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1.15.2014

CAFEÍNA MELHORA A CONCENTRAÇÃO E A MEMÓRIA

É oficial: cafeína melhora a memória

É oficial: cafeína melhora a memória

Pela primeira vez, um estudo apresentou «provas irrefutáveis» que o consumo de cafeína é benéfico para a memória.

Divulgado na edição de 12 de Janeiro de 2014 do jornal «Nature Neurocience», o estudo mostra que consumir cafeína pode melhorar a memória e ter um efeito benéfico na capacidade de retenção durante até 24 horas após o consumo.
A investigação é considerada uma «prova exclusiva» que a cafeína beneficia a memória a longo prazo porque todos os participantes envolvidos tomaram um comprimido de 200mg de cafeína depois de terem visto uma série de imagens.
Esta alteração no método da experiência afastou a possibilidade de a melhoria na memória dever-se a um aumento no estado de vigilância, na concentração ou na atenção (efeitos provocados pela cafeína).
Os participantes foram escolhidos entre pessoas que não tomam regularmente bebidas com cafeína. Os voluntários foram divididos em dois grupos.
Cada pessoa assistiu ao mesmo conjunto de fotografias e de seguida tomou um comprimido, mas num grupo os participantes tomaram 200mg de cafeína, enquanto no outro o comprimido era um placebo. Os níveis de cafeína no sangue foram medidos após uma, três e 24 horas depois de tomado o comprimido.

Ambos os grupos assistiram a um segundo conjunto de fotos, com algumas imagens muito parecidas com as do conjunto anterior, que os participantes tinham visto 24 horas antes, e outras fotos muito diferentes.
No final, mais elementos do grupo que tomou cafeína puderam distinguir entre as imagens «semelhantes» e as imagens «diferentes».
Este comportamento, explicam os investigadores, envolve um «nível superior de memória», chamado «separação de padrões». O efeito da melhoria na memória associado ao consumo de cafeína dura até 24 horas depois do consumo.
Os cientistas já determinaram que toda a memória envolve o hipocampo, situado nos lobos temporais do cérebro, mas ainda está por apurar o mecanismo exato pelo qual a cafeína interfere na nossa capacidade de retenção.
O estudo é de uma equipa de investigadores liderada por Michael Yassa, professor assistente de Ciências da Psicologia e do Cérebro da Faculdade Krieger de Artes e Ciências da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, Maryland, EUA.
Os autores sublinham que as conclusões deste estudo não devem servir como desculpa para o consumo de quantidades extremas de cafeína, de acordo com a Examiner.

 Mitos e verdades sobre a Cafeína
Cafeína é uma substância que ocorre naturalmente (um alcalóide) encontrada nas folhas, sementes e frutos, de mais de 63 espécies de plantas de todo o mundo. Nos produtos que contêm cafeína, incluem-se o chá, café e algumas bebidas refrigerantes, que têm sido apreciadas por todos à muitos anos. Mais recentemente, bebidas com elevados níveis de cafeína (bebidas energéticas) têm sido desenvolvidas.
Um dos mais conhecidos efeitos da cafeína é a sua capacidade de atuar como estimulante, retardando temporariamente fadiga, efeito esse que pode causar insônias a indivíduos mais susceptíveis. Também foi demonstrado que a cafeína tem um ligeiro efeito diurético (estimulando a eliminação dos líquidos do organismo). Apesar de se terem realizado diversos estudos sobre a sua inocuidade, ainda existem muitas ideias erradas acerca desta substância tão comum. Este artigo reconhece os resultados de investigações científicas sobre a cafeína e a saúde e pretende clarificar certos aspectos controversos relativos a este ingrediente alimentar.
MITO: O efeito da cafeína é viciante
REALIDADE: As pessoas sempre disseram que são “viciadas” em cafeína, da mesma forma que dizem que são “viciadas” nas compras ou televisão. A cafeína não é viciante, segundo as definições aceites e de acordo com a opinião maioritária das autoridades. Quando o consumo regular de cafeína é cessado abruptamente, alguns indivíduos queixam-se dores de cabeça, fadiga ou sonolência. Estes sintomas usualmente passam ao longo do dia e podem ser evitados se a ingestão de cafeína for reduzida gradualmente.
MITO: A cafeína aumenta o risco de doenças cardíacas
REALIDADE: Numerosos estudos, realizados em grande escala, têm mostrado que o consumo de cafeína não aumenta o risco de doenças cardiovasculares, não aumenta os níveis de colesterol-HDL ou causa alterações no ritmo cardíaco. Uma ligeira e temporária subida da pressão arterial pode ser observada em indivíduos sensíveis à cafeína. Contudo, esta subida é semelhante à provocada por atividades quotidianas, como subir umas escadas. No entanto, é recomendado que indivíduos com tensão arterial alta consultem o seu médico sobre esta situação.
MITO: A cafeína provoca cancro
REALIDADE: evidências científicas mostram que a cafeína não aumenta o risco de cancro. Dois estudos, com um grande número de população da Noruega e Hawai, e a análise de 13 estudos realizados com mais de 20.000 sujeitos revelaram que não existe nenhuma relação entre o consumo regular de café ou chá e o risco de contrair cancro.
MITO: A cafeína é um fator de risco relativamente à osteoporose
REALIDADE: alguns estudos sugerem que a ingestão de cafeína podem aumentar  perda de cálcio pela urina. Contudo, estas perdas são mínimas e o consumo de cafeína em doses normais não afeta o nível de cálcio nem a densidade óssea. Estudos mais recentes confirmam que a cafeína não é um fator de rico para a osteoporose, particularmente numa mulher que consome quantidade de cálcio adequada.
MITO: as mulheres grávidas ou que tentam engravidar devem evitar a cafeína
REALIDADE: Um grande número de estudos tem se dedicado à análise dos efeitos das bebidas que contêm cafeína com os fatores reprodutivos. Os dados sugerem que o consumo moderado de cafeína é inócuo tanto para a mulher grávida como para o feto. Os resultados dos estudos sobre o consumo de cafeína e o tempo que decorre até concepção não apresentam provas sólidas de que o consumo de bebidas com cafeína reduzam a probabilidade de concepção. Dois estudos major dos EUA demonstraram que não existe correlação entre o consumo de cafeína e o desenvolvimento da gravidez ou possíveis malformações no feto. Além disso, recentes estudos não encontraram qualquer correlação entre a ingestão de cafeína e a ocorrência de aborto espontâneo ou crescimento anormal do feto. Contudo, ainda existem questões acerca de elevadas doses de cafeína e assim aconselha-se que as mulheres grávidas tenham alguma moderação (300mg por dia ou 3 a 4 chávenas de café instantâneo).
MITO: A cafeína tem efeitos adversos sobre a saúde das crianças
REALIDADE: Geralmente as crianças têm a mesma capacidade de processar a cafeína que os adultos. Estudos têm mostrado que os alimentos e bebidas que contêm cafeína, quando tomados com moderação, não apresentam efeitos sobre a hiperatividade ou problemas de concentração das crianças. No entanto, em crianças sensíveis, elevadas doses de cafeína podem causar efeitos temporários como a excitação, irritabilidade e ansiedade.
MITO: Existem efeitos não positivos da cafeína
REALIDADE: sabe-se que a cafeína aumenta os níveis de alerta e a capacidade de concentração. Uma chávena de café ou chá é muitas vezes recomendada para combater o sono, especialmente aos condutores que conduzem longas distâncias, e muitos indivíduos tomam a sua chávena de café após a refeição do almoço antes de voltar ao trabalho. Alguns estudos demonstraram que a cafeína também reforça a memória e o raciocínio lógico.
Em muitas bebidas ricas em cafeína, em especial o chá e mais recentemente o café e chocolate, têm sido encontrados antioxidantes. Estes apresentam benefícios para a saúde, especialmente para a saúde do coração e prevenção do cancro.
Investigações recentes sugerem que a cafeína pode ser usada no tratamento das reações alérgicas, devido à sua capacidade de reduzir a concentração de histaminas, que são substâncias que fazem com que o organismo reaja ao alérgeno. No entanto, muitos outros estudos são necessários antes de se retirarem conclusões.
A cafeína, desde há algum tempo, que também é considerada benéfica para quem sofre de asma.
Balanço final
Depois de décadas de investigações, a comunidade científica não documentou qualquer associação entre o consumo moderado de cafeína e riscos para a saúde. Usando o senso comum e a moderação, cada pessoa pode continuar a saborear chá, café e bebidas com conteúdo em cafeína.
O que é uma ingestão “moderada” de cafeína
Um consumo moderado de cafeína para um adulto é cerca de 300mg por dia. Para o ajudar a calcular o que isto significa, a seguir apresentamos as fontes mais comuns de cafeína e o seu conteúdo.

Dose média por porção
Café instantâneo
75mg em 190ml
Café
85mg em 190ml
Chá
50mg em 190ml
Bebidas energéticas (com cafeína ou guaraná adicionado)
28-87mg em 250ml
Bebidas com cola (normal ou light)
8- 53 mg em 250ml
Alguns refrigerantes
24mg em 250ml
Chocolate
5.5 - 35.5 mg em 50g

Referências

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