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3.27.2014

CPI da Petrobras poderá ser ampliada com o escândalo dos trens superfaturados em São Paulo no governo Tucano


PT reage à CPI da Petrobras com ameaça de investigar governos do PSDB e PSB

  • Gleisi Hoffmann e Vicentinho anunciam que vão propor inclusão no escopo da CPI caso Alstom e operações no Porto de Suape
BRASÍLIA - Em uma reação  à criação da CPI da Petrobras, representantes do partido dos trabalhadores na Câmara e no Senado anunciaram nesta quinta-feira que irão tentar incluir investigações que afetem diretamente governos tucanos e do PSB, que envolvem os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE). O líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP) e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) anunciaram à imprensa na tarde desta quinta-feira que irão propor a parlamentares inclusão, como adendo à CPI já protocolada, de investigações sobre o cartel de trens e fraude em licitações em contratos firmados com o metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), de governos tucanos de São Paulo.
— Se eu tiver um fator determinado que envolva recursos federais, eu posso tentar ampliar o objeto da investigação da CPI. Eu tive muito cuidado ontem em dizer no plenário ao senador Aécio que nós nunca tratamos desse caso aqui no Congresso Nacional, nunca trouxe isso porque sempre avaliei que esse é um tema técnico que tem que ser analisado pelo Ministério Público, Tribunal de Contas, como eu acho que também tem que ser da Petrobras. Eles estão politizando, aproveitando um momento político-eleitoral para trazer uma CPI e para fazer a discussão. Ora, tem que ter coerência, se eu sugiro uma investigação política para algo que já tem uma investigação técnica, porque é que eu sugiro só para o outro? — questionou a senadora.
— O que eu cobrei do senador Aécio Neves, que não foi deputado estadual e não é deputado estadual, é a coerência como presidente nacional do seu partido, como alguém que quer liderar um processo político e vai disputar a presidência da República: qual é a orientação que ele dá ao seu partido, ao seu governador em São Paulo, à sua base sobre esta investigação. Penso que tem que ter coerência – completou Gleisi.
A senadora afirmou que, nesse momento, não está trabalhando com a hipótese de uma nova CPI. Gleisi irá consultar sua equipe técnica e com a base aliada para discutir o tema.
Já o líder do PT disse que se o adendo não for aceito pelos que propuseram a CPI da Petrobras, irá discutir com sua bancada, na próxima semana, a apresentação de uma CPI neste sentido. Além de mirar as denúncias envolvendo os governos tucanos de São Paulo, sem explicitar o motivo, Vicentinho avisou que o adendo poderá poderá incluir investigações relacionadas ao Porto de Suape, em Pernambuco, e na Companhia de Energia de Minas Gerais.
— Nossa proposta é passar o Brasil à limpo. Vamos propor a inclusão de um adendo nesta CPI da Petrobras. Se não aceitarem, vou propor que minha bancada apresente uma CPI mista para investigar o caso Alston, Suape, Cemig e outros. O nosso partido tentou fazer uma CPI em São Paulo e o governo de lá nunca deixou investigar. Se abre uma CPI com fato concreto de um erro administrativo, por que não abrir com outro que tem mais do que corrupção comprovada? — avisou o líder, acrescentando:
— Queremos uma CPI que apure todos os fatos. Não podemos ficar calados diante de uma CPI que tem caráter eleitoreiro. Consideramos uma CPI parecida com a CPI do Fim do Mundo ( de 2006, que apurou o esquema do mensalão).

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