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1.28.2014

Caminhão derruba passarela no Rio: 4 mortos

Táxi foi esmagado por passarela derrubada por caminhão na Linha Amarela Foto: Reprodução GloboNews / G1 

Testemunhas relatam o acidente na Linha Amarela

Os moradores da região reclamam das condições estruturais da passarela, que consideram muito frágil, e lembram que, recentemente, durante a construção de um supermercado, uma viga esbarrou na estrutura e deslocou a passarela

AE e Terra

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Moradores de comunidades à beira da Linha Amarela, na zona norte, testemunharam, hoje (28), o acidente que provocou o desabamento de uma passarela e esmagou carros. Pelo menos quatro pessoas morreram e seis ficaram feridas.

Residente na Comunidade Cardim, Luís Felipe Silva de Lima, acordou com o estrondo. Ele correu para verificar o ocorrido e se deparou com uma vítima que caiu da passarela e foi parar no valão. Ele conta que os moradores rapidamente providenciaram uma corda para tirar a pessoa dos escombros. "Quando cheguei para ver perto do rio, tinha um cara lá, com a cabeça dentro da água, tentando tirar, mas passou pelo menos uns cinco minutos submerso. Descemos com uma corda, rasgamos a mão toda, e botamos ele em cima de uma pilastra dos escombros, mas como o resgate não chegava ele não resistiu. A gente não sabia mais o que fazer", contou.

A preocupação dele é com o tráfego intenso entre as comunidades dos dois lados da pista, da Favela do Rato - ou Águia de Ouro - e Cardim. "Se fosse durante o período de escola, teria muito mais vítima entre os mortos", reforçou Luís Felipe.

O gari Ricardo Guilherme dos Santos também foi um dos primeiros a chegar ao local. "Estava no posto e, primeiro, ouvi o estrondo. Achei que uma casa tinha desabado, quando vi que não era isso, a gente correu para a beira da pista, arrebentou os painéis - que separam a pista da comunidade - e vimos a gravidade do acidente. Tentamos acalmar os sobreviventes dentro do carro", disse. Segundo ele, no banco de carona de um dos carros, uma passageira estava parcialmente consciente.

Na tentativa de apressar o socorro, Patricia Rodrigues, dona de uma venda próxima da pista, ligou imediatamente para os bombeiros para alertar sobre o desabamento e informar sobre as vítimas. Para ela, o socorro demorou. "Ninguém da Lansa (concessionária que administra a via) estava no local", disse. Nós fomos os primeiros a chegar e ligar para o socorro", completou. Segundo as testemunhas ouvidas pela Agência Brasil, o acidente ocorreu por volta das 9h.

"Tem um [batalhão do] Corpo de Bombeiros no Méier, muito perto, mas acho que pelos reflexos do trânsito, eles não conseguiram chegar. O pessoal ficou com as vítimas, tentando tirar as pessoas do valão e verificar se os demais, dentro dos carros, estavam vivos. Era uma situação de guerra, com fumaça e escombros", relatou Patrícia.

Os moradores reclamam das condições estruturais da passarela, que consideram muito frágil, e lembram que, recentemente, durante a construção de um supermercado, uma viga esbarrou na estrutura e deslocou a passarela. "Tinha que ser mais forte, ter uma sustentação para não desabar inteira. Se cair, cair pelo menos uma parte - de um lado da via - e não toda. Era previsível”, disse Patrícia.

Para quem mora na região, a Lansa também teve participação no acidente, porque demorou a enviar o socorro e não alertou o motorista do caminhão que, segundo eles, trafegava em alta velocidade com a caçamba suspensa. "Eles estava em alta velocidade, com a caçamba elevada por vários quilômetros", ressaltou Maurício Francisco, representante da associação de moradores. A associação alega ter um vídeo, feito por um motociclista, do caminhão com a caçamba suspensa desde o pedágio, até uma passarela, um trecho equivalente a dois quilômetros.

O prefeito Eduardo Paes destacou que a prioridade é o resgate e o atendimento das vítimas. “Especula-se que a caçamba tenha se levantado sem o motorista saber”,disse. Perguntado sobre a procedência do caminhão, se prestava ou não a serviço da prefeitura, Paes não soube informar, mas a assessoria de imprensa divulgou que o caminhão não estava a serviço do órgão.
Equipes de resgate ainda trabalham no local e removem, neste momento, os restos do caminhão, por meio de um guincho.

Empresa dona de caminhão dará assistência às vítimas

A empresa Arco da Aliança Comércio e Serviços Ltda., proprietária do caminhão que colidiu contra uma passarela de pedestres na Linha Amarela nesta terça-feira, 28, no Rio, divulgou nota prometendo prestar assistência aos familiares das vítimas e ao seu funcionário "independente da conclusão das investigações sobre as possíveis causas do acidente".

Eis a íntegra da nota:

"A EMPRESA ARCO DA ALIANÇA COM. E SERVIÇOS LTDA, se manifesta com pesar aos familiares das vítimas, se consternando com os acontecimentos que foram noticiados neste dia 28/01/14. A Empresa irá prestar toda solidariedade e assistência aos familiares das vítimas e ao seu funcionário, independente, da conclusão das investigações sobre as possíveis causas do acidente. A Empresa esclarece que é legalmente constituída, licenciada e estabelecida no ramo desde 26 de fevereiro de 2007. Por fim, emite esta nota através de seu departamento jurídico"

O coordenador do Centro de Operações da Prefeitura do Rio, Pedro Junqueira, disse que o caminhão que se chocou contra uma passarela na Linha Amarela não estava à serviço da administração municipal. Segundo ele, o veículo era cadastrado na prefeitura para fazer serviços de remoção de entulho. O veículo possui um adesivo na porta da cabine que diz "à serviço da Prefeitura". Outro adesivo é do nome da empresa: Arco da Aliança. A reportagem ainda não conseguiu contato com a empresa.

Chega a 6 número de feridos

Subiu para seis o número de feridos no acidente envolvendo a queda de uma passarela de pedestres na Linha Amarela, zona norte do Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira, 28.

Os feridos foram identificados pelo Corpo de Bombeiros. Jairo Zenaide, de 44 anos, foi levado para o Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte do Rio. Ele sofreu traumatismo craniano e fratura na coluna.

Luis Fernando Costa, de 30 anos, motorista do caminhão que colidiu contra a passarela, foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, zona oeste. Está lúcido e passa bem.

Já Luis Carlos Magalhães, de 60 anos, estava no banco de trás do Palio prata que foi completamente amassado pela passarela. Sofreu traumatismo craniano e está em estado grave. Foi socorrido para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, zona norte.

Glaucia de Andrade foi transferida de helicóptero para o Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Liliane Souza Rangel está no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Ainda não há informações sobre o estado de saúde das duas.
Um homem identificado como Nelio Rodrigues dirigia um Marea que passava na hora do acidente e também ficou ferido. Ainda não se sabe para qual hospital foi levado.

O secretário municipal de Conservação, Marcos Belchior, disse que a empresa Arco da Aliança não presta qualquer serviço para a Prefeitura. O caminhão que colidiu contra a passarela possuía um adesivo com o nome da empresa e outro que dizia "à serviço da Prefeitura". "A empresa não presta qualquer serviço para a prefeitura. O que ocorre é que a prefeitura credencia algumas empresas que retiram caçambas de lixo".

O site da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) lista dezenas de empresas credenciadas para o serviço. A Arco da Aliança Comércio e Serviços Ltda. consta da relação.

Inquérito

A Polícia Civil do Rio informou que foi instaurado inquérito na 44.ª DP, em Inhaúma, para "apurar as circunstâncias" do acidente. O delegado Fábio Asty esteve no Hospital Municipal Lourenço Jorge para ouvir o motorista do caminhão. Testemunhas estão sendo chamadas para prestar depoimento e as câmeras de circuito de segurança da Linha Amarela foram solicitadas. O delegado aguarda a liberação médica das vítimas sobreviventes para que sejam ouvidas. Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) estão no local para realizar a perícia.

Linha Amarela deve continuar interditada até as 18h
Continuam agora à tarde os trabalhos de desobstrução do trecho da via expressa Linha Amarela, no Rio de Janeiro, onde uma passarela desabou sobre carros na manhã de hoje (28). O acidente, causado por uma caminhão-caçamba que arrastou a estrutura e a derrubou, deixou quatro mortos e seis feridos – dois em estado grave. Técnicos do Corpo de Bombeiros esperam liberar o acesso da via até as 18h para evitar caos no trânsito no período de maior movimentação de veículos, visto que a Linha Amarela é a principal ligação da zona oeste com a zona norte e o centro da cidade.

Para retirar os escombros, estão sendo usados dois guinchos. A estratégia agora é cortar o que restou da passarela ao meio para facilitar a retirada das vigas de ferro.

De acordo com o prefeito Eduardo Paes, que esteve no local, “especula-se que o caminhão trafegava com a caçamba levantada”, o que acabou arrastando a passarela. O caminhão-caçamba trafegava fora do horário permitido e, segundo testemunhas, estava em alta velocidade, tendo cruzado um trecho de dois quilômetros com a caçamba erguida, sem ser notificado pela Lansa, concessionária que administra a pista.
 
Tragédia na Linha Amarela deixou pelo menos 4 mortos Caminhão derrubou passarela de pedestres, que caiu sobre carros. Bombeiros resgatam feridos com helicópteros. As duas pistas da via, uma das mais importantes do Rio, estão fechadas
Caminhão que derrubou passarela estava circulando em horário proibido Acidente foi pouco depois das 9h. Tráfego de veículos pesados na via só é permitido entre 10h e 17h

Fotogaleria: o acidente na Linha Amarela Veja as imagens no local da tragédia

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