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3.11.2014

Policiais federais realizam paralisação de 72 horas em vários estados

Federação Nacional prevê que greve terá duração de três dias.
Funcionários pedem reestruturação da carreira com reajustes salariais.

Do G1, em São Paulo
Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal em vários estados do país fazem paralisação a partir desta terça-feira (11), de acordo com a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). A entidade afirma que a greve irá durar três dias. Na quarta-feira (12), está prevista pela entidade uma passeata dos servidores na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Os funcionários pedem a reestruturação da carreira com reajustes salariais, a contratação de novos servidores e criticam a indicação por "critérios políticos" de servidores sem experiência operacional para trabalhar no planejamento e coordenação da Copa 2014. A Fenapef quer a substituição desses profissionais por outros mais experientes na carreira.
"O governo congelou e sucateou a nossa carreira. Somente a nossa categoria sofre esse tratamento. Em 2000, o salário incial de um agente federal era um pouquinho maior do que o editor da Receita Federal. Atualmente, o nosso salário inicial equivale a metade da remuneração incial de um auditor da Receita", afirma o diretor de comunicação da Fenapef, Renato Deslandes.
Ele também afirma que faltam funcionários para os postos e que cada vez mais servidores estão abandonando a carreira. "A situação está calamitosa. Existem aeroportos do interior do país que não tem nenhum agente federal", diz. E a categoria também pede que não aconteçam mais indicações para cargos por critérios políticos. "A gente pede a meritocracia. Quem quer que chegue no topo, tem que ter demonstrado excelência e especialização", afirma Deslandes.
Procurada pelo G1, a Polícia Federal afirma que não irá se pronunciar sobre a greve. Já o Ministério do Planejamento, através de sua assessoria, afirma que nos dois últimos anos, a categoria não aceitou a proposta de reajuste de 15,8% e não fechou acordo com o governo. A pasta afirma que, neste momento, não há margem financeira e fiscal para fazer o reajuste pedido, pois causaria impacto na folha de pagamento. Mas ressalta que as negociações estão abertas.
Veja como está a situação nos estados:
Alagoas
No estado, todos os serviços da Polícia Federal estão paralisados, segundo o Sindicato dos Policiais Federais no Estado de Alagoas (Sinpofal). A paralisação está prevista para durar três dias a partir da terça-feira (11). O vice-presidente do Sinpofal, Flávio Moreno, explica que a falta de estrutura tem prejudicado ações como o combate ao tráfico de drogas.
Bahia
De acordo com Eduardo Marques, diretor do Sindicato dos Policiais Federais do Estado da Bahia (Sindipol-BA), a categoria ficará paralizada durante 72 horas e serão apresentadas novas reivindicações. 30% do efetivo atende às solicitações de emissão de passaportes, fiscalização de produtos químicos e prestação de serviços à empresas de segurança privada.
Distrito Federal
Policiais federais do Distrito Federal entraram nesta terça-feira (11) em uma greve de três dias durante mais uma mobilização nacional da categoria para pedir aumento salarial, reestruturação de carreira e novo concurso. Nesta paralisação, eles também protestam por “segurança pública padrão FIFA”, afirmando que há servidores sem experiência operacional indicados por critérios políticos para planejar e coordenar as ações durante a Copa do Mundo. Os policiais afirmam que o atendimento ao público, como a emissão de passaportes segue ocorrendo normalmente.
Minas Gerais
Cerca de 350 agentes, escrivães e papiloscopistas em Minas Gerais aderiram à paralisação, de acordo com o sindicato da categoria no estado. A entidade afirma que serviços de atendimento ao cidadão começam a funcionar com 30% do efetivo e o trabalho de investigação será afetado. De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado de Minas Gerais (Sinpef-MG), Rodrigo Porto, cerca de 100 trabalhadores de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Varginha, Montes Claros, Uberaba e Uberlândia embarcam à noite para Brasília, onde vão participar de manifestação nesta quarta-feira (12).
Paraná
De acordo com o Sindicato dos Policiais Federais (Sinpef-PR), cerca de 600 servidores estão mobilizados. Segundo o vice-presidente do Sinpef-PR, Alberto Domingos Jancke, não há comprometimento dos serviços prestados como emissão de passaportes e os horários agendados estão sendo respeitados. “Estamos tentando evitar causar transtornos para a população”, disse. Em Foz do Iguaçu, está sendo mantido o mínimo do efetivo nas pontes da Amizade e Tancredo Neves e na seção de passaporte. Nas delegacias de Cascavel e de Guaíra, o atendimento é normal.
Pernambuco
A paralisação em Pernambuco irá durar 3 dias, de acordo com o Sindicato dos Policiais Federais em Pernambuco (Sinpef-PE). O presidente da entidade, Marcelo Pires, afirma que os serviços essenciais, como o controle imigratório nos portos e aeroportos e o atendimento nos setores de passaporte não serão interrompidos, mas funcionarão com 30% do pessoal. Já a expedição de passaportes vai funcionar com exceções. “No caso de doenças e necessidades médicas, ou até mesmo proximidade da viagem, quem pediu o passaporte terá prioridade”, explica Pires. Em Caruaru, no Agreste pernambucano, estão previstos 30% do efetivo para atender os casos de urgência. De acordo com o presidente do Sinpef-PE, a emissão de registro de armas, o registro de produtos químicos, e a regularização de segurança particular não estão funcionando.
Rio Grande do Sul
Segundo o Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul (SINPEF/RS), a categoria reclama a redução dos investimentos na Polícia Federal, com consequente falta de condições de trabalho e de efetivo. Apenas os serviços operacionais, como investigações em campo, não funcionarão. As demais atividades ocorrem normalmente. Ainda de acordo com o sindicato, 80% do efetivo da categoria estará mobilizado.
Santa Catarina
No estado, apenas 30% do efetivo do estado continua em atividade. Segundo o Sindicato dos Policiais Federais no Estado de Santa Catarina (Sinpofesc), continuam em operação os serviços marítimo, em aeroportos, departamentos de estrangeiros e emissão de passaportes. Todas as outras atividades estão paralisadas.

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