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1.01.2014

Câncer de ex-presidente Luis Inácio (Lula) da Silva elevou buscas na internet por parar de fumar

 Mariana Martins/Folhapress
DÉBORA MISMETTI
O câncer Estadual de San Diego, nos EUA, analisaram, por meio do Google, o número de reportagens sobre parar de fumar publicadas em português nas semanas seguintes ao anúncio da doença do ex-presidente e também as buscas feitas no site com a expressão "parar de fumar".
As reportagens sobre cessação do tabagismo foram 163% mais frequentes do que o esperado para o período na semana seguinte à divulgação do diagnóstico e voltaram aos patamares normais na segunda semana.
Já as buscas por como parar de fumar no Google aumentaram e se mantiveram em níveis altos nas semanas seguintes: 1,1 milhão de buscas a mais que o normal foram realizadas no mês após o anúncio do diagnóstico.
Só na segunda semana após a divulgação de que o ex-presidente tinha a doença, as pesquisas por esse tema foram 153% mais frequentes do que em períodos similares em anos anteriores.
De acordo com a análise, o câncer de Lula teve um impacto maior nessas buscas do que o Dia Mundial sem Tabaco e o Ano-Novo, datas que costumam concentrar o interesse pelo tema.
Os autores lembram que já se sabe que casos de celebridades com câncer levam a um aumento na busca por exames de rastreamento.
O fenômeno foi documentado em casos como o da cantora australiana Kylie Minogue. Um estudo de 2005 mostrou que após ela ter tornado público seu câncer de mama, a procura por mamografias cresceu 40% na Austrália.
No Brasil, médicos relataram aumento na procura por testes genéticos e mastectomia preventiva após a atriz Angelina Jolie ter revelado, em maio de 2013, que havia retirado as mamas por ter alto risco de tumores.
A novidade agora foi a detecção do estímulo a um comportamento que pode ajudar a prevenir a doença. O cigarro é um dos fatores de risco para o câncer de laringe, assim como o álcool e a infecção pelo HPV.
No entanto, o estudo não procurou detectar o efeito dessas buscas na prática: não se sabe quantas pessoas realmente deixaram de fumar por conta do câncer de Lula.
Para o cirurgião oncologista Luiz Paulo Kowalski, especialista em tumores de cabeça pescoço no A.C. Camargo Cancer Center, as pessoas tendem a se identificar mais com o problema quando há uma celebridade falando.
"Para algumas cai a ficha: se uma pessoa conhecida teve, também posso ter."
Kowalski diz que, depois do diagnóstico de Lula, o número de pacientes que o procuraram para checar se sintomas como rouquidão poderiam ser câncer aumentou.
Para ele, o importante é ensinar que é preciso procurar um médico em caso de sintomas persistentes, que durem mais do que 15 dias.

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