguem um líder porque elas confiam nele.
8- Um líder deve ser Competente. Você tem que saber o que você está fazendo. Mais importante que isso, você precisa se cercar de pessoas que saibam o que estão fazendo.
9- Você não consegue ser um líder sem ter senso comum (common sense).
O maior C é de Crise. Líderes não nascem líderes, são criados. A liderança é lapidada em tempos de crise.
Nada melhor que agora para testar o grande C.
Abraços,
Luiz Piovesana (por líderes com 10 ou mais C’s)

O grande líder

A onda de protestos que varreu o Brasil nos últimos dias é resultado da força avassaladora das redes sociais, que semeiam ideias, arregimentam seguidores e convocam passeatas

Mariana Queiroz Barboza

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RIO DE JANEIRO
Manifestantes na avenida Rio Branco
expressam o poder de liderança da internet
De todas as transformações desencadeadas pela internet nos últimos anos, talvez a mais extraordinária de todas esteja em curso neste exato momento. Se é verdade que todo grande movimento popular é resultado da força magnética de um líder, agora é possível afirmar que a onda de protestos se deve ao poder irresistível de um novo tipo de liderança. Os gritos de guerra não surgem mais em assembleias. As bandeiras não se submetem ao escrutínio de encontros às escuras de jovens revolucionários. As ações deixaram de ser planejadas em aparelhos partidários. Na segunda década do século 21, os movimentos populares nascem, amadurecem e avançam de forma avassaladora no universo quase ilimitado das redes sociais. Os protagonistas da indignação atendem pelo nome de Facebook, Twitter, Tumblr, WhatsApp e YouTube, os canais de comunicação mais usados pelos manifestantes para plantar suas ideias, arregimentar seguidores e agendar passeatas e ondas de revolta que paralisaram o Brasil, especialmente na semana passada. A hashtag (símbolo equivalente ao jogo da velha e que é usado para agregar conteúdo na internet) #VemPraRua se tornou febre nacional. Na noite da quinta-feira 20, depois de uma convocação massiva nas redes sociais, as ruas brasileiras receberam, em diversas cidades, mais de um milhão de manifestantes. “Diante de um movimento horizontal, sem cara nem líder, a internet passa a ser o principal meio de divulgação, porque é rápida, relativamente barata e produz bom retorno”, diz Maria do Socorro Braga, professora do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo. “Ela dá uma dinâmica à democracia que os partidos não conseguem oferecer.” O mesmo já havia acontecido, nos últimos dois anos, durante a Primavera Árabe, o Ocupe Wall Street e as revoltas de Londres. “A internet é a soma de opiniões privadas sem a união de uma temática pública”, afirma o sociólogo Fábio Gomes.
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SÃO PAULO
Ato na terça-feira 18 teve dois milhões de convidados 
A dimensão das manifestações no Brasil mostra que a organização política nas redes sociais é provavelmente um caminho sem volta e os governantes que não tiverem sensibilidade para detectar esse fenômeno serão condenados ao desaparecimento. Um exemplo recente: o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, culpou o Twitter pela série de protestos que tomou seu país no início do mês e ordenou a prisão de dezenas de ativistas sob a acusação de incitarem protestos pela rede social. Resultado: as manifestações só cresceram. Na Itália, o novato Movimento 5 Estrelas, liderado pelo comediante Beppe Grillo, surpreendeu ao receber um quarto dos votos nas eleições parlamentares, em fevereiro. O partido, que propõe uma forma de democracia direta via internet, usou as redes sociais para angariar simpatizantes e eleitores, num momento em que as filiações partidárias não param de cair. Grillo tem mais de um milhão de fãs no Facebook e no Twitter e seu blog é um dos mais lidos do país. No Brasil, o recado foi dado. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha publicada na quarta-feira 19, as redes sociais são a instituição com mais prestígio entre os paulistanos (65%). Para 72% dos que responderam à pesquisa, as redes têm mais influência na sociedade do que as Igrejas Católica (34%) e Universal (32%).
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O primeiro estudo empírico que analisa os mecanismos por trás dos recrutamentos nas redes sociais foi conduzido por um grupo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e publicado no jornal “Scientific Reports”, em dezembro de 2011. Os pesquisadores examinaram o Twitter durante os protestos que tomaram 59 cidades na Espanha em maio daquele ano. A mobilização tinha por objetivo criticar a resposta política à crise financeira, o que posteriormente inspirou o Movimento Ocupe Wall Street, nos Estados Unidos. “Ao examinar o comportamento coletivo dos internautas, estabelecemos que a maioria das pessoas é influenciada pelo que aqueles ao redor delas fazem”, concluiu a coordenadora do estudo, Sandra Gonzalez-Bailon. A pesquisa analisou o comportamento de 87.569 usuários e rastreou 581.750 mensagens sobre os protestos disparadas durante 30 dias. Sua equipe viu que, quando as pessoas recebem muitas mensagens convocando para atos num curto espaço de tempo, elas tendem a responder a isso como uma “aparente urgência” e se juntam ao movimento. “Isso cria recrutamentos explosivos que se traduzem numa cascata global com efeitos verdadeiramente dramáticos, como se viu na onda de ocupações que se seguiu”, diz Sandra. Em São Paulo, a cada minuto, quase 600 pessoas no Facebook foram convocadas para a manifestação da quinta-feira 20. O número de convites enviados, no entanto, pode ser muito maior, já que uma pessoa pode ser convidada mais de uma vez para um evento na rede. Estima-se que pelo menos 20% das pessoas chamadas, via rede social, para uma determinada passeata realmente deixam o computador em casa para ir às ruas.
Diretamente dependentes da internet, as redes sociais podem ficar reféns da qualidade de conexão no Brasil, especialmente em multidões. Quando muitas pessoas utilizam as mesmas antenas simultaneamente, a velocidade da transmissão de dados cai e, assim, dificulta o compartilhamento de informações e imagens. Por isso, durante os protestos em São Paulo, os manifestantes pediam que as pessoas retirassem as senhas da internet sem fio (wi-fi) de suas casas para liberar o acesso a todos. A rede N.I.N.J.A (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) tentou transmitir vídeos ao vivo das manifestações por meio de um sistema conhecido como “live streaming”. Só conseguiu na terça-feira 18, quando um grupo pequeno enfrentou a Tropa de Choque na rua Augusta, região central da cidade. Já passava das 22 horas e Filipe Peçanha, 24 anos, era provavelmente o único indivíduo a documentar a situação via 3G e transmiti-la para milhares de pessoas. O vídeo teve, no total, 180 mil visualizações e um pico de 50 mil espectadores simultâneos. O grupo conseguiu a audiência pelo esforço de divulgação de uma equipe flutuante de colaboradores espalhados por todo o País, organizados pela hashtag #midianinja. “Havia tanta gente interessada porque nós éramos os únicos no meio do conflito”, diz Bruno Torturra, do N.I.N.J.A. “As possibilidades são infinitas.”
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As imagens da violenta repressão da Polícia Militar no protesto da quinta-feira 13 correram o mundo com rapidez e pautaram a imprensa internacional (a foto de uma repórter atingida no olho por uma bala de borracha se tornou um viral). O jornal americano “New York Times” estampou na capa de sua edição da quarta-feira 19 a imagem de um policial militar do Rio de Janeiro que lança spray de pimenta contra uma manifestante. A publicação também trouxe uma reportagem intitulada: “Protestos crescem enquanto brasileiros culpam seus líderes”. O britânico “Independent” publicou a mesma foto acompanhada de uma chamada irônica: “Te vejo no Rio?”. No jornal francês “Le Monde”, a onda de protestos no País foi apresentada com destaque. No espanhol “El País”, a indignação dos brasileiros também esteve na capa. O veículo manteve em seu site, ao longo de toda a semana, uma parte reservada para a cobertura dos protestos. No fim de semana, começaram as manifestações de apoio ao Brasil em cidades como Londres, Munique e Dublin (leia quadro nas páginas 80 e 81), e novos atos estão marcados até o fim do mês. Tudo combinado pela internet para quem quiser ver, compartilhar e participar.
Com reportagem de Alan Rodrigues
Fotos: Fabio Motta/Estadão Conteúdo; Isabelle Andrade/Brazil Photo Press/Folhapress; Emiliano Capozoli/Estadão Conteúdo; Gabriel de Paiva / Agência O Globo

Falou, tá falado

Os rostos jovens e as vozes firmes se multiplicaram, cresceram e assustaram o que agora é o antigo poder, que conheceu uma nova ordem: as ruas mandam!

por Sérgio Pardellas

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SÃO PAULO
Na Ponte Estaiada, novo cartão-postal da cidade, o ápice da
manifestação que reuniu 65 mil pessoas na segunda-feira 17
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BRASÍLIA
Na mesma segunda 17, manifestantes romperam o cordão de
isolamento da PM e ocuparam a cobertura do Congresso Nacional
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RIO DE JANEIRO
100 mil pessoas caminham em paz pelo Centro na noite da segunda 17.
Contra a corrupção, os gastos na Copa e o reajuste nas tarifas de ônibus,
os cariocas tomaram a avenida Rio Branco e a Candelária
Junho de 2013 já fez história. É provável que, daqui a algumas décadas, brasileiros que tomaram as ruas do País no final do outono deste ano se reúnam num café, num boteco ou mais possivelmente na timeline de uma rede social para recordarem, cheios de orgulho, “daquele junho de 2013”. Quando se formaram multidões que, de um modo contraditório, pareciam gigantescas afirmações de individualidades. Com seus rostos únicos, bandeiras variadas, gritos independentes e gestos singulares. A completa expressão do novo. Daquilo que ninguém ousou prever e do futuro que ninguém assegurou adivinhar. Esses brasileiros se sentirão como a geração de 1968, que ainda cultiva as lembranças das heroicas passeatas contra a ditadura, como os manifestantes de 1984, que se emocionam com as imagens dos comícios das Diretas-já, e como os caras-pintadas de 1992, que decretaram o fim de um governo corrupto.
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Não se pode subestimar o que já aconteceu nem convém ignorar o que ainda possa vir. Nas duas últimas semanas, com suas diferentes tribos e interesses assumidamente difusos, jovens emergiram das redes sociais, conseguiram levar mais de um milhão de pessoas às ruas, deixaram a classe política atordoada e fizeram com que prefeitos de 13 capitais e 65 cidades anunciassem a redução das tarifas de transporte público. A voz das ruas, que parecia anestesiada, se impôs. A opinião pública revelou sua força. Mesmo sem uma grande causa aglutinadora, fez reverberar por todos os cantos do País uma insatisfação latente que o poder institucionalizado desconhecia. Pelo menos 480 cidades participaram dos protestos. Os manifestantes transformaram as principais avenidas brasileiras em verdadeiros bulevares da liberdade de expressão. A nação acordou e, com o recuo dos governantes, descobriu que, sim, é possível provocar mudanças. Foi um daqueles momentos emblemáticos em que o povo mostra que as instâncias do poder constituído, de algum modo, descolaram-se de suas aspirações. “Trata-se da mais expressiva, surpreendente e rápida vitória popular de nossa história”, diz Rubens Figueiredo, diretor do Centro de Pesquisas e Análises de Comunicação (Cepac). Ele explica: “Expressiva por forçar a rendição dos titulares do Estado mais importante do País e de uma das maiores cidades do mundo. Surpreendente porque nem o mais atento analista seria capaz de prever o que aconteceu. E rápida, pois, em poucos dias, a coisa se resolveu”.
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A velocidade com que as demandas das ruas forçaram a recuada das autoridades foi um triunfo. Apenas 13 dias depois da realização do primeiro ato na avenida Paulista, em São Paulo, contra o aumento das tarifas do transporte coletivo, convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), o governador Sérgio Cabral (PMDB), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciaram a completa revogação dos reajustes, tanto de ônibus urbanos como de metrô, trens metropolitanos e, no caso do Rio, das barcas. Em dezenas de cidades, administradores de todas as colorações partidárias se viram obrigados a seguir pelo mesmo caminho. Foi uma vitória e tanto para um movimento que, de início, era menosprezado, difamado como partidário e brutalmente reprimido. O show de violência policial com que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, brindou as manifestações de protesto da quinta-feira 13 serviu como impulso decisivo para que o protesto ganhasse adesões e força.
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Os jovens, a maioria estudantes universitários, compõem o núcleo das manifestações. A eles, juntaram-se outros grupos, carregando todos os tipos de demandas e uma sensação de insatisfação generalizada. A diversidade de rostos indicou a pulverização de causas. Os manifestantes querem muito mais do que evitar um aumento de passagem. Eles sonham com um país melhor. Gritam contra a corrupção, contra os gastos públicos com a Copa do Mundo, contra a má qualidade de serviços públicos, contra a precariedade da saúde e da educação, contra a PEC 37 (projeto que busca tirar do Ministério Público o poder de investigação). Com essa demanda, por sinal, já vislumbram nova vitória. Escaldado com os protestos, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), adiou a votação da PEC. Antes prevista para o dia 26, foi oportunamente transferida para a primeira semana de julho.
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A atual onda de protestos é diferente em quase tudo das manifestações que o Brasil conheceu décadas atrás. O ex-líder estudantil Vladimir Palmeira, por exemplo, precisou dos centros acadêmicos politizados e dos sindicatos controlados pela esquerda para conseguir convocar, em 1968, os manifestantes da Passeata dos 100 Mil, um dos marcos da luta contra a ditadura militar antes do AI-5. Era necessário promover pelo menos meia dúzia de passeatas até obter uma grande mobilização como aquela. Hoje, o local físico do manifesto são as redes sociais, sem fronteiras. Segundo a professora do Departamento de Pós-Graduação em Comunicação da Uerj, Alessandra Aldé, não só o cenário político-social do Brasil mudou. “As redes sociais têm um papel importante nesse processo, porque permitem o envolvimento de pessoas que talvez não estariam engajadas politicamente. A troca de informação é muito mais intensa e permite chegar a outros grupos”, diz ela. As passeatas não são mais embaladas por comícios, não há lideranças com seus discursos inflamados sobre palanques ou ídolos mitológicos guiando pensamentos. Os fugazes gritos de guerra que surgem da multidão começam a ser cunhados no Twitter, no Facebook e no Instagram. Os procedimentos a serem adotados durante os protestos também são determinados pelas redes. Antes das manifestações das últimas semanas, a internet espalhou um manual para participantes nas ruas, com indicações sobre como “lidar com gás lacrimogêneo e bombas”. As redes também difundiram o mapa colaborativo da chamada “revolta do vinagre” – com locais de concentração em várias cidades e uma central de ajuda para participantes, informações sobre os pontos sem conflito potencial, rotas livres e socorro a feridos em confrontos. Os compartilhamentos impactaram potencialmente mais de 79 milhões de internautas.
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SENTIDO ÚNICO
Multidão de 30 mil pessoas fecha uma das pontes que ligam
a ilha de Florianópolis ao continente na quinta-feira 20
O caráter apartidário é outra novidade dos protestos atuais. Há 30 anos não se viam manifestações de rua sem as bandeiras vermelhas do PT tremulando. Agora é tudo diferente, o que inquieta os políticos. Entre os manifestantes era possível ver cartazes que diziam “Nenhum partido me representa”. Quem desfraldava bandeiras, mesmo de agremiações bastante vinculadas aos movimentos estudantis como PSOL, PSTU E PCO, acabava rechaçado pelos participantes. Na quinta-feira 20, na “manifestação da vitória”, na avenida Paulista, em São Paulo, estandartes petistas foram arrancados das mãos de militantes e rasgados. A determinação do presidente do PT, Rui Falcão, de levar seus correligionários à rua, após meses de abstinência forçada, quase degenerou em pancadaria. No Rio, bandeiras da CUT tiveram a mesma sorte.
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A crise de representatividade dos partidos é uma resposta, em grande parte, a episódios recentes em que seus próprios líderes expõem a falta de compromisso com programas e bandeiras, necessários para o bom jogo político. E abre brecha para imagens preocupantes. Em Brasília, na semana passada, surgiu uma faixa que dizia: “Chega de políticos incompetentes! Intervenção militar já!” A mesma mensagem apareceu depois em São Paulo, assinada por militares aposentados que fazem pregações autoritárias pelo País. A presença de grupos como esse – pequenos, mas barulhentos como os vândalos que espalharam violência pelas manifestações Brasil afora – revela uma face preocupante do movimento: a linha tênue do apartidarismo, que é positiva ao tentar evitar que os manifestantes virem massa de manobra das instituições, mas pode facilmente descambar para a manipulação por facções com interesses escusos. Os próprios líderes do MPL decidiram abandonar a passeata da quinta-feira em São Paulo e anunciaram na sexta que não convocariam novas manifestação, após identificarem a presença de infiltrados. “Militantes de extrema direita querem dar ares fascistas ao movimento”, afirmou o professor de história Lucas Oliveira, um dos porta-vozes do MPL.
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A diversidade de opiniões é encarada pelos manifestantes como virtude. A pedagoga Bernadete Franco foi para a passeata em São Paulo com o objetivo de protestar pela melhoria nas condições da educação no Brasil. “Dá uma felicidade ver essa gente toda aqui. São Paulo acordou e resolveu sair do Facebook para vir às ruas. O caráter difuso é nossa maior força”, disse Bernadete. A aposentada Estela Camargo, 60 anos, afirmou que protestava pelos altos impostos. “A gente paga educação e saúde duas vezes”, lamentou. “Para onde vai esse dinheiro?” Até estrangeiros resolveram se unir aos protestos. O gerente de marketing Batiste Denay, 25 anos, está no Brasil há um ano e meio e já se sente responsável por repetir aqui o que fazia na França, seu país de origem, quase todas as semanas: sair às ruas. “Nós, franceses, temos essa coisa de protestar. O mínimo que eu poderia fazer seria participar aqui também.”
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COMEMORAÇÃO E TENSÃO
Líderes do MPL festejam redução da tarifa na quarta-feira 19 (acima).
No dia seguinte, um jovem morreu em Ribeirão Preto
e houve conflitos com militantes do PT em São Paulo
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“A revolução contemporânea é a da incerteza”, já definiu o filósofo francês Jean Baudrillard, um especialista em analisar o mundo interconectado que é a marca do século 21. E quando nesse tempo ainda surge algo com o signo inequívoco do novo, o destino é ainda mais imprevisível. Comparações com exemplos do passado são inúteis e talvez seja mais prudente olhar para o lado do que para o retrovisor. As redes sociais inspiraram o movimento Occupy Wall Street e a chamada Primavera Árabe. Durante a revolta popular de 18 dias, ocorrida no Egito no começo de 2011, o Twitter e o Facebook facilitaram a organização de grandes manifestações, com seu epicentro na famosa Praça Tahrir, e funcionaram como plataforma para articular demandas políticas. Também há semelhanças visíveis com a efervescência popular na Praça Taksim, em Istambul, na Turquia. Aqui, como lá, os protestos atiçados pelas redes sociais superaram em larga escala a fagulha inicial que os provocou. Na Turquia, o estopim foi a ameaça de extinção pelo governo de um parque em Istambul. “Esses foram os motivos deflagradores dos protestos, mas não as causas”, diz o sociólogo Demétrio Magnoli. “Em ambas as situações se confronta todo um sistema político, uma elite política inteira.” No caso do Brasil, acredita Magnoli, tanto governo quanto oposição são alvo dos manifestantes. “É bom que ninguém se engane: o que os jovens estão dizendo é que as coisas não vão tão bem quanto estão dizendo para eles.”
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Para tentar explicar o que sacudiu o Brasil nos últimos dias, o professor do Instituto de Economia da UFRJ Luiz Carlos Delorme Prado recorre à figura do “efeito túnel” criada pelo economista Albert Hirschman, falecido no ano passado. Segundo Prado, era como se o Brasil estivesse num engarrafamento parado em duas pistas, estagnado desde a década de 1980. Todos se encontravam desesperançados com a má distribuição de renda e a falta de acesso aos bens de consumo e serviços públicos, mas permaneciam resignados, já que ninguém se movia. Uma das pistas começa, então, a andar e os que permanecem na outra, que não se movimenta, se frustram e passam a exigir o movimento daquela fila. “Nos últimos 15 anos houve uma grande melhoria na qualidade de vida de uma parcela da população tradicionalmente excluída”, diz o economista. “A fila andou, mas a qualidade de vida de outros segmentos da população não melhorou proporcionalmente, porque a oferta e a qualidade dos serviços públicos não acompanharam.” Hoje, segundo Prado, a percepção da população sobre os partidos políticos é de que eles não têm projetos que atendam às suas novas demandas. “O protesto não é fruto da miséria, mas do progresso insuficiente”, diz ele.
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Até quando durará o fôlego das ruas não se pode prever. Os protestos pararam o País, situação que, se perdurar, não ajudará evidentemente qualquer agenda por mais progresso e bem-estar da população. E esse é apenas um dos dilemas que se colocam daqui para a frente. É fundamental ainda que sejam coibidos com rigor os atos de vandalismo que a imensa maioria dos manifestantes não se cansa de condenar e que apavoram a nação. Uma mudança no modo de lidar com os anseios populares também se impõe. A política nacional que parecia estática, engessada no embate entre PT e PSDB, se moveu. Agora ela precisará levar em conta que a rua se sente poderosa e decidida a fazer valer sua vontade. Será uma imprudência entrar num processo político sem ter em mente o que ocorreu nas últimas duas semanas. No ano eleitoral de 2014 não caberão mais discursos desconectados como os que foram entoados na última semana. Forçados a rever o aumento das passagens, autoridades disseram que, para reduzir tarifas, teriam de rever investimentos. Pois não entenderam nada: o grito da opinião pública foi justamente uma condenação das prioridades de gastos que seus governos vêm adotando. É necessário que todos entendam: a capacidade de mobilização das redes sociais não tem limites e seu poder é transformador. Ali se expressa a insatisfação, se mobiliza e se constrói, em tempo real, a história moderna.
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Marcelão

EM 22/06/2013 11:02:13
Paz. Razão maior. Não mais política calcada em cinco dedos, defendida por todos os partidos, transporte, saúde, educa..., como retórica. Meta real. Já se passaram muitos lustros...Pouco mudou e os partidos continuam com os cinco dedos...promessas...blá blá blá...Não dá mais. Mais tudo. Já e com Deus

Ferdi

EM 22/06/2013 10:56:11
Nem mais a Istoé está conseguindo defender o PT. Não adianta pagar milhões pagos em propaganda da Petrobras e Banco do Brasil nesse veículo. A voz do povo é mais poderosa. FORA DILMA! FORA CORRUPÇÃO!!!

Ferdi

EM 22/06/2013 10:52:47
Fora Dilma!!! É o PT experimentando o próprio veneno! Tentaram desestabilizar o governo de SP com o tal movimento "apartidário", vulgo petistas anônimos, e agora tomou uma proporção nacional.

ricardo alves dos santos

EM 22/06/2013 10:15:20
O POVO APANHA POR CAUSA DE 20 CENTAVOS. EM IVAIPORÃ, NO PARANÁ, A PREFEITURA SUBSIDIA HÁ DOZE ANOS TRANSPORTE PÚBLICO GRATUITO AOS SEUS HABITANTES. ACESSE O LINK E ASSISTA:http://ricmais.com.br/pr/ric-noticias/videos/transporte-coletivo-gratuito-em-ivaipora

ricardo alves dos santos

EM 22/06/2013 10:05:44
IVAIPORÃ, NO PARANÁ, HÁ 12 ANOS SUBSIDIA O TRANSPORTE PÚBLICO DE GRAÇA AOS SEUS HABITANTES CONFORME REPORTAGEM DA EMISSORA FILIADA A REDE RECORD. ACESSE O LINK E ASSISTA http://ricmais.com.br/pr/ric-noticias/videos/transporte-coletivo-gratuito-em-ivaipora. DIVULGUEM O LINK, TODOS PRECISAM SABER.

Apesar de vocês

Oportunistas, baderneiros e ladrões se infiltram no legítimo movimento para tirar vantagens ilícitas. Devem ser contidos

Nathalia Ziemkiewicz

Nos movimentos que ganharam as ruas nos últimos dias, a imensa maioria era de manifestantes pacíficos que empunhavam cartazes com palavras de ordem e pregavam “sem violência”. Mas bandos pequenos, dispostos a promover a quebradeira e o vandalismo por onde passavam, misturaram-se a eles. Na quinta-feira 20, nem o belo Palácio do Itamaraty, em Brasília, uma das obras-primas do arquiteto Oscar Niemeyer, foi poupado. Baderneiros ocuparam as rampas, lançaram objetos contra a fachada de vidro do palácio, fizeram fogueiras, subiram na escultura meteoro, de Bruno Giorgi, e pressionaram para entrar. Quase 30 pessoas ficaram feridas. Cenas de brutalidade de minorias como essa se repetiram por todo o País. A cidade do Rio de Janeiro contabiliza os prejuízos após o protesto que reuniu 100 mil na segunda-feira 17 nas proximidades da Assembleia Legislativa. Um grupelho de mascarados alvejou a construção centenária com pedras e bombas caseiras, deixando um rastro de destruição avaliado em R$ 2 milhões. No dia seguinte, São Paulo foi alvo da ação dos vândalos e ladrões que tentaram depredar a prefeitura, picharam o prédio histórico do Theatro Municipal e saquearam lojas. Nas grandes manifestações pelo Brasil na quinta-feira 20, ônibus, agências bancárias e prédios públicos foram destruídos em várias capitais. Dezenas de pessoas foram atendidas em hospitais. Mais impactantes que as caminhadas ordeiras, as cenas de confrontos, fogo e depredação, sempre no fim de atos com tom pacífico, correram o mundo. Apesar dos arruaceiros, porém, não é essa a imagem que vai ficar dos protestos, mas sim a do repúdio dos manifestantes à minoria violenta. No centro de São Paulo, por exemplo, a ala pacífica chegou a formar um cordão humano para proteger os policiais que guardavam a prefeitura dos vândalos.
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As manifestações contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô, que começaram diminutas em São Paulo há duas semanas, ganharam impulso e solidariedade de outros municípios após a ação truculenta da polícia paulista. A população da metrópole passou a aceitar conviver com passeatas quase diárias, que complicavam ainda mais o caótico trânsito, em nome de uma bandeira considerada justa. Mas nenhuma cidade brasileira irá aceitar a ação de grupos interessados apenas em instaurar a balbúrdia e espalhar o caos. A sociedade civilizada não permite isso. E incendiar ônibus e quebrar estações de metrô não interessa a quem efetivamente depende do transporte público. Cabe ao Movimento Passe Livre, catalisador das manifestações, ir além da burocrática declaração de que não consegue controlar a multidão e pensar numa estratégia para expurgar essas pessoas dos protestos.
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Entre os vândalos, há de anarquistas a ladrões que se aproveitam do caos. Grupos de extrema esquerda ou direita que se infiltram com os objetivos mais escusos. Isso ocorre no mundo todo. Durante protestos no Egito, foram roubadas obras valiosíssimas do Museu do Cairo, por exemplo. O problema é que, nos episódios recentes no Brasil, os policiais demoraram a agir, dentro do respeito à legislação, contra esses arruaceiros. Eles eram facilmente identificáveis por intermédio de fotos e vídeos transmitidos pela internet e pela tevê. Para o professor de história da Universidade Federal do Rio de Janeiro Francisco Carlos Teixeira, um dos maiores problemas é o despreparo da polícia brasileira na mediação de conflitos. “Nos últimos acontecimentos, ela passou da brutalidade para a omissão, sem considerar o meio-termo”, diz, lembrando a transição de conduta – das balas de borracha do início aos braços cruzados diante do quebra-quebra no centro de São Paulo. “Ambas as atitudes desmoralizam o Estado.”
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Falta também planejamento, segundo o especialista em segurança pública Robson Sávio, professor de estudos sociopolíticos da Universidade Federal de Minas Gerais. Não basta aumentar o efetivo policial nas ruas. Medidas simples de prevenção evitariam prejuízos maiores. O serviço de inteligência poderia se antecipar às manifestações, indicando e preparando os locais que servirão como ponto de encontro ou passagem. No Carnaval, por exemplo, o Rio de Janeiro preserva as fachadas de prédios históricos com tapumes. Se for necessária a intervenção da Tropa de Choque, que ela imponha sua autoridade apenas batendo cassetetes em escudos, sem atirar bombas de gás lacrimogêneo ou balas de borracha de forma indiscriminada, o que contraria normas e procedimentos internacionais (leia mais na pág. 86). “Em vez de criar grupos de repressão, a polícia deveria formar agentes para a mediação de conflitos”, afirma. “Sair da postura reativa e partir para o diálogo.” Diálogo entre todas as forças policiais para alinhar os protocolos de ação e com as lideranças do movimento para identificar os criminosos, separando-os da massa pacífica.
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Amanhã há de ser outro dia...
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AVENIDA PAULISTA, São Paulo, noite da segunda-feira 17
A partir da segunda-feira 24 a passagem de ônibus e metrô de São Paulo volta a custar R$ 3. Em outras 13 capitais e dezenas de cidades espalhadas pelo Brasil o preço do transporte público já não estará tão caro como queriam as autoridades. No Rio, a tarifa baixou para R$ 2,75 na quinta-feira 20. Ao contrário do que havia sido previsto, nesta semana o Congresso não discutirá camisas de força para as investigações do Ministério Público. E daqui para a frente, qualquer decisão política tomada sem preocupação com a opinião pública rumará inevitavelmente para o fracasso. Tudo isso porque o brasileiro, sem que ninguém tivesse profetizado, mostrou sua cara e fez ouvir sua voz pelas ruas do País. Essa gente que se impôs como protagonista da história aponta para um novo amanhã.
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Fotos: ANDRE DUSEK/ESTADãO; Fabio Braga,Leandro Moraes/Folhapress; Christophe Simon/AFP Photo; Wesley Santos/Ag. Globo; Warley Leite/Folhapress

Como não perder o pique na hora de praticar atividades físicas

Para fugir do sedentarismo, veja algumas dicas para não perder o pique de praticar atividades físicas 

Texto: Ivonete Lucirio/ Foto: Shutterstock/ Adaptação: Letícia Maciel
Para não perder o pique de praticar exercícios físicos, crie uma relação com o esporte ou
atividade escolhida
Foto: Shutterstock
Antes de se convencer de que não nasceu para a prática de atividades físicas, coloque em ação alguns truques para manter-se motivado e não arranjar desculpas para largar a atividade física.
  • Faça o máximo para, pelo menos, ir até a academia, mesmo que seja para fazer meia horinha de aeróbico. “Quando começar a se exercitar, a endorfina liberada pelo organismo vai aumentar a sensação de prazer e o resultado é que você vai sentir vontade de ficar nesse estado por mais tempo”, diz Murillo Valença.
  • Aprenda a ser estrategista e elabore metas de curto, médio e longo prazos. Não espere obter resultados fantásticos já na primeira semana. Observe, sim, um aumento no seu bem-estar geral.
  • A prática de exercícios pode ser uma boa oportunidade de sociabilização. Por essa razão, procure sempre praticar sua atividade física em grupo ou com um amigo. Assim, um motiva o outro. Mas se os amigos não aparecerem em algum dia, não use isso como uma desculpa para faltar também.
  • Estabeleça uma verdadeira relação com o esporte preferido ou atividade escolhida. Isso implica em ler, assistir a programas de tevê e acessar sites na internet que falem sobre exercício físico. “Isso ajuda a reavivar a mente sobre seus efeitos positivos”, diz Abdallah Achour Junior, da Universidade Estadual de Londrina.
  • O mundo dos esportes e das atividades físicas é bastante variado. Se não estiver animado com a sua atividade, tente outra.
  • Faça o possível para não faltar aos exercícios. “Quando agimos assim, distanciando uma sessão de outra, o que acontece é que se perde a motivação. E não é isso que queremos”, diz Achour.
  • Uma pesquisa feita pela Universidade do Estado de Michigan, nos Estados Unidos, mostrou que as pessoas que têm um cachorro e levam o animal para caminhar apresentam uma chance 34% maior de atingir seus objetivos. Isso inclui toda atividade física.
  • Atividades monótonas e repetitivas devem ser evitadas.

Revista VivaSaúde Edição 110

Mel para combater bactérias do organismo

A sua qualidade vai além da doçura, pois tem se mostrado eficaz para combater bactérias resistentes aos antibióticos tradicionais

Texto: Marcela Carlini/
O mel é um alimento energético que deve ser consumido com moderação, não ultrapassando
duas colheres (sopa) por dia
Foto: Shutterstock

Pode substituir o açúcar na alimentação

O mel é o melhor substituto do açúcar, justamente porque tem um grande valor energético. É rico em glicose e principalmente frutose, além de trazer em sua composição minerais e várias vitaminas em pequenas quantidades. Para utilizá-lo em sua textura normal, recomenda-se guardá-lo fora da geladeira, pois se armazenado em temperaturas abaixo de 37° C tende a cristalizar, ou seja, fica semelhante ao açúcar


Devo comer quando estou com tosse

Com certeza o consumo de mel é benéfico quando se está com tosse. Hoje, ele é um dos ingredientes mais usados para produção de pastilhas e xaropes para a garganta. Um estudo realizado pela Universidade de Amsterdã, na Holanda, isolou os componentes do mel com ação antibiótica e os testou contra vários tipos de bactérias resistentes aos antibióticos tradicionais, demonstrando que seu efeito microbicida pode combater um amplo espectro de bactérias.

Não cura a gripe

Com o passar dos dias, a pessoa com gripe tem mais secreção nasal, tosse, congestão, dor de garganta e febre. Nesse caso, o mel vai agir como um agente bactericida, aliviando os principais sintomas, mas não curando a doença, uma vez que a gripe é causada por um vírus. Assim, o consumo regular do alimento apenas fortalecerá as defesas naturais do organismo

Pode engordar

Como todo carboidrato, o mel pode contribuir para o aumento de peso quando consumido em excesso. Entretanto, ele pode ser ingerido diariamente desde que seja com moderação. Para que você possa calcular as calorias, saiba que uma 1 colher (sopa) possui 64 kcal, logo, o ideal, para não comprometer a dieta, é nunca ultrapassar 2 colheres (sopa) ao dia.


Faz bem para as crianças

O mel pode ser oferecido para as crianças, pois é um alimento energético, rico em minerais e vitaminas e com um índice glicêmico moderado. A única ressalva é para bebês de até 12 meses de idade, pois eles estão mais suscetíveis a desenvolver botulismo infantil (também denominado de botulismo intestinal) que ocorre pela ingestão do Clostridium botulinum, que irá produzir a toxina no intestino do bebê. O mel é uma fonte potencial de transmissão do botulismo, principalmente pela deficiência de fiscalização nas propriedades produtoras do mel in natura e pela suscetibilidade da imunidade do bebê em seu primeiro ano de vida

Possui diferenças

A cor e o sabor dependem da espécie de flor de onde o néctar foi retirado. A coloração varia do branco ao marrom, sendo que os tipos mais claros têm sabor mais suave. No Brasil, as plantas cultivadas para fornecimento de mel são o cafeeiro, cambará, eucalipto, maria-mole, ingá, alecrim, entre outras. Não há um tipo de mel melhor que o outro, mas o mais apreciado é o de flor de laranjeira, por ser considerado o mais saboroso.

 por Leticia Maciel |
 Revista VivaSaúde Edição 91


Saiba mais:
O mel (plural: meles ou méis) 1 (pronúncia br:/mɛw/ pronúncia pt:/mɛl/) é um alimento, geralmente encontrado em estado líquido viscoso e açucarado, que é produzido pelas abelhas a partir do néctar recolhido de flores e processado pelas enzimas digestivas desses insetos, sendo armazenado em favos em suas colmeias para servir-lhes de alimento. 2 .
O mel sempre foi utilizado como alimento pelo homem, obtido inicialmente de forma extrativa e, muitas vezes, de maneira danosa às colmeias. Com o passar dos séculos, o homem aprendeu a capturar enxames e instalá-los em "colmeias artificiais". Por meio do desenvolvimento e aprimoramento das técnicas de manejo, conseguiu aumentar a produção de mel e extraí-lo sem danificar a colmeia. Com a "domesticação" das abelhas para a produção de mel, temos então o início da apicultura. Atualmente, além do mel, podemos obter diversos produtos como o pólen apícola, a geleia real, a apitoxina e a cera. Além da produção e comercialização de rainhas e em alguns casos de enxames e crias.3
O mel é o único produto doce que contém proteínas e diversos sais minerais e vitaminas essenciais à nossa saúde. Além do alto valor energético, possui conhecidas propriedades medicinais, sendo um alimento de reconhecida ação antibacteriana.4
Juntamente com o mel, as abelhas produzem outros importantes produtos: a cera, a geleia real e o própolis.

Formação

Polinização
A formação do mel está intimamente relacionada ao processo de polinização das flores através da atração aromática exercida por elas, dentre os insetos atraídos pelas flores temos as abelhas, sendo estas geralmente atraídas por flores de aromas agradáveis ao ser humano4 . A capacidade olfativa das abelhas se devem a inúmeras estruturas localizadas em seu par de antenas, que também possuem estruturas para tato e audição3 .
As abelhas sugam o néctar da flor, depositando-o no papo ou vesícula nectífera, onde enzimas irão decompor o açúcar do néctar em dois açúcares mais simples, a frutose e a glicose,5 durante o transporte diversas secreções são acrescentadas ao néctar, sendo adicionadas enzimas como a invertase, diastase, glicose oxidase, catalase e fosfatase4 . Ao retornar a colméia, a abelha deposita o néctar em favos onde este perderá grande parte de sua água e se transformando em mel6
Abelhas trabalhando nos favos
É importante salientar que, a despeito de o mel utilizado atualmente em maior escala na alimentação humana provir da produção das abelhas melíferas, notadamente do gênero Apis, cerca de 20 mil insetos também o produzem em menor quantidade e não são explorados economicamente.7

Variedades de mel

Existem dezenas de variedades de mel de abelhas e marimbondos que podemos obter segundo a floração, os terrenos de obtenção, as técnicas de preparação, além da espécie de abelha melífera. Dessa forma variam em cor, aroma e sabor. Diferenciam-se, assim, na cor, indo do branco incolor, amarelo ao castanho principalmente4 .
A sua cor e sabor estão diretamente relacionadas com a predominância da florada utilizada para a sua produção. Os méis de coloração clara apresentam sabor e aroma mais suaves, como, por exemplo, os produzidos em pomares de laranjeiras, que têm alta cotação no mercado. No entanto, os méis de coloração escura são mais nutritivos, ricos em proteínas e sais minerais4 .
Outra característica marcante em alguns méis é a consistência líquida ou endurecida que poderá apresentar quando armazenado em recipiente, sendo de igual qualidade sob esse aspecto.
No que diz respeito ao néctar, pode provir de uma única flor (mel monofloral) ou de várias (mel plurifloral).8 A obtenção de méis monoflorais depende das caracteríticas edafo-climáticas da região, bem como das variações de temperatura e pluviosidade, dentre outros fatores, além da adoção de técnicas pelo apicultor,9 a presença de outro néctar em pequena quantidade não influi apreciavelmente no seu aroma, cor e sabor.

Cristalização do Mel

Detalhe da cristalização do mel
Por se tratar de uma solução saturada de açúcares, o mel tende a cristalizar-se de forma espontânea, adquirindo uma consistência sólida, esse efeito nada mais é do que a condensação, a aglutinação, das partículas de glicose.10 A cristalização do mel é uma garantia da sua qualidade e de sua pureza, quando cristalizado ele mantém todas as suas propriedades nutricionais e energéticas, além de manter o aroma e sabor. Geralmente, os méis puros acabam por cristalizar com o passar do tempo4 , se um mel não cristaliza é possível que tenha sido submetido ao aquecimento durante o processo de extração, ou, talvez, antes do envasilhamento. A temperatura habitualmente praticada em tais processos (acima dos 40º C) destrói as inibinas do mel,11 que são substâncias termolábeis e fotolábeis (destruídas com o calor e com a luz), que conferem capacidade bactericida ao mel12 . Os cristais do mel retornam ao estado liquido quando colocados em banho-maria a uma temperatura de 40 ºC, o que não ocorre com mel fraudado por conter, em sua maioria, açúcar de cana10 .

Composição

De um modo geral, o mel é constituído, na sua maior parte (cerca de 75%), por hidratos de carbono, nomeadamente por açúcares simples (glicose e frutose). O mel é também composto por água (cerca de 20%), por minerais (cálcio, cobre, ferro, magnésio, fósforo, potássio, entre outros), por cerca de metade dos aminoácidos existentes, por ácidos orgânicos (ácido acético, ácido cítrico, entre outros) e por vitaminas do complexo B, por vitamina C, D e E. O mel possui ainda um teor considerável de antioxidantes (flavonóides e fenólicos).13
Segundo a legislação brasileira, as concentrações permitidas são de no mínimo 65g/100g para açúcares totais e 6g/100g no máximo para teores de sacarose, além do teor de água não poder ultrapassar os 20%14 .
Composição básica do mel15
Componentes Média Desvio padrão Variação
Água (%) 17,2 1,46 13,4 ~ 22,9
Frutose (%) 38,19 2,07 27,25 ~ 44,26
Glicose (%) 31,28 3,03 22,03 ~ 40,75
Sacarose (%) 1,31 0,95 0,25 ~ 7,57
Maltose (%) 7,31 2,09 2,74 ~ 15,98
Açúcares totais (%) 1,50 1,03 0,13 ~ 8,49
Outros (%) 3,1 1,97 0,0 ~ 13,2
pH 3,91
3,42 ~ 6,10
Acidez livre (meq/kg) 22,03 8,22 6,75 ~ 47,19
Lactona (meq/kg) 7,11 3,52 0,00 ~ 18,76
Acidez total (meq/kg) 29,12 10,33 8,68 ~ 59,49
Lactona/Acidez livre 0,335 0,135 0,00 ~ 0,950
Cinzas (%) 0,169 0,15 0,020 ~ 1,028
Nitrogénio (%) 0,041 0,026 0,00 ~ 0,133
Diastase 20,8 9,76 2,1 ~ 61,2

Açúcares

O açúcar é o principal componente do mel, sendo composto principalmente por monossacarídeos (frutose e glicose) que compõem 80% da quantidade total, sendo 10% composto por dissacarídeos (sacarose e maltose). As características físicas do mel, como a viscosidade, a densidade, a higroscopicidade e a capacidade de cristalização estão relacionadas principalmente com as diferetes concentrações de tipos de açúcares no mel4 .
Comparação de calorias do mel com outros alimentos 4
Alimento Quantidade de calorias/kg
Açúcar de Mesa 4130
Mel de Abelha 3395
Ovos 1375
Aves 880
Leite 600

Água

Assim como o açúcar, a água presente no mel é um importante elemento a influenciar as características físicas do mesmo. Além de influir também no tempo de maturação, no sabor, na conservação e em sua palatabilidade. Naturalmente, seu valor varia entre os 15% e 21%, sendo mais comum encontrarmos taxas de 17%. Apesar de a legislação brasileira permitir um valor máximo de 20%, teores acima de 18% já podem comprometer sua qualidade.
A fermentação de mel através da ação de leveduras presentes em sua composição pode ocorrer em situações de elevados teores de umidade no ambiente, esta ocorre mais facilmente no meis verdes, aqueles colhidos de favos que não foram devidamente fechados pelas abelhas, porém fatores como má assepsia durante a extração, manipulação, envase e acondicionamento em local não-apropriado também influem na fermentação.4 .

Valor Nutritivo

O mel é um importante complemento a alimentação humana, pois, além do alto valor energético, é um alimento rico em substancias benéficas ao equilíbrio de nosso organismo, tais como vitaminas, minerais e aminoácidos.
Valor nutricional do mel16
Componentes Quantidade em 100g
Proteína 0,87 g
Carboidratos 80,35 g
Colesterol 1,87 mg
Cálcio 15,29 mg
Ferro 1,42 mg
Sódio 14,16 mg
Energia 324,88 kcal

Uso e Consumo

Além de ser utilizado como adoçante, o mel sempre foi reconhecido devido às suas propriedades terapêuticas.
A apiterapia é a utilização de produtos derivados de abelhas em tratamentos terapêuticos. Diversos estudos científicos realizados nos últimos anos vem confirmando os efeitos benéficos destes produtos a saúde humana de tal maneira, que já se utilizam de algumas dessas práticas no sistema de saúde da Alemanha4 .
Essas propriedades medicinais são atribuídas principalmente ao mel, dentre as quais a capacidade antimicrobiana vem sendo confirmada por meio de experimentos científicos. Fatores físicos, como sua alta osmolaridade e acidez, e os fatores químicos relacionados com a presença de substâncias inibidoras, como o peróxido de hidrogênio, e substâncias voláteis, como flavonoides e ácidos fenólicos vem sendo descritos como responsáveis por essa atividade antimicrobiana. Propriedades anti-sépiticas e antibacterianas também tem sido pesquisadas e confirmadas4 .
Apesar de suas propriedades terapêuticas o mel não pode ser consumido por crianças com idade inferior a 1 ano, devido a possibilidade de contaminação pela bactéria Clostridium botulinum, causadora de botulismo.17 O sistema imune de crianças nesta faixa etária não possui capacidade imunológica para destruir o microorganismo.18
O mel também é utilizado na composição de bebidas como o hidromel, bebida fermentada a partir do mel e água, e a poncha, feita de aguardente de cana-de-açúcar, mel de abelhas e sumo de limão.
No Brasil, o mel não é visto como alimento, mas sim como medicamento, sendo mais procurado e utilizado nos meses mais frios do ano. Seu consumo no país como forma de alimento ainda é muito baixo (aproximadamente 300 g/habitante/ano), principalmente ao se comparar com países como os Estados Unidos e os da Comunidade Europeia e África, que podem chegar a mais de 1kg/ano por habitante.

Produção de mel no Brasil

Diversos fatores favorecem a produção de mel no país, dentre eles podemos citar as favoráveis condições climáticas em quase todo o seu território, além de extensas áreas ocupadas com cobertura vegetal natural diversificada, ou por culturas agrícolas que tendem a diversificar e aumentar a qualidade do mel. Temos ainda uma maior tolerância às pragas e doenças por parte de nossas abelhas africanizadas 14 .
A produção do mel no Brasil vem alcançando altos índices de crescimento: entre 2009 e 2010, o crescimento foi de 30%,19 já entre o ano de 2010 e 2011 o crescimento foi de 24%.20 Esse efeito se deve à melhoria da genética das abelhas utilizadas na produção de nosso país, bem como à melhoria da qualidade do mel produzido que foi impulsionado devido ao embargo exercido pela comunidade europeia ao nosso mel no ano de 2006. Outro fator a ser considerado é a não utilização de medicamentos por parte dos produtores nacionais, barateando a produção e tornando-a mais competitiva e atrativa no mercado mundial20 . Desta maneira, o Brasil ocupa, atualmente, a 11ª posição no ranking dos produtores mundiais, sendo o quinto maior exportador do produto19 .