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3.16.2014

Por que o bocejo é "contagioso"?

Cientistas constatam que bocejo é 'contagioso' em chimpanzés

Jovens primatas começam a bocejar se outro chimpanzé fizer o mesmo.
Descoberta foi feita por pesquisadores da Suécia.

Da France Presse
Imagem de arquivo mostra a chimpanzé Tammy, na época com um mês de vida, bocejando nos braços de um tratador (Foto: Arquivo/Anna Zieminski/AFP) 
Imagem de arquivo mostra a chimpanzé Tammy, na época com um mês de vida, bocejando nos braços de um tratador (Foto: Arquivo/Anna Zieminski/AFP)
Bocejar é tão contagioso entre as crianças como entre os jovens chimpanzés, de acordo com cientistas da Universidade de Lund (sul da Suécia).
A constatação foi feita quando pesquisadores observaram que um jovem chimpanzé órfão, com idade entre 5 e 8 anos, começou a bocejar ao ver o colega de brincadeiras fazer o mesmo. No entanto, os primatas parecem ser menos sensíveis ao contágio que o bocejo provoca no homem.
Aos quatro anos de idade, bocejar se torna contagioso no homem, em um sinal interpretado como capacidade de empatia. Entre os humanos, o ato seria contagioso entre pessoas próximas, o que não parece ser o caso quando as pessoas não se conhecem.
Estudos anteriores já tinham demonstrado que os cães podem bocejar por contágio depois de seus donos, mas não com pessoas estranhas. Mas esse caso não acontece com os chimpanzés, segundo experiências recentes.
"É provável que os chimpanzés mais jovens passem da empatia generalizada comum a todos os indivíduos a uma muito mais específica quando se tornam adultos", explicou a cientista Elainie Madsen.
O estudo foi realizado no refúgio dos chimpanzés em Tacugama, em Serra Leoa, e se baseia no comportamento de 33 órfãos de 13 meses a oito anos.
Quando vemos uma pessoa bocejando, o resultado é praticamente certo: já começamos a abrir a boca para fazer o mesmo - assim como a pessoa ao lado, e a outra, e a outra... Mas por que ao ver alguém bocejar acabamos repetindo o ato?
Segundo o fisiologista Raúl Santo de Oliveira, da Universidade Federal Paulista (Unifesp), há muitas teorias sobre o motivo de bocejarmos e sobre o porquê de ele ser "contagioso". Uma das mais aceitas indica que o bocejo é uma ação involuntária que o corpo faz para despertar, entrar em alerta. De acordo com Oliveira, a ação faz com que captemos mais oxigênio, o que aumenta a frequência cardíaca.
Mas por que bocejamos à noite, antes de dormir? Porque estamos lutando contra o sono e tentamos ficar acordados, explica o especialista.
E por que ele é "contagioso"? Oliveira explica que uma teoria, bem aceita, diz que a culpa é dos neurônios-espelho. Essas células gravam a forma como nos comportamos em determinadas situações e irão basear nossas ações futuras nos comportamentos passados - quando choramos, por exemplo, essas células entram em ação para determinar como iremos chorar novamente. Ao vermos alguém bocejando, os neurônios-espelho desencadeiam um ato-reflexo, que não controlamos, e dão início ao bocejo. Até podemos tentar pará-lo, mas ele vai começar sem que queiramos.

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