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8.10.2013

Carros-bomba matam 60 e ferem quase 200 no Iraque

  •  Al-Qaeda reivindica autoria de atentados no Iraque 
  • Explosões tinham como alvo mercados e ruas comerciais movimentadas
  • Ataques foram semelhantes aos que atingiram Bagdá na última terça-feira, quando 50 pessoas morreram
agências internacionais
Destroços de um carro-bomba em Nasiriyah, a 375 quilômetros de Bagdá, após ataque neste sábado
Foto: STRINGER/IRAQ / REUTERS


Destroços de um carro-bomba em Nasiriyah, a 375 quilômetros de Bagdá, após ataque neste sábado STRINGER/IRAQ / REUTERS
BAGDÁ - Uma série de carros-bomba, principalmente em áreas xiitas de Bagdá, matou 60 pessoas e feriu mais de 170 neste sábado (10), segundo fontes médicas e da polícia.
As onze explosões separadas, que aconteceram enquanto a população celebrava o festival Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadã, tinham como alvo mercados e ruas comerciais movimentadas, disseram as fontes. Os bombardeios, que pareciam ser coordenados, atingiram pelo menos nove distritos.
Uma bomba também matou ao menos 10 pessoas em Tuz Khurmato, ao norte da capital.
O ataque mais mortal deste sábado atingiu um mercado ao ar livre, no subúrbio de Jisr Diyala, de acordo com a polícia, matando sete pessoas e ferindo 20.
Os ataques foram semelhantes aos que atingiram Bagdá na última terça-feira, quando 50 pessoas morreram.
Os ataques têm se multiplicado no Iraque desde o início do ano, com mais de mil pessoas mortas em julho, o maior número mensal de mortes desde 2008, de acordo com as Nações Unidas.
Acredita-se que este Ramadã no Iraque foi um dos mais violentos em anos, com mais de 670 pessoas mortas.
A maior parte da violência nos últimos seis meses envolveu grupos militantes islâmicos sunitas visando atingir bairros muçulmanos xiitas.
Mais de 4 mil pessoas morreram em ataques desse tipo este ano. Mais 9.865 foram feridas. A província de Bagdá foi a mais atingida.

Ramificação da rede publicou comunicado neste domingo (11).
Série de ataques contra xiitas deixou mais de 70 mortos.

Da AFP
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Homens se feriram no ataque em Nasiriyah, no Iraque (Foto: Reuters/Stringer)Homens feridos em ataque em Nasiriyah, no Iraque (Foto: Reuters/Stringer)
Uma ramificação da rede Al-Qaeda, chamada Estado Isâmico do Iraque e do Levante (EIIL), reivindicou este domingo, em um comunicado publicado em sites jihadistas, a onda de atentados neste sábado (10) que deixou mais de 70 mortos no Iraque durante as comemorações do fim do Ramadã.
"O Estado islâmico se mobilizou (...) em Bagdá, no sul e em outras [províncias] para enviar uma mensagem de dissuasão no terceiro dia do Eid el-Fitr", em resposta às operações das forças de segurança iraquianas, afirmou o grupo em um comunicado. Os xiitas "não terão segurança nem de noite, nem de dia, nem no dia do Eid e em nenhum outro", acrescentou o EIIL.
No sábado, a série de ataques com carros-bomba ocorreu principalmente em áreas xiitas de Bagdá, deixando, além de mortos, mais de 300 feridos. A capital do país foi o alvo principal. Dos 15 carros-bomba, 11 explodiram na cidade, sobretudo em mercados e ruas comerciais movimentadas, segundo fontes.
Os bombardeios, que pareciam ser coordenados, foram semelhantes aos ataques da terça-feira anterior, também em Bagdá, que deixaram 50 foram mortos.
As explosões deste sábado ocorreram em vários bairros da capital, tanto sunitas como xiitas, enquanto um dos carros-bomba explodiu em Tuz Khurmatu, a 175 km ao norte de Bagdá e outro em Nasiriya, a 300 km ao sul da capital.
O mês do Ramadã foi particularmente sangrento no país com mais de 800 mortos, segundo balanço da AFP. Os ataques se multiplicaram no Iraque desde o início do ano, com mais de 1 mil pessoas mortas em julho, o maior número mensal de mortes desde 2008, de acordo com a ONU.

Travesseiro pode atrapalhar noite de sono; saiba como e evite


Se você não tem dormido tão bem quanto gostaria, é provável que culpe fatores como o estresse pelo sono de má qualidade. Pois saiba que o seu travesseiro também pode ter certa culpa, segundo o site Fit Sugar. Abaixo, veja cinco problemas que eles podem estar trazendo para a sua noite:

1. Seu travesseiro tem mais de uma década: travesseiros velhos são sinônimos de mais mofo e ácaros, que tiveram bastante tempo para se multiplicar. Se você é alérgico, coriza, coceiras nos olhos, espirros e tosses irão mantê-los acordado. Lavar o travesseiro é recomendado, no entanto, a peça deve ser substituída a cada ano. 

​2. Seu travesseiro é muito alto: se você dorme de barriga para baixo ou de lado e seu travesseiro é alto, seu pescoço irá ficar dobrado para cima. Isso pode causar dores nos ombros, costas, pescoço e até cabeça. Apoiar a cabeça em muitos travesseiros também irá causar estes problemas. Por isso, escolha um modelo que permita que sua cabeça fique alinhada com a coluna.

3. Seu travesseiro pode ajudar você a roncar menos: dormir com a barriga para cima faz com que o palato entre em atrito com a parede da sua garganta, o que causa o barulho do ronco. Se este é o seu problema, aposte em um travesseiro macio ou de corpo grande, para incentivar que você durma de lado. 

4. Travesseiro de plumas pode não ser a melhor opção: os travesseiros de plumas são mais luxuosos, mas se, assim que deita, você sente que seu nariz começa a escorrer ou congestionar, então, talvez você seja alérgico ao material. A solução para isso é simples: deixar as plumas de lado e observar se os sintomas da alergia desaparecem. 

5. Travesseiro de espuma também tem desvantagens: a espuma é ótima para pessoas com alergias, mas podem intensificar o calor do corpo, fazendo com que você se sinta suado e desconfortável. Para driblar o problema, procure modelos com gel de refrigeração na parte superior, para evitar o  superaquecimento.



Presidente Lula está com saúde normal sem nenhum indício de doença

Agência Brasil
Lula foi submetido a uma laringoscopia, a uma ressonância nuclear magnética e a um exame chamado PET/CT (sigla em inglês para Tomografia por Emissão de Positrons, em tradução livre), capaz de detectar qualquer anormalidade no corpo do paciente.
“Os exames mostram que o paciente encontra-se em excelente condição de saúde e sem qualquer evidência de neoplasia”, diz o texto do boletim médico divulgado.
O ex-presidente teve um câncer na laringe detectado em 2011 e encerrou em fevereiro do ano seguinte o tratamento contra a doença. O próximo exame de rotina de Lula está marcado para o início de 2014.

Mais Médicos recebe inscrição de 715 formados no exterior

Profissionais têm até segunda-feira para confirmar participação no programa

Outros 367 brasileiros indicaram novamente as opções de municípios, grupo que tem prioridade nas vagas. Os médicos, brasileiros e estrangeiros, têm até segunda-feira (12/08) para confirmar participação no programa.
O Ministério da Saúde divulgará a lista final de participantes do primeiro mês de seleção na terça-feira (13/08). A próxima chamada de médicos e municípios começa no dia 15 de agosto. Os médicos do programa receberão bolsa federal de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde, mais ajuda de custo, e farão especialização em Atenção Básica durante os três anos do programa.
“Em um mês de seleção, conseguimos mobilizar um grande número de profissionais, brasileiros e estrangeiros, que demonstraram interesse em atuar nas regiões mais carentes do Brasil. Muitos dos moradores dessas regiões passarão a ser atendidos por um médico, e sabemos a grande diferença que faz um profissional perto da população. Esse é apenas o início do programa, o processo continua aberto e usaremos de todas as estratégias para suprir as mais de 15 mil vagas apontadas pelos municípios”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Os brasileiros têm prioridade no preenchimento dos postos. As vagas remanescentes são oferecidas primeiramente aos brasileiros graduados no exterior e em seguida aos estrangeiros. Os médicos com diplomas do exterior atuarão com autorização profissional provisória, restrita à atenção básica e às regiões onde serão alocados.
A região Sul deverá receber o maior número de profissionais estrangeiros, com 204 médicos, seguida da região Sudeste, com 162. O Nordeste deverá receber 153 médicos do exterior, o Norte, 137, e o Centro-Oeste, 59.
Neste primeiro mês de seleção, 938 profissionais brasileiros confirmaram participação. A maioria (51,8%) atuará nas periferias de capitais e regiões metropolitanas e os 48,1% restantes em municípios do interior de alta vulnerabilidade social, totalizando 404 cidades atendidas na primeira chamada de profissionais.
O número de vagas preenchidas, até o momento, equivale a 6% da demanda dos municípios, que apontaram a necessidade de 15.460 médicos para completar seus quadros na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS). Apenas 11,4% dos 3.511 municípios que aderiram à iniciativa vão receber profissionais nesta etapa. 
Os profissionais selecionados começam a trabalhar no início de setembro. A partir de 13 de agosto, a Coordenação do Programa informará aos municípios os dados dos médicos.

Muito tempo de televisão prejudica desempenho de crianças na pré-escola

Segundo estudo, uma série de habilidades escolares - como aquisição de vocabulário e capacidade de prestar atenção na aula - são afetadas quando a criança assiste a mais do que duas horas de televisão ao dia

Televisão: ter o aparelho no quarto contribui com aumento da circunferência abdominal e da gordural acumulada no corpo de crianças e adolescentes
Pré-escola: diversas habilidades acadêmicas são prejudicadas pelo tempo prolongado de televisão (Thinkstock)
Passar muitas horas em frente à televisão não faz bem para a saúde das crianças. O hábito, como vários estudos científicos já mostraram, as torna mais sedentárias, incentiva o consumo de alimentos não saudáveis e, consequentemente, eleva o risco de obesidade e prejudica o desempenho em atividades físicas.
Agora, um novo estudo feito na Universidade de Montreal, no Canadá, apontou para outro tipo de prejuízo que o tempo prolongado de televisão pode causar: o acadêmico. Segundo a pesquisa, cada hora a mais do que o tempo recomendado em que uma criança de dois anos passa em frente à televisão prejudica a aquisição de vocabulário, habilidades matemáticas, capacidade de prestar atenção na sala de aula e seu desempenho em atividades físicas na escola.
Limite — A Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda que crianças de dois anos de idade não passem mais do que duas horas ao dia em frente à televisão. “Parece que todo tempo a mais do que isso tem uma considerável influência negativa para a criança”, diz Linda Pagani, pesquisadora do Centro de Pesquisa Saint-Justine da Universidade Montreal e coordenadora do estudo.
A pesquisa de Pagani, divulgada nesta quarta-feira pela universidade, foi feita com cerca de 2.000 crianças de 2,5 anos que frequentavam a pré-escola. Seus pais responderam a um questionário relatando por quanto tempo os filhos viam televisão diariamente. Segundo os resultados do estudo, o prejuízo nas habilidades de aprendizado foi observado quando as crianças passavam mais do que duas horas ao dia em frente à televisão – e quanto maior era esse tempo, mais prejudicadas elas foram.
“O desempenho de uma criança no jardim de infância pode influenciar a sua produtividade no futuro. Esses resultados sugerem a necessidade de que os pais se conscientizem de que deve haver limites em relação ao tempo de televisão que uma criança assiste ao dia”, diz Pagani.

Os prejuízos de ver muita TV

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Controle do peso

De acordo com um estudo feito na Universidade de Montreal, no Canadá, e publicado em 2012, quanto mais tempo uma criança de dois a quatro anos de idade passa em frente à televisão, maior o risco de acúmulo da gordura na cintura. Uma outra pesquisa, feita nos Estados Unidos, mostrou que há outro agravante para a saúde de criança em relação ao hábito: de acordo com o trabalho, ter televisão no quarto aumenta ainda mais o tempo em que uma criança passa em frente ao aparelho e eleva o risco de obesidade infantil

Testes para detectar câncer de ovário não são efetivos

Especialistas dizem que as técnicas de diagnóstico não reduzem mortalidade e podem levar a falsos positivos, expondo pacientes a cirurgias desnecessárias

Guilherme Rosa
Câncer de ovário: nova descoberta genética pode levar a novos tratamentos para a doença
Métodos para diagnosticar o câncer de ovário podem levar a cirurgias desnecessárias (Thinkstock)
O câncer de ovário é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o de menor chance de cura — cerca de 3/4 dos casos desse tipo de câncer já estão em estágio avançado no momento do diagnóstico. No entanto, especialistas americanos não recomendam que mulheres saudáveis façam os testes disponíveis para a detecção do tumor. Segundo o U.S. Preventive Services Task Force, grupo de trabalho que analisa as evidências científicas e faz recomendações para os serviços governamentais de prevenção, esses testes não são efetivos e podem até ser prejudiciais às mulheres.
Por sua localização, o câncer de ovário é extremamente difícil de detectar, impedindo o diagnóstico precoce. Os exames normalmente usados para descobrir sua presença são a análise do sangue para encontrar marcadores biológicos vinculados ao câncer e a ultrassonografia dos ovários. No entanto, quando aplicados em mulheres saudáveis, eles não reduzem a mortalidade da doença.
Além disso, estes procedimentos produzem muitos falsos positivos, que podem levar a cirurgias desnecessárias. "Não existe um método eficaz de detecção do câncer de ovário que permita reduzir a mortalidade", afirma Virginia Moyer, presidente do grupo. "De fato, uma grande porcentagem das mulheres que passam pelos testes recebem resultados positivos falsos e podem passar por cirurgias desnecessárias."
Recomendações parecidas já foram feitas por outras entidades americanas, como a American Cancer Society e o American Congress of Obstetricians and Gynecologists. No Brasil, nenhum dos procedimentos é recomendado pelo Ministério da Saúde ou pelo Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Os cientistas recomendam que os testes só devem ser feitos em mulheres que apresentem sintomas da doença ou mutações em genes ligados ao câncer, como o BRCA 1 e o BRCA 2. Nesses casos, eles podem ajudar os médicos a acompanharem os resultados do tratamento e o avanço da doença.
O câncer de ovário é bastante raro. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer estima que teremos 6.190 novos casos em 2012. Em 2010, 2.979 mulheres morreram por causa da doença.



Opinião do especialista

Jesus Paula Carvalho
Chefe da equipe do de ginecologia oncológica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e professor da Faculdade de Medicina da USP

"Não existe nenhum método de diagnóstico precoce do câncer de ovário que seja recomendado. Não conheço nenhum país do mundo que recomende o teste de sangue e o ultrassom em mulheres saudáveis. Infelizmente, quando uma mulher nos pergunta se existe algum modo de detectar o câncer antes dele se espalhar, nosso resposta é negativa.

"Quando a mulher percebe os sintomas do câncer de ovário, ela já está em estágio avançado da doença. O tratamento deve ser cirúrgico e quimioterápico. Na mulher com os sintomas, esses testes de sangue e ultrassonografia têm validade para confirmar o diagnóstico e para orientar os médicos durante o tratamento.

"Em junho de 2011 foi realizado um estudo com 79.000 mulheres, para testar os métodos de rastreamento de câncer. Por causa deles, 1.800 das voluntárias tiveram de passar por cirurgia para tratar o câncer de ovário. No entanto, não houve nenhuma diferença na mortalidade por conta da doença entre as pacientes que fizeram parte do estudo e as que não fizeram. Mais de uma centena de mulheres tiveram complicações por causa da cirurgia.

"Pelo menos 10% dos casos de câncer de ovário são causados por alterações genéticas e estão ligados ao histórico familiar. Quando uma mulher tem história familiar sugestiva, com parentes que tenham tido esse tipo de câncer, ela passa a ser suspeita de ter a mutação nos genes. O ideal é que ela procure por aconselhamento genético. Se a mulher tiver uma mutação comprovada, os médicos irão recomendar a remoção do ovário.

"O câncer de ovário mais comum é causado pelo carcinoma seroso de alto grau. Durante décadas, os pesquisadores acharam que ele surgia no ovário. De alguns anos para cá, no entanto, novos estudos têm mostrado que a célula que dá origem ao carcinoma surge na tuba uterina. Quando o câncer chega no ovário, ele já está em metástase. Esse é um conhecimento muito novo, é a nova fronteira da pesquisa contra o câncer de ovário. Talvez o caminho para um método de prevenção seja a busca de mutações genéticas na tuba uterina. Acredito que nos próximos anos vão surgir testes moleculares para encontrar o câncer de ovário antes dele entrar em metástase."
 Leia também:
Pílula diminui pela metade risco de câncer de ovário
Gordura abdominal pode ajudar a espalhar câncer de ovário

Neurociência quebra estereótipos sobre sexo e amor entre casais

  • Jornalista científica Kayt Sukel reune últimos estudos neurocientíficos sobre os relacionamentos humanos em livro

Flávia Milhorance

CH Rio de Janeiro (RJ) 07/08/2013 Kayt Sukel, autora do livro Sexo na cabeça Foto Divulgação Foto: Terceiro / Agência O Globo

CH Rio de Janeiro (RJ) 07/08/2013 Kayt Sukel, autora do livro Sexo na cabeça
Homens e mulheres são mais parecidos quando o assunto é amor, sexo, monogamia e desejo do que temos sido levados a acreditar. A jornalista científica Kayt Sukel reuniu os melhores e últimos estudos neurocientíficos sobre os relacionamentos humanos e até participou de cobaia em alguns para escrever o livro americano “Sexo na Cabeça”, que pode nos fazer mudar de ideia sobre alguns conceitos.
Costuma-se dizer que homens e mulheres têm abordagens diferentes com relação ao amor e aos relacionamentos. Você parece não concordar com isso. Por quê? E se não há diferenças biológicas, há sim as culturais, certo?
Existem muitos estereótipos quando o assunto é sexo e amor. Mulheres não estão apenas interessadas em relacionamentos seguros e monogâmicos, enquanto homens em sexo. Os novos estudos simplesmente não conseguem mostrar isto. Eles sugerem que as mulheres são tão propensas a se envolver em um caso extraconjugal quanto homens. Inclusive, elas têm mais orgasmos com novos parceiros (e não os monogâmicos). Eles também mostram que ambos têm estímulos e motivações similares. Quando assistem a filmes pornográficos, por exemplo, têm as mesmas taxas de excitação. A diferença é que tendem a ter diferentes focos de interesse numa mesma imagem. Existe diferença biológica, obviamente. Mas a abordagem para o sexo e o amor é mais parecida do que temos sido levados a acreditar.
Cientistas de todo o mundo buscam uma razão evolutiva para a monogamia humana. Dois novos estudos foram divulgados semana passada sobre o tema e cada um foi por um caminho, para mostrar o quão difícil é a questão. Qual é a sua opinião?
Não sei se as perguntas “a monogamia é natural?” ou “humanos são monogâmicos?” são as melhores a se fazer. Acho que está claro, a partir de pesquisas e experiências, que a monogamia é possível. Humanos formam laços fortes e duradouros entre si — e alguns permanecem tanto social quando sexualmente monogâmicos por longos períodos de tempo. Mas se observarmos os arganazes do campo (uma espécie de roedor), descobrimos que a monogamia social e a sexual não são sempre a mesma coisa. Embora possível, ela depende de fatores que vão além da pura biologia, tais como cultura, valores religiosos e oportunidade.
Para onde caminha a neurociência do amor? Seu livro conta que havia um certo constrangimento de se pedir financiamento para pesquisa sobre o tema há até pouco tempo.
Amor e sexo são motivadores primários, e seus estudos oferecem a oportunidade de se tentar responder às maiores questões da Humanidade e a desafiar vários estereótipos. Não é que eles se envergonhassem, mas com a limitação de financiamento para pesquisa, doenças neurológicas ou câncer são os que têm mais recursos. Eu não concordo com isso. Amor e sexo influenciam nossas vidas, trabalho e provavelmente também a propensão às doenças.
O cérebro pode confundir amor e desejo? Ou é o mesmo? O amor existe para a neurociência?
Pesquisas sugerem que há três diferentes, ainda que sobrepostos, sistemas que envolvem o amor: o hipotálamo para a luxúria, a área tegmental ventral para o amor romântico e o pálido ventral para a conexão. Como as áreas de diferentes aspectos do amor se sobrepõem, é possível confundir amor com desejo. E certamente a experiência nos mostra que isto é verdade! Mas sim, o amor existe. É um impulso. E é um imperativo biológico. Conexões sociais, incluindo o amor romântico, garantem que tenhamos parceiros para nos ajudar a procriar, criar nosso filhos, cuidar de nós — e todas as coisas necessárias para ajudar a espécie a sobreviver.
Por que você diz que não somos escravos dos nossos hormônios com relação ao sexo?
Enquanto escutamos, ainda jovens, que nossos hormônios influenciam tudo, eles não existem no vaco. Eles interagem com outros neuromoduladores para produzir nosso comportamento e podem ser inibidores. Até um macaco macho, que pode ter muito sexo sem compromisso, é capaz de negá-lo quando não é do seu interesse. Humanos têm lobos frontais muito grandes, que é a área da função executiva, de tomada de decisão. Enquanto nossos hormônios podem fazer sugestões sobre fazer sexo, nós sempre temos o poder de evitá-las se quisermos.
Quando cientistas começaram a aprofundar os estudos sobre genética, pensava-se que muitos dos nossos problemas estariam resolvidos (ou não). Mais recentemente, cientistas se depararam com o desafio da epigenética, em que o meio ambiente “liga” ou “desliga” os genes. Como isto influencia o amor?
A biologia não existe sem o meio ambiente. Eles estão intrinsecamente ligados e influenciam um ao outro em maneiras que ainda não compreendemos. O ambiente pode dizer aos nossos genes quando e quanto eles podem produzir de uma proteína. Sabendo que o amor é o produto de muitas proteínas — incluindo, digamos, quem interage com quem —, o estudo do amor pela epigenética pode nos ajudar a entender por que um parceiro nos deixa fora de órbita, enquanto outro é tão bom quanto, porém mais tranquilo.
Como foi sua experiência como parte dos testes, inclusive a do orgasmo?
Existem muitos experimentos interessantes na neurociência, mas é difícil entender o quão válidos eles são até participar deles. Por isso eu pensei que era importante me envolver. Para o estudo do orgasmo, foi um tanto surreal! Eu não tinha certeza se seria capaz de atingir um orgasmo no equipamento de ressonância magnética, mas pensei que a pesquisa seria bem interessante, assim como importante, então dei o melhor de mim. Depois eu até participei de mais dois estudos do tipo.
Você escreveu o livro depois que o seu casamento terminou. Como a ciência te ajudou? Você ficou mais pessimista ou otimista com o amor?
Definitivamente mais otimista! Na verdade, eu me casei de novo há algumas semanas. A ciência me ajudou a entender que não existe apenas uma forma de se apaixonar, de confiar mais em meus instintos. Muitas mulheres, inclusive eu, temos uma lista de características que esperamos de um parceiro. Depois de escrever o livro, eu a joguei fora. Em vez disto, eu decidi prestar mais atenção em como me sentia quando estava com alguém: a perceber como o meu corpo e minha menta interagiam e reagiam a ele. E quando eu encontrei meu atual marido, eu não pensava demais. Só deixei acontecer! E acho que isto fez toda a diferença.

Imagens inimagináveis

O verão está chegando e logo muitas pessoas passarão até 8 horas dentro de um carro para banhar suas nádegas suadas na praia. Isso inclui os loucos, esquisitos e aqueles que não estão aptos a deixar a casa de modo algum. Entre as belezas da praia e a vida selvagem ao seu redor, consequentemente teremos alguns exemplos desagradáveis. Se você ver alguma destas atrocidades abaixo na praia com seus próprio olhos, por favor, jogue areia neles. A sensação de ardor será muito menos dolorosa do que este tipo de coisa que poderá encontrar por lá.
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Ei crianças, esqueça a prancha, nada é mais divertido na praia do que um tubo de esgoto a céu aberto. Não se preocupe porque a sensação de queimação na pele passa em algumas horas, basta jogar um pouco de aloe vera e tá tudo resolvido.

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Vamos torcer para que esses homens sigam a sugestão dos lemingues e atirem-se de um penhasco no mar.

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De alguma forma, essa antiga múmia se arrastou para fora de seu sarcófago e está agora tomando um bronze na praia.

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Se você não conseguir pegar nenhuma gatinha na praia, salve-se do embaraçoso desastre do “forever alone” e não abstenha-se de adicionar algumass gatas em suas fotos…invejosos dirão que é Photoshop.

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Um ataque de macacos praia poderia ter sido facilmente evitado se ela tivesse ficado em casa.

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Apenas um gigante canhão explodindo merd@ preta na água, certamente nenhuma razão para estragar um bom dia de praia, certo?

Epic beach fail 1 1 20 Coisas que você não quer ver na praia neste verão
Uma dessas pessoas não está usando uma de duas peças de roupa de praia. Você consegue adivinhar qual?

dress funny 13324985451 20 Coisas que você não quer ver na praia neste verão
Quer ir para a praia como um ser humano normal, ou comprometer-se a roubar um banco? Você não pode fazer as duas coisas juntas.

113 20 Coisas que você não quer ver na praia neste verão
Sim, você tem seios bonitos, mas isso não significa que as pessoas não vão rir de você por usar um maiô que mais parece uma fantasia de Battlestar Galactica.

burkini 20 Coisas que você não quer ver na praia neste verão
O burkini é a maneira perfeita para proteger-se do sol quente de verão e convencer os tubarões de que você não tem sabor nenhum!

camper 20 Coisas que você não quer ver na praia neste verão
Se você ver um trailer que está afundando lentamente, tire uma foto e avise o salva-vidas que um idiota provavelmente será afogamento muito em breve.

irish sunbathing 20 Coisas que você não quer ver na praia neste verão
É aconselhável que os banhistas irlandeses usem fator SPF 2000, para evitar a combustão espontânea.

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Você vai ver, no mínimo duas famílias na praia que não tem a mínima ideia de como tomar banho de mar.

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Surfista metaleiro? Bem-vindo às praias do sétimo círculo do Inferno.

sagging 20 Coisas que você não quer ver na praia neste verão
Algo me diz que esse senhor está perdido e precisa de uma caixa de suco o mais rápido possível.

hazmat 20 Coisas que você não quer ver na praia neste verão
Considere esta imagem uma sugestão de ponto de encontro na sua piscina a partir de hoje.

prettyhat 20 Coisas que você não quer ver na praia neste verão
Tirem isso daqui!

RU2jx 20 Coisas que você não quer ver na praia neste verão
Nada é melhor do que um colete salva-vidas feito com lixo.

jamaica 20 Coisas que você não quer ver na praia neste verão
Praias do terceiro mundo são sempre os mais bonitos. Simplesmente ignore a pobreza paralisante e desfrute suas férias!

 20 Coisas que você não quer ver na praia neste verão
Pessoas não deixarão que nada, absolutamente nada destrua suas férias.

Novo implante de silicone mantém aparência natural dos seios




 Nova técnica deixa silicone dos seios imperceptível ao toque



Conhecida como Dual Plane, nova técnica de implante de silicone é capaz de manter a aparência natural dos seios, principalmente nas mulheres que têm busto pequeno
Conhecida como Dual Plane, nova técnica de implante de silicone é capaz de manter a aparência natural dos seios, principalmente nas mulheres que têm busto pequeno

Uma das cirurgias estéticas mais procuradas pelas mulheres que desejam turbinar os seios, o tão sonhado implante de silicone acaba de ganhar uma nova versão. Conhecido como Dual Plane, o procedimento permite que a prótese fique praticamente imperceptível ao toque, conferindo um aspecto natural às mamas, principalmente nas pacientes com pouco busto e insatisfeitas com o sutiã tamanho 36.

Diferenciada por promover uma maior cobertura da prótese mamária ao colocá-la parcialmente sobre o músculo peitoral e a porção inferior da glândula do seio, a técnica oferece, ainda, um pós-operatório menos doloroso do que os demais implantes realizados no mercado por atuar de forma certeira na região tratada. “O resultado do método é visivelmente mais harmônico e natural, pois não deixa a mama com aquele estigma típico de prótese de silicone”, afirma Márcio Castan, cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

De fácil e rápida aplicação, a novidade é realizada numa única sessão que leva, em média, de uma a duas horas de duração, permitindo que a paciente volte para a casa logo após o efeito da anestesia. “Com resultados efetivos, depois da cirurgia, dificilmente encontramos aquelas ondulações comuns que aparecem nos seios. E com o tempo de recuperação, observamos a conquista de uma pele lisinha e uniforme”, afirma o especialista.
Contraindicações
Como todo e qualquer procedimento médico, o Dual Plane também apresenta algumas restrições.  Por isso, não é indicado para pacientes com doenças cardíacas, alterações pulmonares, diabetes, hipertensão arterial, anemias, histórico de câncer e mastite. Este público não pode se submeter ao método sem antes passar por uma ampla avaliação do profissional especializado.


FICHA TÉCNICA Nome do tratamento: Dual plane. Indicação: técnica de inclusão da prótese mamária na área que compreende, parcialmente, todo o músculo peitoral e a porção inferior da glândula do seio. Benefícios: é praticamente imperceptível ao toque, mantém a aparência natural dos seios, principalmente nas mulheres com pouco busto. Quantidade de sessões: uma.

A Guerra Fria do século XXI está esquentando




Andam nada amistosas as relações entre EUA e Rússia depois de uma série de divergências entre os governos de Barack Obama e Vladimir Putin. A última trombada dos dois presidentes se deu na semana passada, quando a Rússia decidiu oferecer asilo provisório a Edward Snowden, o ex-técnico da Agência de Segurança Nacional que delatou o esquema de espionagem do governo americano. EUA e Rússia também não conseguem chegar a um acordo para a solução do conflito na Síria, caminham em direções opostas no campo dos direitos humanos e discordam em relação ao sistema de defesa e controles de armas na Europa. Parece que a Guerra Fria do século XXI está esquentando.

O MISTÉRIO DO MARCELO

Todas as respostas para a chacina da família de policiais, que estarreceu o País, convergem para as últimas horas de vida do adolescente de 13 anos

Natália Mestre e Monique Oliveira

Pai, mãe, filho, avó, tia-avó. Todos mortos com tiros na cabeça entre a noite do domingo 4 e a madrugada da segunda-feira 5, na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo. Os donos da casa eram policiais experientes, sendo o pai sargento da Rota, batalhão de elite da Polícia Militar. Nada foi roubado do local, o que compôs um cenário envolto em mistério. Todas as respostas para essa tragédia que estarreceu o País na semana passada convergem para o adolescente Marcelo Pesseghini, de 13 anos, o último a morrer. Segundo a polícia, ele seria o autor dos quatro crimes executados com tiros precisos e teria se suicidado após voltar da escola e cair em si. Para outros, ele foi a quinta vítima dessa chacina que dizimou uma amorosa família de classe média, que se dividia em duas casas no número 42 da rua Dom Sebastião – na da esquerda, a maior, moravam Luís Marcelo Pesseghini, 40 anos, a esposa Andréia Regina Bovo Pesseghini, 36 anos, cabo do 18º Batalhão, e o filho, Marcelo. Na do lado, Benedita de Oliveira Bovo, 67 anos e Bernadete Oliveira da Silva, 55, mãe e tia de Andréia, respectivamente – e passava os finais de semana entre churrascos no quintal e viagens ao sítio de Rio Claro, no interior paulista.
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FAMÍLIA
Andréia e Luís Marcelo com o filho, Marcelo, em 2010: o menino
queria ser policial, como eles, e costumava visitar o batalhão do pai.
Um PM amigo da família disse à polícia que o garoto sabia atirar
Diante dessa tragédia ainda cheia de interrogações, existem dois cenários. No primeiro deles, de acordo com a polícia civil, Marcelo matou os parentes entre a noite de domingo e a madrugada de segunda, pegou o carro da mãe, um Corsa Classic, dirigiu até a escola e passou a madrugada dentro do veículo. Pela manhã, ele frequentou as aulas normalmente e voltou de carona para casa com o pai do seu melhor amigo. Chegando lá, teria se matado. Segundo a perícia, todos os tiros saíram da mesma arma, a pistola .40 que pertencia a Andréia e foi encontrada na mão esquerda do garoto, que estava com o dedo no gatilho. Imagens da câmera de segurança de um prédio que fica na mesma rua do Stella Rodrigues, colégio particular na Freguesia do Ó, são fortes indícios para a polícia. Os registros mostraram, por volta da 1h25, um carro estacionando. Depois, em torno das 6h23, um garoto desce, coloca a mochila nas costas e segue em direção à escola. É Marcelo, na versão dos investigadores. Um par de luvas foi encontrado no automóvel. Perícias feitas nas duas casas também encontraram outras três armas intactas que pertenciam à Andréia e não identificaram registros de arrombamentos.
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Segundo o delegado do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Itagiba Franco, responsável pelas investigações, o fato de os armamentos não terem sido roubados afasta ainda mais a hipótese de ação do crime organizado, levantada inicialmente. Também foram encontradas receitas de remédios para dormir na casa de Benedita e Bernadete, o que ajudaria a entender por que as duas não ouviram os tiros e ameaçaram alguma reação – de acordo com a polícia, Luís Marcelo teria sido o primeiro a morrer, seguido da mulher, da avó e da tia. Familiares confirmaram que Bernadete sofria de depressão, tomava remédios e, inclusive, estava morando com a irmã por causa da doença. O depoimento do melhor amigo de Marcelo, também de 13 anos, foi decisivo para reforçar a suspeita de crime familiar. “Ele tinha o plano de matar os pais durante a noite, quando ninguém soubesse, fugir com o carro deles, ser matador de aluguel e morar em um lugar abandonado”, teria dito o amigo à polícia. O pai desse adolescente, que deu carona para Marcelo, contou, também em depoimento, que antes de sair, o garoto avistou o carro da mãe. Ele foi até o veículo, pegou um objeto e o colocou na bolsa. “Pode ser a arma, mas não sabemos”, disse Itagiba.
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DINÂMICA DO CRIME
A casa dos Pesseghini, na Vila Brasilândia, em São Paulo: perícia
irá determinar horário das mortes e se vítimas estavam dopadas
Ainda segundo a polícia, no quarto de Marcelo havia diversas armas de brinquedo. Na mochila da escola, um revólver 32, uma faca, rolos de papel higiênico e mudas de roupa. Uma das professoras afirmou aos investigadores que Marcelo havia perguntado “se ela sabia dirigir quando era criança” e “se havia atingido de alguma forma os pais”. Para outra, o menino contou que já tinha dirigido um buggy. Em depoimento na quinta-feira 8, o policial militar João Batista da Silva Neto, vizinho da família, afirmou que o menino havia aprendido a atirar com os próprios pais e frequentava aulas de tiro em um estande na zona sul da capital paulista. O delegado ainda citou que Marcelo tinha 1,60 m e não era um garoto franzino, apontando que ele tinha condição de manipular a arma.
Se a polícia conduz sua investigação na direção do filho dos policiais, especialistas garantem que, para Marcelo ser realmente o assassino, ele teria que demonstrar distúrbios de comportamento e traços de psicopatia muito evidentes. “É muito difícil que um menino de 13 anos tenha orquestrado uma chacina com esse grau de refinamento sem um transtorno de conduta”, afirma Priscila Gasparini Fernandes, psicanalista infantil com especialização em suicídio. Dentro dessa hipótese, o cenário que se tem é de um menino doente, que tomava muitos remédios e era cercado de cuidados, portador de fibrose cística, doença genética grave que afeta o funcionamento de secreções do corpo, levando a problemas nos pulmões e no sistema digestivo, além de diabético. Segundo relatos, Marcelinho, como era chamado, era um garoto tímido e de poucos amigos que passava horas jogando videogame, especialmente o violento “Assassin’s Creed”. A combinação explosiva entre jogos violentos (leia à pag. 70) e o convívio em um ambiente familiar de policiais, onde relatos de mortes, prisões e perseguições poderiam fazer parte do dia a dia e contribuir para formar uma cultura de violência, pode ter sido fatal. O adolescente não cansava de falar que admirava o trabalho de seus pais. A vizinha Elisa Rosa, 84 anos, que mora em frente à casa da família Pesseghini, garante que os pais permitiam, inclusive, que o adolescente fizesse pequenos percursos ao volante e depois estacionasse o carro na garagem. “Ele sabia dirigir e adorava ficar no portão com uma arma de brinquedo, fingindo que atirava nas pessoas.”
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No segundo cenário, Marcelinho passa de algoz a vítima. “Esse crime, do jeito que está descrito, crava que o menino era um manipulador”, afirma Dalka Ferreira, do Centro de Referência às Vítimas de Violência do Instituto Sedes Sapientiae, de São Paulo. “Para isso, a criança deveria apresentar uma relação conflitante com os pais e traços de frieza.” Ao contrário, familiares e amigos descrevem Marcelinho como um garoto amável e ligado à família. Era comum vê-lo com a avó ou com os animais da casa, um labrador preto e dois gatos, sempre muito afável e sem motivo algum para cometer tamanha barbárie – motivo esse que, até agora, a polícia também não encontrou. “Estamos todos em choque. Eles eram uma família muito feliz, nunca vi uma briga ou discussão”, diz Edineide Ferreira, balconista de 36 anos e amiga de Andréia. Os vizinhos são unânimes em classificar a avó, chamada carinhosamente de dona Benê, como uma mulher muito prestativa, sorridente e apaixonada pelo neto. “Eu sempre via os dois brincando no quintal”, afirma Severino José da Silva, 76 anos.
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MANHÃ DE 5 DE AGOSTO
Imagem de Marcelo (à esq.) após sair do carro Corsa Classic (acima)
que ficou estacionado perto da escola onde ele estudava
 
O empresário Sebastião de Oliveira Costa, tio de Andréia, reforça que Marcelo não tinha nenhum traço de agressividade, pelo contrário, era um bom garoto, sempre tranquilo. “Visitava a família a cada 15 dias. Chegava lá, o Marcelinho vinha correndo, me pedia a bênção, e voltava brincar. Não vou sossegar enquanto não descobrir o autor dos crimes”, diz. Ele acredita que a família tenha sido vítima de algum tipo de retaliação, possibilidade que ganhou força quando o comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar, coronel Wagner Dimas, afirmou em entrevistas que Andréia Pesseghini havia colaborado com informações para uma investigação contra colegas que participavam de roubos de caixas eletrônicos. Em depoimento na Corregedoria da PM, porém, o coronel voltou atrás. Em nota, a escola em que o adolescente estudava desde os 5 anos definiu Marcelo como “um garoto dócil, alegre, com boas relações com os colegas e o corpo docente do colégio e que sempre alcançou um bom rendimento pedagógico, apresentando comportamento e atitudes normais”. Uma das professoras que deu aula para Marcelo no seu último dia, Ana Paula Alegre, publicou seu lamento em uma rede social. “Dei aula para ele hoje. Conversei, brinquei, dei risada. Dei um abraço tão gostoso, e agora acabou.”
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O derradeiro domingo em família começou normal. Segundo a vizinha Rosemari, no domingo 4, por volta de meio-dia, o adolescente saiu de carro com os pais para almoçar no shopping. Já durante a tarde, a família recebeu a visita do tenente da Polícia Militar César Bovo, irmão de Andréia. O que aconteceu depois ainda está envolto em mistério. Fundamentais para elucidar os fatos, os laudos do IML, que determinam a hora das mortes, de balística e toxicológicos só devem sair no início de setembro.