'Carioca não vai sentir a menor saudade da Perimetral', diz Paes
- Elevado teve mais um trecho fechado de vez na noite deste sábado
- Após interdição total do viaduto, trânsito no Centro sofre mudanças
- Pedestres e motoristas criticam mudanças e se dizem desorientados
Barbara Marcolini
Isabel de Araújo
RIO — O prefeito Eduardo Paes disse, neste domingo, que o carioca não
vai sentir falta do Elevado da Perimetral. O viaduto teve o último
trecho fechado definitivamente na noite deste sábado. Ao lado o
secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, Paes
caminhou pelo elevado e fez um balanço da interdição, que provocou
mudanças no trânsito do Centro e da Lapa. O prefeito fotografou
monumentos históricos que ficam na região e destacou que agora eles vão
ganhar destaque na paisagem:
— O carioca não vai sentir a menor saudade da Perimetral. Ela impede a ligação da cidade com o mar. Todos devem se preparar para dias de trânsito complicado, mas para que haja este resgate histórico é necessário passar por esta etapa de transtornos.
Por conta dos reflexos provocados pela interdição o prefeito reiterou o pedido para que os motoristas deixem os veículos em casa:
— Haverá uma redução de vagas no Centro do Rio, então, o ideal é vir sem carro para esta região da cidade. O meu pedido é: priorizem o transporte público ou a carona solidária.
Segundo o Centro de Operações da prefeitura do Rio, agentes da CET-Rio concluíram a operação para mudar o trânsito em ruas do Centro e da Lapa por volta de 9h30m. A Rua Uruguaiana passou a operar com a mão invertida, entre Rua Acre e Rua Buenos Aires. Já a Avenida Marechal Floriano trabalha em regime de mão dupla em toda sua extensão. A Avenida República do Paraguai teve as duas pistas com tráfego no sentido Lapa. A Rua Teixeira de Freitas, entre Avenida República do Paraguai e Avenida Augusto Severo, passou a funcionar no sentido Beira-Mar. As ruas do Passeio, no trecho entre a Luiz de Vasconcelos e Teixeira de Freitas, e Mestre Valentim, entre Teixeira de Freitas e Luiz de Vasconcelos, tiveram a mão invertida. Apesar das mudanças, o trânsito é bom na região.
Por conta das novas mudanças, o Centro do Rio perderá mil vagas de estacionamento, o que, segundo a prefeitura, corresponde a menos 2.500 carros circulando na região. Mesmo assim, Paes acredita que esta segunda etapa da interdição trará mais impactos ao trânsito da cidade:
— Apesar de na primeira etapa terem sido impactados um maior número de veículos, as mudanças foram mais simples. Esta etapa é mais complexa e com maior número de alterações no trânsito. Todos devem ficar atentos às mudanças no trânsito e no itinerário dos ônibus. Para facilitar esse processo, 800 agentes de trânsito estarão nesta região da cidade.
O secretário municipal de Transportes também alerta para os possíveis transtornos no trânsito.
— Provavelmente, amanhã (segunda-feira) será um dia complicado para o trânsito. Os congestionamentos serão inevitáveis. Nos primeiros dias de mudança, o cenário é sempre pior. Mas teremos que lidar com transtornos até 2016, prazo para o fim da obra.
Pedestres e motoristas ficam perdidos
Na avaliação de pedestres e motoristas que circulavam na Lapa, na manhã deste domingo, está difícil encontrar o rumo no meio de tantas alterações feitas no sentido de ruas, bloqueios com cones e mudanças de itinerário de ônibus. Agentes da CET-Rio ainda estavam instalando algumas placas, situação criticada pelos moradores da região.
— Estou perdida. Tento ir da Lapa para a Barra e até agora não sei onde está o meu ponto. Costumava pegar o ônibus na Carioca, mas desativaram o ponto lá. Os agentes me indicaram vir para a Rua Teixeira de Freitas, mas ainda não sei onde o ônibus faz a parada. Agora vou pegar qualquer condução para Copacabana . De lá acho mais fácil me guiar — reclamou administradora Sonia White, moradora da Lapa
Moradora da Rua do Riachuelo, a esteticista Suzete Barbosa teme que as intervenções no trânsito provoquem ainda mais congestionamentos no seu caminho para casa.
— O trânsito na região central do Rio já é caótico. Agora colocaram cones para todos os lados e inverteram o estudo de diversas ruas. O problema é que os motoristas estão sendo pegos de surpresa e isso vai dar um nó no transito — reclamou a esteticista.
O secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, justificou que os agentes estão trabalhando para instalar todas as placas e alterar os abrigos dos ônibus de lugar. Segundo ele, na segunda-feira os pontos de ônibus estarão mais bem sinalizados.
Também neste domingo, a prefeitura deu início à campanha “Nosso Caminho”, para conscientizar pedestres sobre a importância do uso das passarelas e da travessia segura nas faixas de pedestres, além do respeito à sinalização de trânsito. A ação é feita em parceria entre a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), CET-Rio, a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp) e a Concessionária Porto Novo. A iniciativa será focada na Região Portuária e no Centro, em áreas onde estão previstas intervenções viárias em função da nova etapa de remoção da Perimetral. Quarenta agentes vão orientar a população e distribuir panfletos nas avenidas República do Paraguai e Marechal Floriano e nas ruas do Passeio, Uruguaiana e Teixeira de Freitas.
Mais alterações no Centro esta semana
Para reduzir o impacto do trânsito na região com a interdição total da Perimetral, o trânsito no Centro sofrerá outras alterações nos próximos dias. No sábado, dia 1º de fevereiro, a Avenida Rio Branco, no trecho compreendido entre Avenida Presidente Vargas e Praça Mauá, vai operar no sentido Praça Mauá. Já a partir do dia 8, a mesma avenida passará a ter mão dupla, exclusivamente para ônibus e táxis, quando serão abertas duas faixas em direção à Candelária e três no sentido Aterro do Flamengo. Os veículos de passeio não poderão mais circular pela Avenida Rio Branco. No mesmo dia, será interditado o Mergulhão da Praça Quinze.
O Elevado da Perimetral saiu definitivamente da rota dos motoristas na noite deste sábado. O único trecho que ainda estava em operação, entre a Avenida General Justo (Aterro do Flamengo) e a Praça Mauá, foi interditado às 22h. O elevado teve sua primeira interdição no dia 2 de novembro do ano passado, quando a prefeitura começou a demolir um trecho nas proximidades da Rua Silvino Montenegro, na Gamboa. Era a preparação para a implosão do viaduto, que ocorreu no dia 17 seguinte.
Para dar vazão ao tráfego que fluía pelo elevado, a região ganhou uma nova via, a Binário do Porto. Também está sendo construída a Via Expressa, que substituirá a Perimetral, com 5.050 metros, três faixas em cada sentido e o maior túnel urbano do Brasil, com 3.450 metros. Como as obras de infraestrutura da Zona Portuária só devem ser concluídas em 2016, a prefeitura tem feito apelos para que os cariocas evitem usar o carro e deem preferência ao transporte público, como ônibus, barcas e trens.
— O carioca não vai sentir a menor saudade da Perimetral. Ela impede a ligação da cidade com o mar. Todos devem se preparar para dias de trânsito complicado, mas para que haja este resgate histórico é necessário passar por esta etapa de transtornos.
Por conta dos reflexos provocados pela interdição o prefeito reiterou o pedido para que os motoristas deixem os veículos em casa:
— Haverá uma redução de vagas no Centro do Rio, então, o ideal é vir sem carro para esta região da cidade. O meu pedido é: priorizem o transporte público ou a carona solidária.
Segundo o Centro de Operações da prefeitura do Rio, agentes da CET-Rio concluíram a operação para mudar o trânsito em ruas do Centro e da Lapa por volta de 9h30m. A Rua Uruguaiana passou a operar com a mão invertida, entre Rua Acre e Rua Buenos Aires. Já a Avenida Marechal Floriano trabalha em regime de mão dupla em toda sua extensão. A Avenida República do Paraguai teve as duas pistas com tráfego no sentido Lapa. A Rua Teixeira de Freitas, entre Avenida República do Paraguai e Avenida Augusto Severo, passou a funcionar no sentido Beira-Mar. As ruas do Passeio, no trecho entre a Luiz de Vasconcelos e Teixeira de Freitas, e Mestre Valentim, entre Teixeira de Freitas e Luiz de Vasconcelos, tiveram a mão invertida. Apesar das mudanças, o trânsito é bom na região.
Por conta das novas mudanças, o Centro do Rio perderá mil vagas de estacionamento, o que, segundo a prefeitura, corresponde a menos 2.500 carros circulando na região. Mesmo assim, Paes acredita que esta segunda etapa da interdição trará mais impactos ao trânsito da cidade:
— Apesar de na primeira etapa terem sido impactados um maior número de veículos, as mudanças foram mais simples. Esta etapa é mais complexa e com maior número de alterações no trânsito. Todos devem ficar atentos às mudanças no trânsito e no itinerário dos ônibus. Para facilitar esse processo, 800 agentes de trânsito estarão nesta região da cidade.
O secretário municipal de Transportes também alerta para os possíveis transtornos no trânsito.
— Provavelmente, amanhã (segunda-feira) será um dia complicado para o trânsito. Os congestionamentos serão inevitáveis. Nos primeiros dias de mudança, o cenário é sempre pior. Mas teremos que lidar com transtornos até 2016, prazo para o fim da obra.
Pedestres e motoristas ficam perdidos
Na avaliação de pedestres e motoristas que circulavam na Lapa, na manhã deste domingo, está difícil encontrar o rumo no meio de tantas alterações feitas no sentido de ruas, bloqueios com cones e mudanças de itinerário de ônibus. Agentes da CET-Rio ainda estavam instalando algumas placas, situação criticada pelos moradores da região.
— Estou perdida. Tento ir da Lapa para a Barra e até agora não sei onde está o meu ponto. Costumava pegar o ônibus na Carioca, mas desativaram o ponto lá. Os agentes me indicaram vir para a Rua Teixeira de Freitas, mas ainda não sei onde o ônibus faz a parada. Agora vou pegar qualquer condução para Copacabana . De lá acho mais fácil me guiar — reclamou administradora Sonia White, moradora da Lapa
Moradora da Rua do Riachuelo, a esteticista Suzete Barbosa teme que as intervenções no trânsito provoquem ainda mais congestionamentos no seu caminho para casa.
— O trânsito na região central do Rio já é caótico. Agora colocaram cones para todos os lados e inverteram o estudo de diversas ruas. O problema é que os motoristas estão sendo pegos de surpresa e isso vai dar um nó no transito — reclamou a esteticista.
O secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, justificou que os agentes estão trabalhando para instalar todas as placas e alterar os abrigos dos ônibus de lugar. Segundo ele, na segunda-feira os pontos de ônibus estarão mais bem sinalizados.
Também neste domingo, a prefeitura deu início à campanha “Nosso Caminho”, para conscientizar pedestres sobre a importância do uso das passarelas e da travessia segura nas faixas de pedestres, além do respeito à sinalização de trânsito. A ação é feita em parceria entre a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), CET-Rio, a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp) e a Concessionária Porto Novo. A iniciativa será focada na Região Portuária e no Centro, em áreas onde estão previstas intervenções viárias em função da nova etapa de remoção da Perimetral. Quarenta agentes vão orientar a população e distribuir panfletos nas avenidas República do Paraguai e Marechal Floriano e nas ruas do Passeio, Uruguaiana e Teixeira de Freitas.
Mais alterações no Centro esta semana
Para reduzir o impacto do trânsito na região com a interdição total da Perimetral, o trânsito no Centro sofrerá outras alterações nos próximos dias. No sábado, dia 1º de fevereiro, a Avenida Rio Branco, no trecho compreendido entre Avenida Presidente Vargas e Praça Mauá, vai operar no sentido Praça Mauá. Já a partir do dia 8, a mesma avenida passará a ter mão dupla, exclusivamente para ônibus e táxis, quando serão abertas duas faixas em direção à Candelária e três no sentido Aterro do Flamengo. Os veículos de passeio não poderão mais circular pela Avenida Rio Branco. No mesmo dia, será interditado o Mergulhão da Praça Quinze.
O Elevado da Perimetral saiu definitivamente da rota dos motoristas na noite deste sábado. O único trecho que ainda estava em operação, entre a Avenida General Justo (Aterro do Flamengo) e a Praça Mauá, foi interditado às 22h. O elevado teve sua primeira interdição no dia 2 de novembro do ano passado, quando a prefeitura começou a demolir um trecho nas proximidades da Rua Silvino Montenegro, na Gamboa. Era a preparação para a implosão do viaduto, que ocorreu no dia 17 seguinte.
Para dar vazão ao tráfego que fluía pelo elevado, a região ganhou uma nova via, a Binário do Porto. Também está sendo construída a Via Expressa, que substituirá a Perimetral, com 5.050 metros, três faixas em cada sentido e o maior túnel urbano do Brasil, com 3.450 metros. Como as obras de infraestrutura da Zona Portuária só devem ser concluídas em 2016, a prefeitura tem feito apelos para que os cariocas evitem usar o carro e deem preferência ao transporte público, como ônibus, barcas e trens.
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