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1.01.2014

Número de plásticas aumenta no fim do ano devido a 13º salário e recesso

Demanda costuma aumentar de 20% a 30%, segundo cirurgiões.
Benefício ajuda a pagar entrada ou gastos com o pós-operatório.

Mariana Lenharo Do G1, em São Paulo
A coordenadora de moda Thais Passos Caballero aproveitou o 13º para cobrir os gastos no pós-operatório. (Foto: Thais Caballero/Arquivo Pessoal) 
A coordenadora de moda Thais Caballero
aproveitou o 13º para cobrir gastos do
pós-operatório.
(Foto: Thais Caballero/Arquivo Pessoal)
A demanda por cirurgias plásticas em dezembro e janeiro costuma aumentar de 20% a 30%, segundo o relato de cirurgiões ouvidos pelo G1. Eles contam que, além do recesso de fim de ano, outro motivo que leva as pessoas a optarem por essa época é o dinheiro extra do 13º salário, que ajuda a pagar o procedimento ou os gastos no pós-operatório.
O cirurgião Marcelo Olivan, médico da Disciplina de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina da USP, conta que tem observado esse aumento nos últimos quatro anos. “Elas comentam que o motivo de escolher essa época é não só pela possibilidade de férias coletivas, mas também porque aproveitam o 13º salário para complementar alguma economia que já tinham”, diz o especialista sobre suas pacientes. Segundo Olivan, quem opta por usar o 13º na cirurgia plástica geralmente pensa no investimento como “um presente para si próprio”.
Levantamento feito pela fabricante de próteses de silicone Silimed mostra que já em novembro deste ano houve um aumento de 8% nas vendas de próteses em relação aos meses anteriores. Na primeira quinzena de dezembro, esse aumento foi de 20%.
Para o cirurgião Laércio Guerra Garcia, diretor da Clínica Ephesus, esse movimento de aproveitar o 13º salário para pagar a cirurgia plástica tem a ver com o fato de que o procedimento tornou-se financeiramente mais acessível.
Se antes a plástica era feita principalmente por quem já tinha uma reserva para fazer o pagamento à vista, hoje as possibilidades de pagamento são mais flexíveis.   “A cirurgia plástica não é mais somente da elite. As pessoas se programam, fazem uma reserva, planejam o parcelamento e conseguem pagar”, diz Garcia. Ele nota um movimento de 20% a 30% maior em sua clínica nessa época do ano.
O Centro Nacional de Cirurgia Plástica, empresa que presta serviços administrativos e financeiros voltados à obtenção de crédito para a realização da cirurgia plástica, também relata um aumento de 30% na demanda em dezembro e janeiro. Segundo Arnaldo Korn, diretor da instituição, as pessoas costumam usar o 13º para dar entrada no valor total da cirurgia.
Gastos no pós-operatório
A coordenadora de moda Thais Passos Caballero, de 26 anos, resolveu colocar prótese nos seios e fazer lipoaspiração no início de dezembro já contando com o benefício do 13º. “O 13º me ajudou muito, principalmente no pós-operatório, em que se gasta muito com sessões de drenagem, remédios e cintas”, diz.

Ela conta que juntou as duas parcelas do 13º e também bonificações e uma premiação que recebeu no trabalho. “Isso também me ajudou a dar uma entrada maior, o que foi bom para negociar o valor total da cirurgia.” Thais resolveu fazer os procedimentos porque queria cuidar melhor de si mesma. “Sempre quis colocar silicone, mas como sempre estudei, tinha outros focos, como fazer cursos e viajar. Agora resolvi focar um pouco em mim porque percebi que estava sempre me deixando em segundo plano.”
Para o cirurgião Alexandre Barbosa, diretor da Clínica de Cirurgia Plástica de São Paulo, atualmente as pessoas estão mais preocupadas com seu próprio bem estar, o que reflete no aumento da demanda por cirurgias plásticas. “As pessoas juntam dinheiro e priorizam suas vontades. Não é só a busca pelo corpo perfeito, e sim pela melhora na qualidade de vida. Isso mexe muito com a autoestima das pessoas, por isso elas estão priorizando as cirurgias.”
Calor x Frio
Segundo o cirurgião Carlos Komatsu, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC), não há nenhuma contraindicação em fazer cirurgias plásticas no alto verão: a impressão de que a cicatrização pode ser prejudicada em climas quentes não procede. “Isso é um mito, o processo de cicatrização é exatamente igual no calor ou no frio”, diz Komatsu.

A diferença é que quem é operado no verão não pode tomar sol, ir para a praia ou para a piscina. “Em relação ao uso das cintas, no verão pode ser um pouco mais desconfortável. Mas em termos de recuperação, não vai haver nenhum prejuízo”, afirma.
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