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3.31.2014

Aos torturados e perseguidos : Dilma homenageia os que "morreram e desapareceram" no regime militar




A presidenta Dilma Rousseff defendeu nesta segunda-feira (31) aqueles que "morreram e desapareceram" na luta contra o regime e também "pactos" conseguidos por meio de negociações com o governo autoritário da época, em uma referência aos 50 anos do golpe militar. 

Presidenta Dilma participou no Palácio do Planalto da assinatura de contrato para execução das obras da segunda ponte do rio Guaíba, em Porto Alegre. Em cerimônia fechada a jornalistas, defendeu a liberdade de imprensa e as eleições diretas e homenageou os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva - ambos perseguidos políticos na época do regime militar. 

"Cinquenta anos atrás, na noite de hoje, o Brasil deixou de ser um país de instituições ativas, independentes e democráticas. Por 21 anos, nossas instituições, nossa liberdade, nossos sonhos foram cassados", disse a presidente. 

"Nós conquistamos a democracia à nossa maneira, por meio de lutas e sacrifícios humanos irreparáveis, mas também por meio de pactos políticos", disse em seu discurso. "Assim como respeito e valorizo [quem lutou pela democracia] enfrentando a truculência do Estado - e nunca deixarei de enaltecer -, também reconheço e valorizo os pactos políticos que levaram à democratização", disse. 

"Aprendemos o valor da liberdade, o valor de um Legislativo e de um Judiciário independentes. O valor da liberdade de imprensa, o valor de eleger no voto direto e secreto (...), de eleger um exilado, um líder sindical que foi preso várias vezes e uma mulher também que foi prisioneira. Aprendemos o valor de ir às ruas", continuou. 

Segundo Dilma, "aqui no Brasil não houve um processo de abafamento desse processo". "Embora nós saibamos que o regime de exceção sobrevivem sempre pela interdição da verdade, da transparência, nós temos o direito de esperar que, sob a democracia, se mantenha a transparência, se mantenha também o acesso e a garantia de verdade, a memória e da história." 

"Devemos isso a todos os que morreram e desaparecem. Devemos aos torturados e aos perseguidos, devemos a suas famílias, devemos a todos os brasileiros." 

"Como eu disse, neste palácio, repito há quase dois anos atrás quando instalamos a Comissão da Verdade: se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulo, nunca, nunca pode existir uma história sem voz. E quem dá voz à história são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la", completou a presidenta.

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